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Hipotálamo e hipófise: saiba mais sobre as glândulas importantes para a fertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 22/05/2023

A fertilidade depende de uma série de órgãos funcionando corretamente, incluindo duas glândulas que ficam no cérebro: hipotálamo e hipófise. São estruturas endócrinas que secretam hormônios responsáveis por estimular ou inibir diversas funções de outros sistemas do organismo.

Além do eixo hipotálamo-hipófise, existem outras glândulas que ajudam a regular o funcionamento do sistema reprodutor, como a tireoide, as suprarrenais e, claro, as gônadas. Tendo em vista a importância dessas estruturas para a fertilidade, sabe-se que disfunções endócrinas alteram os níveis hormonais e, consequentemente, podem causar problemas reprodutivos.

Neste texto, vamos explicar o que é hipotálamo, o que é hipófise, como essas glândulas agem e quais hormônios secretam para regular os processos de reprodução humana. Acompanhe!

O que é hipotálamo?

O hipotálamo é uma glândula da base do cérebro, precisamente localizada no encéfalo, que faz parte do sistema endócrino e tem importantes funções para o organismo. Ajuda a regular processos diversos, como apetite, sede, pressão arterial, sono e temperatura do corpo, além das funções do aparelho sexual e reprodutivo.

É responsabilidade do hipotálamo sintetizar e liberar hormônios que agem sobre outra glândula, a hipófise, para promover a produção de substâncias que, por sua vez, estimulam o funcionamento de diferentes conjuntos orgânicos.

A estrutura hipotalâmica é como um elo entre os sistemas nervoso e endócrino. Os hormônios liberados por essa glândula para ativar o funcionamento da hipófise são:

  • GnRH — hormônio liberador de gonadotrofina;
  • GHRH — hormônio liberador do hormônio do crescimento;
  • GHIH — hormônio inibidor do hormônio do crescimento;
  • TRH — hormônio liberador de tireotropina;
  • CRH — hormônio liberador de corticotropina;
  • dopamina;
  • ocitocina e vasopressina (hormônio antidiurético) — esses dois últimos são sintetizados no hipotálamo, mas liberados pela hipófise.

O que é hipófise?

A hipófise atua junto com o hipotálamo e é considerada a glândula mestra do sistema endócrino, pois age sobre as glândulas alvo, como tireoide, suprarrenais e gônadas, estimulando a produção de outros hormônios.

São duas partes que secretam substâncias diferentes: a neuro-hipófise, localizada no lobo posterior, libera ocitocina e vasopressina que, como vimos, são hormônios produzidos no hipotálamo; a adeno-hipófise, situada no lobo anterior da glândula, tem maior liberação hormonal, incluindo:

  • FSH e LH — hormônio folículo-estimulante e hormônio luteinizante;
  • TSH — hormônio estimulador da tireoide;
  • GH — hormônio do crescimento;
  • ACTH — hormônio adrenocorticotrófico;
  • prolactina.

Por que hipotálamo e hipófise são importantes para a fertilidade?

Na fase da puberdade, ocorre a sintetização do GnRH pelo hipotálamo, iniciando o estímulo à produção das gonadotrofinas (FSH e LH) e, por consequência, dos esteroides sexuais.

A atividade das gônadas (ovários e testículos) é regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise e consiste em desenvolver os gametas ou células reprodutivas (óvulos e espermatozoides), além de fazer a síntese dos hormônios gonadais (na mulher, estrogênio e progesterona e, no homem, testosterona).

Os hormônios do eixo reprodutivo atuam com o mecanismo de retroalimentação negativa (ou feedback negativo). Dessa forma, quando os níveis dos hormônios gonadais estão altos, o hipotálamo e a hipófise se mantêm com baixa atividade.

Tomando, como exemplo, o funcionamento cíclico do sistema reprodutor feminino, ocorrem as seguintes etapas:

  • o estímulo inicial parte do hipotálamo, que tem um mecanismo pulsátil de liberação de GnRH;
  • os pulsos de GnRH fazem a hipófise secretar FSH e LH para estimular os ovários;
  • na fase folicular, que abrange as duas primeiras semanas do ciclo menstrual, as células ovarianas respondem, principalmente, ao FSH;
  • após a seleção do folículo ovariano dominante, ocorre um aumento da atividade dos receptores de LH, hormônio que leva à ovulação e à formação do corpo-lúteo;
  • a ovulação se caracteriza pela liberação de um óvulo que pode ser fecundado, com isso, o folículo ovariano que se rompeu é convertido em corpo-lúteo, dando início à fase lútea ou pós-ovulatória;
  • o corpo-lúteo tem a função de produzir estrogênio e progesterona, hormônios que preparam o revestimento interno do útero (endométrio) para a gravidez.

Não ocorrendo a fertilização do óvulo e a implantação de um embrião no endométrio, também não há produção de hCG placentário, hormônio que mantém a atividade lútea. Assim, o corpo-lúteo regride, a produção de hormônios ovarianos diminui, parte do endométrio se desprende da parede uterina e é eliminada do corpo em forma de menstruação. Inicia-se, então, um novo ciclo com a reativação do eixo hipotálamo-hipófise.

Nos homens, essa atividade hormonal é semelhante, mas não ocorre em ciclos, como no organismo feminino. Em resumo, o hipotálamo aciona a hipófise, que libera hormônios para agir sobre os testículos, ocasionando a produção de testosterona e dos espermatozoides.

Disfunções hormonais e infertilidade: quando procurar a reprodução assistida?

Disfunções hormonais estão entre as principais causas de infertilidade feminina e masculina. Podem decorrer de alterações no hipotálamo, na hipófise ou nas demais glândulas que também participam da regulação do aparelho reprodutor.

Doenças endócrinas, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), traumas e tumores hipotalâmicos ou hipofisários e até alguns fatores do estilo de vida podem interferir no funcionamento correto das glândulas, afetando o processo reprodutivo.

Uma avaliação detalhada do casal pode revelar quais são, exatamente, os problemas envolvidos na infertilidade. Alguns casos de desequilíbrio hormonal podem ser tratados com medicação, enquanto outros necessitam de intervenções mais complexas.

No âmbito da reprodução assistida, a infertilidade feminina por disfunção hormonal e ovulatória pode ser superada com estimulação ovariana e técnicas de baixa complexidade, as quais incluem relação sexual programada e inseminação artificial.

Os casos mais sérios — seja por mau funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise, seja por outros problemas reprodutivos femininos ou masculinos — têm mais chances de sucesso com a fertilização in vitro (FIV).

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