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ISTs e reprodução assistida

Por Equipe Origen

Publicado em 23/07/2025

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) oferecem risco à saúde reprodutiva de homens e mulheres. Muitos desses processos infecciosos são assintomáticos ou ocorrem com sintomas discretos, dificultando o diagnóstico precoce e aumentando o risco de transmissão e de sequelas no aparelho reprodutor.

As ISTs são causadas por vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos. A principal forma de contágio é por meio da transmissão dos patógenos no contato sexual sem proteção. As complicações de uma IST que não foi devidamente tratada incluem obstrução tubária, endometrite crônica, azoospermia obstrutiva ou oligozoospermia semiobstrutiva, entre outras condições que podem deixar a pessoa infértil.

Antes, o termo utilizado era “doença sexualmente transmissível (DST)”. No entanto, a nomenclatura mudou para IST, pois muitas dessas infecções não apresentam sintomas. Assim, uma pessoa pode estar infectada e transmitir o patógeno, mesmo sem desenvolver a doença de forma ativa.

As perguntas que trouxemos neste post são: o que acontece quando uma pessoa com IST deseja recorrer à reprodução assistida? É necessário tratar a infecção antes de tentar engravidar? E quais são as melhores alternativas para quem teve a fertilidade prejudicada por uma IST?

Continue a leitura e confira as respostas!

Por que as ISTs podem afetar a fertilidade?

Nem todas as ISTs levam à infertilidade, mas algumas podem causar processos inflamatórios e danos aos órgãos reprodutores. Dentre as mais associadas a problemas de fertilidade, estão: clamídia, gonorreia, HPV, sífilis, entre outras.

A clamídia e a gonorreia são causadas por bactérias e podem desencadear a doença inflamatória pélvica (DIP) nas mulheres. Nos homens, podem causar inflamação na uretra (uretrite) e nos epidídimos (epididimite), chegando a afetar também os testículos em alguns casos (orquiepididimite).

A DIP consiste em inflamações simultâneas em órgãos do trato genital feminino, como cervicite (no colo do útero), endometrite (na parte interna do útero) e salpingite (nas tubas uterinas). Nesses casos, uma das principais sequelas associadas à infertilidade é a obstrução tubária associada ou não à hidrossalpinge, condição que afeta a movimentação dos gametas e a fertilização, além de aumentar o risco de gravidez ectópica.

No trato reprodutivo masculino, as inflamações decorrentes de ISTs também podem causar pontos de obstrução, impedindo a passagem dos espermatozoides. Quando os gametas não são encontrados no sêmen, no exame de espermograma, classifica-se essa alteração como azoospermia. 

A infecção por papilomavírus humano (HPV) pode não ter impacto direto na fertilidade feminina, mas alguns tipos de vírus causam lesões precursoras de câncer no colo do útero, exigindo tratamentos que oferecem risco às funções reprodutivas. Já no homem, o HPV tem efeitos na qualidade dos espermatozoides, afetando principalmente a motilidade espermática.

Outras ISTs, como sífilis, HIV e hepatites virais, embora não afetem diretamente a fertilidade, podem oferecer riscos ao desenvolvimento gestacional e exigem um acompanhamento rigoroso para evitar a transmissão vertical para o bebê.

Como suspeitar e diagnosticar uma IST?

Muitas ISTs não apresentam sintomas evidentes, tornando o diagnóstico mais difícil sem exames laboratoriais. Na mulher, as manifestações clínicas mais comuns incluem:

  • corrimento vaginal com aspecto purulento;
  • ardência ao urinar; 
  • dor pélvica; 
  • feridas ou verrugas na região genital; 
  • sangramentos fora do período menstrual ou após a relação sexual.

Os sintomas masculinos também podem incluir dor e queimação para urinar, corrimento peniano, presença de verrugas genitais, além de, eventualmente, dor para ejacular e hematospermia (presença de sangue no sêmen).

A partir da avaliação dos sintomas, exames de sangue e, em alguns casos, análises das secreções genitais são solicitados para verificar a presença de microrganismos infecciosos.

Durante a investigação da infertilidade conjugal, testes para o rastreio de infecções são realizados e podem identificar ISTs que não foram diagnosticadas anteriormente devido à ausência de sintomas. 

O espermograma, a ultrassonografia pélvica transvaginal e a histerossalpingografia também podem revelar problemas decorrentes das ISTs, como azoospermia, hidrossalpinge e obstrução da tuba uterina.

ISTs e reprodução assistida: há mais chances de gravidez nesse contexto?

A reprodução assistida tem alternativas eficazes para casais que tiveram sua fertilidade comprometida, seja por ISTs, seja por diversas outras causas. No entanto, antes de iniciar qualquer tratamento para engravidar, é necessário tratar a infecção. Isso porque algumas ISTs podem levar a complicações, como abortamento, malformação fetal, parto prematuro ou infecção neonatal.

No contexto da reprodução assistida, os médicos avaliam individualmente cada caso e indicam o tratamento mais adequado. Para os casais com sequelas de ISTs, como obstrução tubária ou azoospermia obstrutiva, a fertilização in vitro (FIV) se torna a principal técnica para alcançar a gravidez.

Se as duas tubas uterinas foram danificadas, a fecundação natural não é possível, pois o encontro entre óvulo e espermatozoide deve ocorrer nesses órgãos. Na FIV, a fertilização ocorre em laboratório e os embriões são colocados no útero em fase de implantação, portanto as tubas não precisam ser percorridas. 

Para os homens que desenvolvem azoospermia, as técnicas de recuperação espermática são indicadas. Assim, realiza-se a coleta dos espermatozoides que ainda estão nos órgãos reprodutores. Esses gametas são usados para fertilizar os óvulos com a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). 

Pacientes que serão submetidos às técnicas de reprodução assistida realizam alguns exames de IST obrigatórios pela Lei atual. 

Você viu que as ISTs oferecem riscos à fertilidade, mas com o tratamento adequado e a ajuda da reprodução assistida, é possível ter uma gravidez saudável. Para isso, é importante buscar orientação médica especializada, esclarecer dúvidas e conhecer as alternativas mais adequadas.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.