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ERA (endometrial receptivity array): quando a técnica pode ser uma possibilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 04/10/2024

Existem muitos recursos na área de reprodução humana assistida, atualmente, para superar diferentes fatores de infertilidade conjugal e aumentar as chances de gravidez. No entanto, nem todas as técnicas que foram desenvolvidas nos últimos anos estão bem estabelecidas quanto à sua eficácia, por exemplo, o teste ERA (endometrial receptivity array).

Uma análise muito aprofundada deve ser feita antes da indicação para o uso do teste. Trata-se de uma técnica raramente empregada na fertilização in vitro (FIV), mas, se a equipe médica considerar que determinado casal pode se beneficiar com esse recurso, há uma possibilidade de indicação.

Com a leitura deste texto, você vai entender o que é e qual é o objetivo do ERA, assim como vai descobrir em quais situações o teste pode ser apresentado como uma opção de técnica complementar. Confira!

O que é ERA?

O ERA é um teste que tem a finalidade de avaliar a receptividade endometrial para presumir qual é o momento do mês em que o útero da paciente está mais preparado para receber um embrião — período esse chamado de janela de implantação.

Vale lembrar que o endométrio é a camada interna do útero. É um tecido que responde à ação dos hormônios estrogênio e progesterona e passa por transformações celulares e moleculares de modo cíclico para melhorar sua receptividade.

Normalmente, a janela de implantação se inicia no 6º dia após a ovulação e dura poucos dias. Na concepção natural, isso coincide com o tempo que um embrião leva para ser transportado da tuba uterina até a cavidade do útero, se houver fecundação do óvulo. Assim, ao se aproximar do endométrio, o embrião provavelmente já estará em um estágio de desenvolvimento (blastocisto) adequado para conseguir se implantar.

Uma implantação embrionária bem-sucedida depende da conexão entre o embrião saudável (cromossomicamente normal) e o útero receptivo. No entanto, algumas mulheres apresentam a janela de implantação deslocada, isto é, fora do período esperado. Assim, a baixa receptividade endometrial associa-se com a falha de nidação.

Em síntese, o ERA tem o objetivo de identificar o período mais receptivo do endométrio de cada paciente para que se possa definir, de acordo com o laudo da análise, o dia mais promissor para a transferência de embriões.

Quando o teste ERA pode ser indicado?

Não há comprovações consistentes sobre a eficácia do ERA e sua relação com aumento nas taxas de sucesso dos tratamentos com FIV. Teoricamente, constitui uma ferramenta interessante, que pode identificar a janela de implantação personalizada de cada paciente para prevenir a perda de embriões saudáveis que não encontram boas condições uterinas para se implantar.

Apesar da raridade da indicação em nossa clínica, em algumas circunstâncias, o ERA pode ser indicado. É uma opção para os casais com falhas repetidas de implantação em ciclos de FIV, após o esclarecimento do debate atual sobre a técnica. São casais que já passaram por ciclos de tentativa e não conseguiram confirmar a gravidez, mesmo com a transferência de embriões saudáveis.

Um ponto importante a considerar é que o ERA avalia apenas a expressão gênica associada à receptividade endometrial, não identifica patologias no endométrio. Portanto, as falhas de implantação podem estar associadas tanto ao deslocamento da janela quanto à presença de doenças que passaram subdiagnosticadas na investigação da infertilidade feminina.

De modo geral, são necessárias mais pesquisas para estabelecer, com mais segurança, se há reais benefícios do ERA nos tratamentos de fertilidade.

Como o ERA é realizado?

Quando indicado, o teste ERA é feito nas etapas finais da FIV, no dia em que seria feita a transferência dos embriões para o útero. Lembrando que o passo a passo da FIV inclui:

Para realizar o ERA, é feita a biópsia do endométrio após o período de cultivo embrionário, no 5º dia de desenvolvimento dos embriões. Realiza-se também o freeze-all (congelamento de todos os embriões), pois a transferência será feita somente após a identificação da janela de implantação. Pode também ser realizado em um ciclo de preparo endometrial hormonal ou ciclo natural.

O procedimento de biópsia endometrial é simples e feito em consultório. Um cateter flexível é introduzido pelo canal cervical e fragmentos do endométrio são coletados. O material é enviado para o laboratório especializado em análises na área de genética reprodutiva e o resultado sai em aproximadamente 15 dias.

O resultado do ERA indica se o endométrio estava receptivo ou não receptivo naquele dia do ciclo em que foi feita a biópsia. A receptividade endometrial tem relação com a expressão gênica que ocorre de acordo com as modificações cíclicas do endométrio. Com um software específico, o teste analisa a expressão dos mais de 200 genes envolvidos nessa atividade.

Quando o ERA revela endométrio “não receptivo”, significa que a janela de implantação daquela paciente está deslocada, sendo o resultado classificado como pré ou pós-receptivo. Muito raramente, pode ser preciso, então, tentar uma nova biópsia em outro dia do ciclo reprodutivo para encontrar a janela de implantação.

Com base no laudo do ERA, a transferência dos embriões é agendada para o dia do ciclo seguinte que for mais compatível com o endométrio receptivo. Contudo, é um teste de presunção, isto é, presume-se que nos ciclos seguintes a janela de implantação venha a ocorrer no mesmo período e realiza-se a transferência. 

Já que falamos de endométrio, leia o texto sobre endometriose e conheça essa complexa doença!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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