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Azoospermia obstrutiva e não obstrutiva qual é a diferença?

Por Equipe Origen

Publicado em 02/02/2024

A fertilidade é um tema muito discutido. Hoje, sabemos que um casal pode ser infértil tanto por disfunções femininas quanto masculinas, mas nem sempre foi assim. No passado, a infertilidade era principalmente associada às mulheres.

O desenvolvimento de diversas pesquisas e o aprimoramento das técnicas diagnósticas nos trouxeram ao cenário atual, que mostra várias causas de infertilidade masculina. Uma das condições mais preocupantes que pode ser revelada em um exame de espermograma é a azoospermia, que pode ser obstrutiva ou não obstrutiva.

A fertilidade masculina é fundamentada na habilidade do homem de produzir espermatozoides saudáveis e funcionais. Para isso, todos os órgãos do sistema reprodutor masculino têm uma função específica:

  • os testículos produzem as células reprodutivas;
  • os epidídimos mantêm os gametas armazenados, enquanto eles amadurecem e se tornam móveis;
  • os vasos deferentes transportam os espermatozoides pelo trato genital;
  • as glândulas acessórias (próstata e vesículas seminais) secretam os fluídos que formam o sêmen;
  • a uretra permite a liberação do esperma na ejaculação.

Com a leitura deste post, você vai entender o que é azoospermia e qual é a diferença entre azoospermia obstrutiva e não obstrutiva. Acompanhe!

O que é azoospermia?

A azoospermia é uma condição na qual não são encontrados espermatozoides no sêmen ejaculado. Existem diferentes causas para essa condição, que podem ocorrer antes, durante ou depois do processo de espermatogênese (produção dos espermatozoides). Com base nessas características, a azoospermia pode ser classificada como obstrutiva ou não obstrutiva.

Entre os homens que buscam avaliação da fertilidade, cerca de 10% a 15% são diagnosticados com essa condição. O espermograma é o único exame com acurácia para detectar as alterações seminais e espermáticas por meio de análises macroscópicas e microscópicas.

Após a confirmação da azoospermia, o paciente é orientado a realizar outros exames para investigar as possíveis causas, como ultrassom da bolsa escrotal, dosagens hormonais, teste do cariótipo, pesquisa de fibrose cística e microdeleções do cromossomo Y, entre outros. A identificação dos fatores envolvidos é determinante para chegar ao tratamento mais adequado, que pode incluir terapia hormonal, cirurgia corretiva e técnicas de reprodução assistida.

Qual é a diferença entre azoospermia obstrutiva e não obstrutiva?

A diferença central ente os dois tipos de azoospermia é que na obstrutiva não há problemas na produção dos espermatozoides, enquanto na não obstrutiva podem existir falhas na espermatogênese associadas a causas pré-testiculares ou testiculares.

Na azoospermia obstrutiva, existe obstrução ductal em algum ponto do trato reprodutivo, impedindo o transporte dos espermatozoides. Nesse caso, há fatores pós-testiculares envolvidos.

Na azoospermia não obstrutiva, as causas estão principalmente associadas a disfunções hormonais ou doenças testiculares que prejudicam a produção ou a qualidade dos espermatozoides.

As principais causas de azoospermia obstrutiva são:

  • infecções genitais, como uretrite e epididimite, que podem ocasionar fibroses (formação de cicatrizes) no trato reprodutivo, obstruindo a passagem dos espermatozoides;
  • ausência congênita dos vasos deferentes ou do ducto ejaculatório;
  • danos decorrentes de procedimentos cirúrgicos, como tratamento de hérnias inguinais;
  • cirurgia de vasectomia.

As causas de azoospermia não obstrutiva incluem:

  • deficiência de testosterona e outros hormônios;
  • varicocele;
  • alterações genéticas ou cromossômicas;
  • atrofia testicular;
  • criptorquidia;
  • ausência congênita de células germinativas;
  • terapias oncológicas, como quimioterapia e radioterapia;
  • exposição frequente a altas temperaturas, metais pesados e outros agentes tóxicos;
  • uso de certos medicamentos, drogas ou anabolizantes.

Como tratar e recuperar a fertilidade?

É possível recuperar a fertilidade masculina ao tratar as condições que causam azoospermia obstrutiva e não obstrutiva. Algumas alterações podem ser controladas com terapia hormonal, outras com cirurgia.

Há também várias possibilidades na medicina reprodutiva. As técnicas de reprodução assistida que podem ser indicadas para homens azoospérmicos incluem: recuperação espermática e fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI).

A maioria dos homens com azoospermia pode fornecer um número suficiente de espermatozoides com os procedimentos de recuperação espermática: PESA, MESA, TESE e Micro-TESE.

Na azoospermia obstrutiva, as técnicas empregadas são PESA e MESA, que consistem na retirada dos espermatozoides dos epidídimos. Dessa forma, são recuperados gametas maduros, móveis e viáveis para a fertilização.

Os procedimentos TESE e Micro-TESE são indicados quando há confirmação de azoospermia não obstrutiva e possibilitam a coleta dos espermatozoides nos testículos, diretamente nos túbulos seminíferos, onde ocorre a espermatogênese.

Após serem coletados, os gametas masculinos passam por processamento laboratorial com métodos de preparo seminal. Em seguida, vão para a etapa de fertilização com ICSI, que envolve o uso de um micromanipulador para efetuar a imobilização, avaliação microscópica, aspiração e injeção de cada espermatozoide dentro de um óvulo.

Todos esses procedimentos avançados encontrados entre as tecnologias de reprodução assistida permitem que homens com infertilidade grave associada à azoospermia obstrutiva ou não obstrutiva tenham chances de engravidar suas parceiras.

Quando não há sucesso com essas técnicas, isto é, quando não é recuperado um número mínimo de espermatozoides para a FIV ICSI, o casal pode considerar a reprodução assistida heteróloga, que é feita com doação de sêmen.

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