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Hatching assistido: o que é e quando é indicado?

Por Equipe Origen

Publicado em 08/05/2020

Para que ocorra uma gravidez, há um processo complexo, cujas etapas precisam acontecer da maneira adequada. Durante a primeira fase do ciclo menstrual, os hormônios produzidos pelo corpo da mulher fazem com que os folículos ovarianos se desenvolvam, até que um deles libera um óvulo, que segue em direção à tuba uterina.

Nesse momento, chamado de ovulação, a mulher estará em seu período fértil, ou seja, terá maiores chances de conceber.

Caso o casal tenha relações sexuais nesse período, o óvulo pode ser fecundado por um espermatozoide, formando um embrião. Esse embrião continua seu caminho pela tuba uterina até o útero, onde precisa se fixar para dar início à gravidez. O momento dessa fixação é chamado de implantação embrionária ou, como é mais conhecido popularmente, nidação.

Tanto naturalmente como em técnicas de reprodução assistida podem ocorrer falhas no momento da implantação embrionária, o que leva à não concretização da gravidez. Em alguns casos, pacientes que estejam passando por um tratamento de fertilização in vitro (FIV) podem fazer o chamado hatching assistido, uma técnica complementar que pode auxiliar no processo de implantação.

Continue a leitura para saber mais sobre o tema.

Como ocorre a implantação embrionária

Depois da fertilização do óvulo pelo espermatozoide, em uma gravidez natural, as células do embrião começam a se multiplicar, permitindo que ele cresça. Em determinado momento, esse crescimento faz com que ele rompa uma membrana (ou casca) que o envolve, a chamada zona pelúcida. O rompimento da zona pelúcida com posterior saída do embrião é chamado de hatching.

Sem esse revestimento, o embrião é capaz de se fixar no endométrio, camada mais interna do útero, que se tornou mais espessa com a ação dos hormônios, justamente para ter as condições adequadas para receber o embrião. Quando essa fixação ocorre, dizemos que aconteceu a implantação embrionária ou nidação.

Durante uma FIV, a fertilização do óvulo pelo espermatozoide acontece em laboratório após a coleta dos gametas de ambos os parceiros. Depois de alguns dias de cultura in vitro, o embrião é colocado no útero, em um procedimento chamado de transferência embrionária.

A partir daí, o processo de implantação embrionária é o mesmo: o embrião cresce e, de forma natural, rompe a zona pelúcida para então se fixar no endométrio. Cerca de 12 dias depois da transferência, a paciente já pode fazer o exame de sangue para confirmar se a gestação se concretizou.

O que é o hatching assistido?

A implantação do embrião no útero é um momento crucial para o sucesso de uma FIV. Falhas na nidação podem ocorrer por motivos relacionados à qualidade do embrião, à receptividade do endométrio ou à interação entre ambos. Em alguns raros casos, a falha se deve ao fato de a zona pelúcida ser mais espessa.

O hatching assistido, também chamado de assisted hatching ou eclosão assistida, consiste em um procedimento para auxiliar no rompimento da zona pelúcida e, assim, facilitar a implantação embrionária.

Para que ele possa ser realizado, o embrião precisa estar em cultivo em laboratório e, portanto, o hatching assistido só pode ser feito no contexto de uma FIV. Normalmente, ele acontece no dia da transferência do embrião.

O procedimento pode ser realizado utilizando alguns métodos distintos:

  • Método a laser, em que a perfuração da zona pelúcida é feita com o uso de laser. Essa é a técnica mais precisa e, portanto, a mais utilizada atualmente;
  • Método químico, que consiste no desgaste químico da zona pelúcida, com a utilização de uma solução ácida;
  • Método mecânico, em que a zona pelúcida é rompida manualmente, por meio de um procedimento microcirúrgico.

É possível que o procedimento de hatching assistido danifique o embrião a ponto de inutilizá-lo, mas casos desse tipo são muito raros.

Quando a técnica é indicada

O hatching assistido é uma técnica complementar à FIV e, como tal, não é recomendada para todos os casais que estejam passando pelo tratamento. Algumas indicações para se realizar a eclosão assistida são:

  • Embriões com zona pelúcida mais espessa;
  • Idade avançada da paciente;
  • Repetidas falhas de implantação na FIV;
  • Embriões com fragmentação em excesso: nesse caso, o hatching assistido permite a remoção dos fragmentos, o que pode também ajudar na implantação.

O hatching assistido pode ainda ser utilizado quando estiver planejado um PGT (teste genético pré-implantacional). Nesse tipo de exame é necessário fazer uma biópsia do embrião, portanto a eclosão assistida pode facilitar esse processo.

Como buscamos mostrar neste artigo, o hatching assistido é uma técnica complementar à FIV e que não é recomendada para todas as pacientes que estejam passando por esse tipo de tratamento de reprodução assistida.

Com base em uma avaliação criteriosa, o médico responsável poderá dizer se a realização do procedimento é indicada para aumentar as chances de sucesso da FIV. Se você quer saber mais sobre o hatching assistido, toque aqui.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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