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Histerectomia e infertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 04/05/2023

Mulheres que precisam realizar uma histerectomia passam, inevitavelmente, a um estado definitivo de infertilidade. Em muitos casos, a indicação para essa cirurgia é feita após uma idade em que a mulher já tem prole constituída. Entretanto, algumas pacientes indicadas ao procedimento ainda gostariam de ter filhos.

A histerectomia é a cirurgia para remoção do útero. Pode ser feita de duas formas: parcial, com retirada apenas da parte superior do útero; total, com remoção de todo o órgão, incluindo o colo uterino.

Dependendo do caso e da extensão dos danos, também pode ser necessário retirar as tubas uterinas e até os ovários. Entre as indicações para histerectomia, estão:

  • alterações pré-malignas ou malignas, como câncer de colo do útero, de endométrio (parte interna do útero) ou de ovários;
  • infecções graves;
  • alguns tipos de mioma;
  • endometriose severa;
  • prolapso uterino;
  • hemorragias uterinas de causa desconhecida.

Atualmente, com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas, a histerectomia pode ser feita por videolaparoscopia, procedimento minimamente invasivo, com baixo risco de complicações e que possibilita o rápido restabelecimento da paciente.

Quais aspectos estão envolvidos na fertilidade?

O casal, para conseguir ter filhos pelo processo natural, precisa ter boas condições reprodutivas. A fertilidade depende de muitos aspectos que, de modo geral, incluem:

  • níveis equilibrados dos hormônios que regulam o trato reprodutivo;
  • órgãos reprodutores em condições anatômicas normais;
  • ausência de infecções;
  • ausência de doenças estruturais adquiridas e malformações congênitas.

Ainda, outros fatores mais simples influenciam nas chances de gravidez, como praticar relações sexuais durante o período fértil. Durante um mês quase inteiro, a fase de alta fertilidade do casal abrange cerca de 5 dias apenas, são os dias em torno da ovulação.

A adoção de um estilo de vida saudável também é uma forma de melhorar as funções reprodutivas sem intervenção médica, nas situações mais simples. Isso porque alguns fatores — obesidade, estresse, doenças crônicas não controladas, como o diabetes, e até exercícios físicos excessivos — podem alterar a produção dos hormônios que estimulam as funções gonadais (ovarianas e testiculares).

O acompanhamento médico é recomendado quando o casal (cuja idade da mulher é inferior ou igual a 35anos) tenta a gravidez por, pelo menos, 1 ano sem chegar a resultados positivos. Casos em que a parceira apresenta mais de 35 anos, o prazo é menor porque há uma diminuição da qualidade e quantidade de óvulos). A realização de exames femininos e masculinos pode revelar as causas da infertilidade, fornecendo um prognóstico reprodutivo e direcionando o tratamento mais apropriado para cada caso.

Por que a histerectomia torna a mulher infértil?

Antes de explicar a relação entre histerectomia e infertilidade, vamos recordar, de modo breve, as funções dos órgãos femininos no processo de reprodução. O trato reprodutivo superior é formado por 3 órgãos fundamentais:

  • os ovários desenvolvem os óvulos e secretam os hormônios estrogênio e progesterona, que agem na preparação uterina;
  • o útero altera suas características, ciclo após ciclo, para ficar em condições de receber um embrião, tendo ainda a função de proteger e sustentar o feto ao longo da gravidez;
  • a tuba uterina capta o óvulo liberado pelo ovário, leva essa célula para o local da fecundação e transporta o embrião para a cavidade uterina.

Como a histerectomia é a cirurgia de remoção do útero, a relação com a infertilidade é clara: sem esse órgão, não é possível engravidar. Na verdade, a mulher fica estéril, o que é diferente de ser infértil.

A infertilidade é a dificuldade de iniciar uma gravidez ou levá-la até o final devido a condições que podem ser, muitas vezes, tratadas. Portanto, ainda pode ser possível restaurar a capacidade reprodutiva, nesse caso. Já a esterilidade é irreversível, significa que não há mais chances de ter filhos de forma natural.

Histerectomia e reprodução assistida: qual a relação?

Mulheres que passaram por uma histerectomia ainda encontram a possibilidade de ter filhos biológicos com os tratamentos de reprodução assistida. Isso é feito com a fertilização in vitro (FIV), complementada por uma técnica de grande importância: a cessão temporária de útero, também chamada de útero de substituição.

A FIV é a técnica de desenvolvimento mais complexo da reprodução assistida, que envolve uma sequência de procedimentos laboratoriais para controlar o processo reprodutivo. As etapas principais do tratamento incluem:

Entre as indicações para FIV, estão:

  • idade materna avançada;
  • baixa reserva ovariana;
  • problemas uterinos ou tubários;
  • endometriose severa;
  • infertilidade masculina por fatores moderados ou graves;
  • risco de alterações genéticas nos embriões;
  • gravidez entre casais homoafetivos;
  • infertilidade sem causa aparente prolongada (acima de 3 anos).

Em algumas situações, é preciso incorporar outras técnicas ao programa de FIV, uma delas é a barriga de aluguel — esse termo é usado popularmente, mas vale esclarecer que essa técnica, por lei, não pode envolver interesses financeiros ou comerciais, de forma que o termo mais apropriado seria “barriga solidária”.

Mulheres com infertilidade após histerectomia podem realizar o sonho de ter um filho com sua herança genética, contando com um útero se substituição. Para isso, os óvulos da paciente são coletados, fertilizados com espermatozoides de seu parceiro e transferidos para uma barriga de aluguel, respeitando a norma de ser alguém que tenha parentesco com um dos progenitores.

Em nosso texto sobre infertilidade feminina, constam mais informações sobre as condições que podem deixar a mulher infértil. Visite e saiba mais!