hCG na estimulação ovariana

Por Equipe Origen

Publicado em 13/08/2025

A estimulação ovariana é a etapa inicial dos tratamentos de reprodução humana assistida, pois aumenta as chances de ter óvulos maduros para a fertilização ao estimular o crescimento de múltiplos folículos ovarianos. Um dos hormônios essenciais nesse processo é a gonadotrofina coriônica humana (hCG), que participa da maturação final dos folículos e induz a ovulação.

Nas funções naturais do sistema reprodutor feminino, o hCG é considerado o hormônio da gravidez, pois ele só é detectado quando um embrião se implanta no útero. A partir de então, esse hormônio age na manutenção do corpo-lúteo, glândula endócrina temporária que secreta progesterona, outro hormônio fundamental para a gestação.

Quer entender qual é exatamente o papel do hCG na estimulação ovariana? Neste artigo, explicamos sua função e importância para os tratamentos de infertilidade. Confira!

O que é estimulação ovariana?

A estimulação ovariana é uma técnica realizada com medicações hormonais, administradas por meio de comprimidos e injeções, com o objetivo de desenvolver mais folículos ovarianos em um mesmo ciclo e aumentar o número de óvulos disponíveis para a fertilização.

As medicações utilizadas na estimulação ovariana têm função semelhante à dos hormônios que agem naturalmente no corpo da mulher, FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que são responsáveis por recrutar os folículos e promover o amadurecimento e a liberação de um óvulo.

Em ciclos naturais, o organismo libera apenas um óvulo por mês. Nos tratamentos de reprodução assistida, especialmente na fertilização in vitro (FIV), a estimulação ovariana permite que vários folículos se desenvolvam ao mesmo tempo. Vale lembrar que esses múltiplos folículos que se desenvolvem são resgatados apenas porque naturalmente seriam perdidos naquele ciclo.

Durante essa fase de estímulo com os hormônios exógenos, a paciente é monitorada com ultrassonografias e dosagens hormonais. Ao final da estimulação ovariana, é necessário administrar um hormônio que induza a maturação final dos óvulos e a ovulação. Aqui entra o hCG.

Qual é o papel do hCG na estimulação ovariana?

O hCG tem uma estrutura química semelhante à do LH. Os dois hormônios são compostos por duas subunidades: alfa e beta. A subunidade alfa é idêntica em ambos, enquanto a beta confere especificidade a cada hormônio, por isso, o conhecido teste de gravidez se baseia na detecção da fração beta do hCG.

Esses hormônios atuam no sistema reprodutivo feminino desde a fase intrauterina. Durante o desenvolvimento embrionário, o hCG estimula os ovários, enquanto, após a puberdade, essa função passa a ser exercida pelo LH e o FSH nos ciclos menstruais.

Outra semelhança entre eles está na função do corpo-lúteo. Após a ovulação, o LH promove a conversão do folículo rompido em corpo-lúteo. Já o hCG tem um papel essencial na manutenção dessa glândula, garantindo a atividade lútea e a produção de hormônios fundamentais para uma possível gestação.

Nos tratamentos de reprodução assistida, o hCG é utilizado estrategicamente para cumprir o papel do LH. Ele é administrado quando os folículos atingem o tamanho adequado e tem as funções de promover a maturação final dos folículos e disparar a ovulação.

A ovulação deve ocorrer aproximadamente 36-40 horas após a administração do hCG. Nos ciclos de FIV, realiza-se a aspiração folicular antes da ovulação, pois os óvulos precisam ser coletados para que a fertilização aconteça fora do corpo materno. 

O tempo exato de administração do hCG é um dos fatores importantes para o sucesso da FIV. O hormônio deve ser aplicado quando os folículos atingem um tamanho adequado, geralmente entre 16 e 22 mm de diâmetro.

Se o hCG for administrado muito cedo, os óvulos podem não estar completamente maduros. Por outro lado, se for aplicado após o estágio adequado de desenvolvimento folicular, pode ocorrer ovulação espontânea antes da coleta dos óvulos ou mesmo obtenção de óvulos pós-maduros, o que pode inviabilizar o tratamento.

Por isso, o acompanhamento rigoroso por ultrassonografia e exames hormonais é essencial para determinar o melhor momento para a administração do hCG na estimulação ovariana.

Como é a coleta dos óvulos?

A coleta dos óvulos é feita a partir da aspiração folicular. Envolve um procedimento minimamente invasivo e realizado sob sedação. 

A aspiração folicular é guiada por ultrassonografia transvaginal. Uma agulha fina é inserida nos folículos ovarianos para aspirar o líquido de cada um deles, onde os óvulos estão contidos. Em laboratório, os óvulos são identificados, classificados e preparados para a fertilização. A quantidade de óvulos coletados pode variar, dependendo da resposta de cada mulher à estimulação ovariana e ao hCG. 

Após a coleta dos óvulos, eles são fertilizados em laboratório. Em seguida, ficam em incubadora durante os primeiros dias de desenvolvimento embrionário e, para finalizar a FIV, os embriões são transferidos para o útero ou congelados para transferência futura.

Vimos, neste post, que há uma função importante do hCG na estimulação ovariana, pois é ele que participa da maturação do óvulo após o desenvolvimento folicular. Na FIV, a administração do hCG no momento correto é um dos fatores-chave para o sucesso. Portanto, essa e as demais etapas do tratamento devem ser cuidadosamente acompanhadas por equipe médica especializada.

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