A FIV (fertilização in vitro) é o tratamento de reprodução assistida mais utilizado nas clínicas. Ela é utilizada desde a década de 1980.
A medicina evoluiu e a FIV deu grande passo com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Essa técnica de fecundação permitiu que casais com infertilidade masculina grave também pudessem engravidar.
Continue a leitura para saber mais sobre a FIV com ICSI: como ela é realizada, suas indicações e taxa de sucesso. Vamos lá?
O que é FIV?
A FIV é classificada como uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade. Após a coleta dos gametas femininos (óvulos) e masculinos (espermatozoides), a fecundação é feita em um laboratório. Depois de alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos para o útero da mãe.
Passo a passo da técnica
A FIV possui 5 etapas: estimulação ovariana (indução da ovulação), coleta dos gametas feminino e masculino, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões para o útero da paciente. A única diferença entre a FIV clássica e a por ICSI está na fecundação.
Confira como cada etapa é realizada a seguir:
1. Estimulação ovariana (indução da ovulação)
A primeira etapa de todas as técnicas de reprodução assistida é a estimulação ovariana. O seu objetivo é aumentar o número de folículos, para coletar mais óvulos. Com isso, mais embriões serão formados, aumentando as chances de uma gravidez.
O processo é realizado com medicamentos hormonais e o crescimento dos folículos é acompanhado por ultrassons seriados até que atinjam pelo menos 17 mm.
Durante o ciclo menstrual, vários folículos são desenvolvidos, mas apenas um amadurece e é liberado pelo óvulo, o chamado folículo dominante. Esse processo é a ovulação. Na FIV, quando os folículos chegam ao tamanho ideal, a mulher recebe uma dose do hormônio hCG para induzir a maturação do óvulo.
O protocolo de estimulação da FIV é mais intenso que das técnicas de baixa complexidade porque é importante coletar o maior número de folículos possível.
2. Aspiração folicular e coleta do sêmen
Cerca de 36 horas após a aplicação do hCG, os folículos da paciente são aspirados e os óvulos coletados. O procedimento é realizado em uma sala cirúrgica e a paciente recebe uma anestesia leve. O material coletado passa por uma análise para selecionar os óvulos maduros para a fecundação.
No mesmo dia, o homem faz a coleta de sêmen por masturbação no laboratório. Em casos graves de infertilidade, pode ser necessário coletar o material por meio cirúrgico. Antes da próxima etapa, a amostra seminal também passa por uma preparação. Assim, apenas os espermatozoides de maior qualidade são utilizados.
3. Fecundação dos óvulos
A diferença entre as técnicas está no momento da fecundação. Na FIV clássica, os espermatozoides selecionados são colocados com os óvulos em uma placa de Petri para que a fecundação ocorra naturalmente. Na ICSI, uma agulha microscópica é usada para inserir um único espermatozoide diretamente no óvulo.
4. Cultivo embrionário
Os embriões formados ficam em uma incubadora por 2 a 5 dias, dependendo da estratégia de transferência. Durante esse período, eles são observados pela equipe de embriologistas para monitorar seu desenvolvimento.
5. Transferência embrionária
O momento da transferência embrionária é definido pelo médico e pelo casal, com base no desenvolvimento dos embriões. O número de embriões transferidos deve estar de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) para evitar o risco de gravidez múltipla. A idade da paciente é o principal critério, sendo:
- Mulheres com até 35 anos: limite de 2 embriões;
- Mulheres entre 36 a 39 anos: limite de 3 embriões;
- Mulheres acima de 40 anos: limite de 4 embriões.
Quando a FIV clássica e a FIV por ICSI são indicadas?
Com o avanço da medicina, a FIV e as suas técnicas complementares evoluíram, abrindo a possibilidade de vários casos de infertilidade que podem ser tratados com a FIV. A ICSI é um exemplo disso, pois ela surgiu para atender os casos em que a FIV clássica não era suficiente para o sucesso do procedimento.
Por atingir melhores resultados e ser indicada em quase todos os casos de infertilidade, a FIV por ICSI é mais utilizada em comparação com a sua versão clássica.
A FIV clássica e a por ICSI são indicadas em diversos casos, sendo os mais comuns:
- Obstrução nas tubas uterinas;
- Endometriose;
- Mulheres laqueadas;
- Problemas ovulatórios;
- Alterações seminais;
- Infertilidade sem causa aparente (ISCA);
- Falhas em tentativas anteriores de reprodução assistida.
Para os homens azoospérmicos e vasectomizados, a FIV por ICSI é a única técnica de reprodução assistida recomendada. A azoospermia é caracterizada pela ausência de espermatozoides na ejaculação.
Na vasectomia, é feita uma obstrução nos dutos deferentes para impedir a liberação dos espermatozoides com o sêmen. Nesses casos, a coleta dos gametas deve ser feita diretamente nos epidídimos ou nos testículos por métodos cirúrgicos ou punção.
Qual é a taxa de sucesso?
A FIV por ICSI é a técnica de reprodução assistida mais usada devido a sua alta taxa de sucesso, variando de acordo com a idade, podendo chegar a 50% por ciclo. A partir dos 36 anos de idade da mulher, a chance vai diminuindo gradativamente.
De acordo com as necessidades do casal, técnicas complementares podem ser utilizadas para reduzir o risco do procedimento, como o teste genético pré-implantacional (PGD) e o hatching assistido (raro).
Existem dois métodos de fecundação na FIV: a clássica e a por ICSI. Esta última é a mais utilizada atualmente por sua alta taxa de sucesso e por ser indicada para praticamente todos os casos de infertilidade. Ela é dividida em 5 etapas e a única diferença para a FIV clássica é a forma da fecundação.
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