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Histerossonografia: indicações e possíveis resultados

Por Equipe Origen

Publicado em 20/08/2021

A ultrassonografia transvaginal é um dos exames principais realizados para investigar alterações nos órgãos reprodutores da mulher. Contudo, há situações em que esse método de imagem não demonstra tanta precisão diagnóstica. Assim, a histerossonografia pode ser uma alternativa mais bem-sucedida, principalmente na detecção de anormalidades uterinas.

A histerossonografia também é um exame de ultrassom, com uma diferença: o uso de contraste. A injeção de solução salina ajuda na distensão da cavidade uterina, facilitando a identificação de possíveis alterações que não são bem vistas com a técnica convencional.

Neste post, falaremos sobre as indicações da histerossonografia, as diferenças durante a realização do exame e sua importância na investigação da infertilidade feminina. Leia com atenção!

Quando a histerossonografia é solicitada?

A histerossonografia é indicada quando a mulher apresenta sinais e sintomas de patologias uterinas e a ultrassonografia convencional revela resultados imprecisos. O exame também pode ser solicitado diante de condições como sangramento uterino anormal, abortamento de repetição e infertilidade.

O sangramento uterino anormal pode estar associado a várias doenças intracavitárias, como pólipos e miomas. Já os abortamentos de repetição são provocados por essas e outras alterações no útero, incluindo ainda sinequias e malformações müllerianas.

A infertilidade — relacionada ou não com sinais de doenças uterinas — já é motivo de indicação para a histerossonografia, visto que muitas anormalidades podem se desenvolver de forma assintomática, mas, ainda assim, interferem na capacidade reprodutiva da mulher.

Embora a histerossonografia não seja solicitada de forma rotineira, trata-se de uma importante ferramenta diagnóstica. Outros exames de imagem que podem ser solicitados na investigação da infertilidade feminina são: ultrassonografia convencional, histerossalpingografia, histeroscopia e ressonância magnética.

Como o exame é realizado?

A realização do exame não difere muito da ultrassonografia transvaginal sem contraste. Com a ajuda de um transdutor apropriado, inserido no canal vaginal da paciente, os órgãos internos do sistema reprodutor são visualizados e as imagens captadas pelo instrumento são instantaneamente reproduzidas em um monitor de vídeo.

A diferença da histerossonografia é a injeção de solução salina para expandir a cavidade uterina. Assim, um cateter é utilizado para injetar o líquido através da abertura cervical e doses fracionadas do contraste são instiladas lentamente, com o cuidado necessário para que o líquido não se espalhe até o peritônio.

A histerossonografia, bem como outros exames ginecológicos que demandam tecnologia por imagem, apresenta melhores resultados quando realizada na primeira fase do ciclo reprodutivo — após o período menstrual e antes da ovulação. Durante essa fase, a mucosa que reveste a parede do útero (endométrio) está com pouca espessura e isso facilita a identificação das possíveis alterações estruturais.

Quais diagnósticos são obtidos com a histerossonografia?

Várias doenças uterinas são diagnosticadas com a ajuda da histerossonografia, mas é oportuno deixar claro que um diagnóstico concludente, em grande parte dos casos, é baseado nos achados de um conjunto de exames. Sendo assim, essa técnica pode complementar a investigação médica.

Entre as alterações encontradas com a histerossonografia estão:

Pólipos

Pólipos são projeções formadas por células do endométrio. Eles podem se desenvolver de formas variadas e afetar a função endometrial, que é garantir a implantação embrionária. Além disso, a investigação precoce dos pólipos tem papel preventivo, uma vez que existe o risco de alterações malignas — embora esse risco seja baixo.

Miomas

Miomas são tumores que se formam no miométrio — camada intermediária do útero. Esses são totalmente benignos, mas podem crescer de forma anormal e pressionar os órgãos vizinhos. Os miomas submucosos, que se projetam na direção da camada endometrial, prejudicam a fertilidade e, assim como os pólipos, normalmente necessitam de tratamento cirúrgico.

Sinequias

Procedimentos cirúrgicos no útero podem desencadear a formação de tecido cicatricial que ocupa o espaço interno do órgão. O problema interfere na menstruação, na implantação embrionária e no desenvolvimento fetal. A histerossonografia tem boa acurácia para detectar esse tipo de alteração.

Malformações congênitas

Outras anormalidades avaliadas pela histerossonografia são as malformações congênitas. Falhas durante a formação do feto feminino podem resultar em subdesenvolvimento dos órgãos reprodutores. O útero septado é o quadro mais encontrado, caracterizado por uma deformidade que divide a cavidade e dificulta a gravidez. Portanto, também requer intervenção cirúrgica.

A avaliação completa da infertilidade, com base nas diversas técnicas diagnósticas disponíveis, é importante para mulheres que pretendem iniciar um tratamento de reprodução assistida. A identificação correta dos fatores que impedem a concepção natural direciona a escolha das técnicas de reprodução a serem empregadas.

A histerossonografia, como vimos, é eficiente para detectar diversas alterações intrauterinas, o que respalda uma indicação para o tratamento com fertilização in vitro (FIV) — técnica realizada nos casos mais graves de infertilidade, a exemplo dos fatores uterinos.

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