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Etapas da FIV: conheça melhor o procedimento

Por Equipe Origen

Publicado em 17/09/2021

A reprodução assistida é uma área da medicina e da embriologia voltada para casais que não conseguem ter filhos de forma espontânea. Os diversos fatores de infertilidade feminina e masculina podem ser contornados com técnicas de baixa e alta complexidade — relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

Foram décadas de estudos e aplicações clínicas para que a reprodução assistida alcançasse o reconhecimento e a relevância que tem hoje. A importância dessa área para a sociedade atual se deve aos seguintes aspectos:

  • os avanços no conhecimento científico e nas tecnologias empregadas nos programas de reprodução;
  • a postergação da maternidade como uma realidade da era contemporânea, sendo que o avanço da idade tem impacto direto sobre a capacidade reprodutiva da mulher;
  • o desejo reprodutivo por parte de casais homoafetivos e pessoas solteiras;
  • as mudanças no estilo de vida, que têm contribuído para alterações na saúde em geral, o que também afeta a fertilidade;
  • as inúmeras condições associadas à infertilidade conjugal, que podem ser contornadas com técnicas específicas.

Dentre as técnicas da reprodução assistida, a FIV é a mais complexa e indicada para uma ampla gama de fatores de infertilidade, incluindo os mais graves. Continue a leitura e entenda como é o procedimento!

O que é FIV?

A FIV é o principal tratamento de reprodução humana realizado atualmente. Trata-se de uma técnica de alta complexidade que passa por uma série de etapas para promover a formação de embriões fora do ambiente uterino, por isso chamada de fertilização in vitro — diferentemente das técnicas de baixa complexidade, inseminação artificial e relação sexual programada, em que a fecundação do óvulo ocorre in vivo, isto é, no corpo da mulher.

Para que os embriões sejam gerados em laboratório, o processo envolve vários procedimentos, como estimulação dos ovários para obter múltiplos óvulos, assim como coleta, análise, seleção e micromanipulação dos gametas. Após a fertilização, os embriões ainda são mantidos em observação, em incubadoras, por alguns dias antes de finalmente serem colocados no útero da futura mãe.

As indicações da FIV são bem abrangentes e incluem os seguintes casos:

  • idade materna avançada (acima dos 37 anos);
  • distúrbios ovarianos;
  • endometriose;
  • obstrução das tubas uterinas;
  • doenças adquiridas e malformações congênitas no útero;
  • fatores masculinos graves, como ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia);
  • indicação para o teste genético pré-implantacional (PGT-A ou PGD), devido ao risco de transmissão de problemas genéticos ou cromossômicos;
  • reprodução de casais homoafetivos ou pessoas solteiras;
  • preservação da fertilidade por motivos médicos ou eletivos;
  • infertilidade sem causa aparente (ISCA) de tempo prolongado;
  • falhas anteriores nos tratamentos de baixa complexidade.

Quais são as etapas da FIV?

A FIV passa por uma sequência de etapas principais, mas algumas técnicas complementares podem ser incorporadas ao programa, conforme a individualização do tratamento.

Veja como é o passo a passo da FIV!

1- Estimulação ovariana

A estimulação ovariana é realizada com medicamentos hormonais para que o ovário desenvolva mais folículos e, por consequência, possamos obter vários óvulos maduros para a fertilização — enquanto na ovulação natural, somente um óvulo é liberado por ciclo.

2- Punção dos óvulos

O crescimento dos folículos ovarianos é acompanhado com exames de ultrassonografia e dosagens hormonais. Após o desenvolvimento folicular, outro hormônio é aplicado para induzir a ovulação, mas antes que os óvulos sejam liberados, fazemos a punção — procedimento feito com uma agulha fina para aspirar o líquido que contém os gametas.

3- Coleta do sêmen

Enquanto a punção folicular é realizada, também é o momento de coletar o sêmen, o que normalmente é feito por masturbação na própria clínica. Nos casos de alterações espermáticas graves, como azoospermia, é preciso recorrer a técnicas de punção ou microcirurgia para colher os espermatozoides nos testículos ou epidídimos. Após a coleta, a amostra passa por preparo seminal, a fim de selecionar os gametas de melhor qualidade.

4- Fecundação dos óvulos

A fertilização é feita em laboratório por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Essa técnica envolve a micromanipulação dos gametas, de modo que cada espermatozoide é individualmente analisado com um microscópio de alta resolução e injetado no interior de um óvulo.

5- Cultivo dos embriões

Os óvulos fertilizados são mantidos em cultivo por até 7 dias, em incubadoras com ambiente apropriado para o desenvolvimento embrionário. Assim, os embriões são avaliados diariamente por um embriologista que acompanha a evolução do processo de divisão celular.

6- Transferência dos embriões

A transferência para o útero da paciente pode ser feita com 2, 3 dias de cultivo ou em estágio de blastocisto, com 5 dias. Isso depende das características de cada caso e do potencial de implantação em ambos os estágios de desenvolvimento embrionário. Além disso, os embriões podem ser transferidos a fresco ou congelados, o que não altera sua qualidade nem as chances de gravidez.

Quais são as técnicas complementares da FIV?

Como vimos, a FIV segue várias etapas para possibilitar a gravidez em casos de infertilidade. Além do passo a passo principal, o casal pode necessitar de técnicas de apoio, as quais incluem:

Com todos os procedimentos e técnicas que descrevemos neste post, você pode avaliar o quanto a FIV é parte de um tratamento avançado e que pode superar diversas condições que impedem um casal de engravidar. As taxas de sucesso variam conforme a idade da mulher, mas giram entre 25 e 54% na faixa entre os 35 e 40 anos.

Confira também nosso texto institucional sobre fertilização in vitro e obtenha informações ainda mais detalhadas!