A Chlamydia Trachomatis é uma bactéria que pode ser transmitida sexualmente (DST) que pode atingir 5% da população adulta e 10% da população adolescente sexualmente ativa.
Na grande maioria dos casos a clamídia se apresenta de forma assintomática, podendo passar de forma despercebida pelas pessoas contaminadas por muitos anos.
É mais frequente em pessoas que tenham múltiplos parceiros e que não costumam usar camisinha.
A infecção por clamídia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como a principal causa evitável de infertilidade, com 92 milhões de novos casos anuais diagnosticados.
Esse número, entretanto, tende a ser muito maior devido ao seu aspecto assintomático e com isso à dificuldade diagnóstica.
Formas de Transmissão
A infecção por clamídia pode ser transmitida por via sexual anal, vaginal ou oral e durante o momento do parto de mãe para filho, quando o bebê passa pelo canal vaginal. Não é possível contrair clamídia em banheiros, piscinas públicas ou beijo.
A contaminação através de roupas íntimas ou toalhas ainda não foi comprovada, mas é considerada possível caso exista o contato enquanto as secreções íntimas ainda estiverem frescas.
Também é possível a contaminação ocular pela clamídia se as mãos da paciente estiverem contaminadas com secreções vaginais no momento em que ela coçar os olhos.
Sintomas
A maioria dos pacientes contaminados pela clamídia não apresentam sintomas distintivos, podendo ser facilmente confundidos com infecção urinária quando apresentados.
Apenas 10% das mulheres e 30% dos homens apresentam sintomas sugestivos. Entretanto, mesmo que os sintomas não se apresentem, o paciente contaminado ainda é capaz de transmitir a doença.
A infecção por clamídia na mulher
A maioria dos casos é assintomático mas os sintomas mais comuns são:
- Corrimento vaginal;
- Dor ao urinar;
- Prurido vaginal.
Para o diagnóstico é fundamental se realizar exame específico de sorologia para detecção de imunoglobulinas (IgG e IgM).
Quando o tratamento não é realizado, existe o risco de complicação com evolução para Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e posterior infertilidade por obstrução tubárea e/ou aderências pélvicas.
A infecção por clamídia no homem
No homem, a manifestação mais comum da infecção por clamídia é a uretrite, que pode aparecer em forma de disúria e corrimento uretral claro ou levemente esbranquiçado.
Outras patologias que podem aparecer relacionadas ou em decorrência da infecção por clamídia são epididimite aguda, conjuntivite, prostatite crônica e síndrome de Reiter (um tipo de artrite crônica) . A infecção por clamídia também é um co-fator relevante na transmissão do HIV.
A presença da clamídia também afeta diretamente a fertilidade masculina.
Diagnosticando a Clamídia
Por se tratar de uma bactéria de difícil percepção, o diagnóstico de clamídia depende de um cuidadoso exame clínico e análise do histórico do paciente, e então encaminhamento para a realização de exames laboratoriais específicos para a identificação da doença, de acordo com estágio da doença. São eles:
- Coloração pela técnica de Giemsa;
- Histopatologia ;
- Imunofluorescencia direta;
- Métodos imunoenzimáticos;
- Detecção de anticorpos;
O impacto da infecção por clamídia na vida reprodutiva
Quando age de forma assintomática, a infecção por clamídia pode provocar danos tubários muitas vezes de reparação difícil ou impossível, comprometendo de forma grave a capacidade reprodutiva da mulher.
As técnicas cirúrgicas destinadas a reparar os danos tubários em pacientes com seqüelas de infecção por clamídia, não têm mostrado resultados satisfatórios em termos de obtenção de gestações, deixando para esses casais a fertilização in vitro como única alternativa.
Tratamento de Clamídia
Apesar da dificuldade para detecção da doença, o tratamento para clamídia é simples, sendo feito por via medicamentosa, com o uso de antibióticos.
Clamídia, como se prevenir?
A forma mais eficaz de prevenir a infecção por clamídia é através da prática do sexo seguro, usando preservativos em todo encontro sexual, principalmente com parceiros novos.
Antes de começar a ter relações com um novo parceiro é sempre aconselhável que os dois façam testes para a presença de clamídia e de outras doenças sexualmente transmissíveis.