A inseminação intrauterina, popularmente conhecida como inseminação artificial, é uma das técnicas mais antigas da reprodução assistida. É indicada para casais que precisam de doação de sêmen ou que apresentam infertilidade masculina leve. Também é uma opção nos casos de anovulação e infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Assim como a mulher pode ter uma série de alterações que afetam sua capacidade reprodutiva, o homem também pode ser infértil por vários fatores — alguns mais simples de resolver, outros mais complexos. A gravidade da infertilidade depende das causas associadas.
Felizmente, existem tratamentos para muitos dos problemas que desencadeiam a infertilidade masculina. Em determinadas situações, a reprodução assistida é necessária e o casal é avaliado de forma detalhada para receber a indicação das técnicas mais apropriadas.
A inseminação intrauterina não é comumente indicada, uma vez que não pode superar fatores graves de infertilidade masculina — é sobre isso que vamos falar neste post. Continue a leitura para entender quando e como essa técnica é realizada!
O que é e como é feita a inseminação intrauterina?
A inseminação intrauterina é um tratamento de reprodução humana assistida, considerado de baixa complexidade. O objetivo é aumentar as chances de gravidez do casal, ao introduzir uma amostra de sêmen diretamente na cavidade uterina, colocando os espermatozoides mais próximos do local da fecundação.
A técnica é de baixa complexidade, pois requer poucos procedimentos para intervir no processo conceptivo. Além disso, o óvulo é fertilizado naturalmente no corpo da mulher, isto é, in vivo — diferentemente da fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade que demanda várias etapas de realização e a fecundação dos óvulos ocorre em laboratório.
A inseminação intrauterina pode ser realizada com ou sem estimulação ovariana, dependendo dos fatores de infertilidade envolvidos. Quando a técnica é indicada para infertilidade masculina e a mulher tem boa reserva ovariana e ovulação regular, é possível fazer a inseminação em ciclos não estimulados. Também é importante que a paciente tenha pelo menos uma das tubas uterinas em boas condições.
Em resumo, a inseminação intrauterina é realizada em três etapas:
- estimulação ovariana (quando necessário);
- preparo seminal;
- introdução da amostra de sêmen no útero.
Com a estimulação ovariana — técnica que utiliza medicamentos hormonais para desenvolver e amadurecer os óvulos —, a paciente passa por exames de ultrassonografia e dosagens hormonais para acompanhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos e prever o dia da ovulação.
Na etapa do preparo seminal, a amostra de esperma é processada com técnicas de capacitação espermática. Isso permite identificar os espermatozoides com motilidade e boa morfologia, os quais são separados para serem inseridos no útero da paciente.
O procedimento de inseminação é feito em consultório no dia da ovulação, não necessita de anestesia e internação, pois é simples, rápido e indolor. Com a paciente em posição ginecológica, a amostra de sêmen é colocada por via vaginal com uma fina cânula. Após serem colocados no útero, os espermatozoides devem avançar até as tubas uterinas para encontrar o óvulo e realizar a fecundação.
Quais são os parâmetros seminais normais?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), determinados valores estão definidos como parâmetros seminais normais para a fertilidade masculina. Esses valores são avaliados por meio do exame de espermograma, que realiza a análise macroscópica e microscópica do sêmen.
Primeiramente, são observadas as características físicas do esperma, que incluem os seguintes parâmetros:
- volume ejaculado — no mínimo 1,5 ml de líquido seminal;
- coloração do sêmen — branca opalescente;
- pH — acidez entre 7,2 e 8,0;
- tempo de liquefação — 60 minutos.
A segunda parte da análise é feita com microscópio. Nesse momento, são avaliados os aspectos referentes aos espermatozoides, os quais devem apresentar:
- concentração de 20 milhões de gametas por ml de sêmen ou mínimo de 39 milhões na amostra total;
- pelo menos 32% de espermatozoides com motilidade progressiva;
- no mínimo, 4% de espermatozoides com morfologia normal;
- 58% de gametas vivos em uma amostra.
Resultados do espermograma que condizem com os parâmetros seminais adequados indicam normozoospermia. As alterações mais graves são aspermia (ausência de sêmen), azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), oligozoospermia (baixa quantidade de espermatozoides) e necrozoospermia (maior parte dos gametas mortos).
Teratozoospermia e astenozoospermia — baixa quantidade de espermatozoides com boa morfologia e motilidade, respectivamente — são consideradas alterações seminais moderadas.
Inseminação intrauterina para infertilidade masculina: quando é indicada?
A inseminação intrauterina é indicada para casais com infertilidade masculina somente quando há alterações seminais leves ou moderadas em relação aos aspectos de motilidade e morfologia dos espermatozoides, portanto, em casos de oligozoospermia, astenozoospermia e teratozoospermia.
Como vimos, na etapa de preparo seminal, é possível identificar os espermatozoides móveis e morfologicamente saudáveis, os quais são selecionados para constituir a amostra que será introduzida no útero da paciente. Assim, os gametas que não atendem aos parâmetros de qualidade são descartados.
No entanto, a FIV é indicada com mais frequência que a inseminação intrauterina quando se trata de infertilidade masculina, principalmente diante de alterações graves como a azoospermia, oligozoospermia, astenozoospermia ou teratozoospermia moderada ou grave.
Em casos de azoospermia, o tratamento é feito com recuperação espermática, por meio de procedimentos de punção ou microcirurgia, e os espermatozoides são diretamente injetados nos óvulos com a fertilização por ICSI.
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