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Menopausa e infertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 24/08/2022

A relação entre menopausa e infertilidade é bem estabelecida. Antes dessa fase, na verdade — após os 35 anos —, a mulher já apresenta uma redução nas chances de gravidez espontânea. Isso ocorre em razão da diminuição progressiva do número de óvulos, bem como do declínio na qualidade dessas células.

A vida reprodutiva da mulher começa na puberdade, normalmente entre os 10 e os 14 anos. A primeira menstruação é chamada de menarca e representa o início dos ciclos ovulatórios. A partir de então, o corpo da menina está biologicamente pronto para gerar outra vida — embora ainda existam implicações psicológicas e sociais, sendo a adolescência considerada uma fase precoce para a gravidez.

A partir do primeiro ciclo menstrual, o corpo da mulher é preparado por hormônios, mês após mês, para a ovulação e uma possível fecundação. Isso ocorre até a idade da menopausa, marcando o fim da vida fértil feminina.

Dê continuidade à sua leitura para entender melhor qual é a relação entre menopausa e infertilidade!

O que é menopausa e quando isso acontece?

Menopausa é o evento fisiológico caracterizado pelo fim dos ciclos menstruais. Isso acontece mais comumente entre os 45 e os 55 anos. Antes, no entanto, a mulher passa pelo climatério ou pré-menopausa, que é a fase de transição da vida fértil para a interrupção definitiva da fertilidade.

A menopausa acontece porque a reserva ovariana — nome dado à quantidade de óvulos armazenados — se esgota completamente, encerrando a função dos ovários. Daí em diante, a mulher não tem mais ovulação e menstruação, assim como sofre uma queda drástica da produção de estrogênio e progesterona, hormônios reprodutivos produzidos nos ovários e, em menor quantidade, nas glândulas suprarrenais.

A partir da menarca, ciclo após ciclo menstrual, os ovários começam a desenvolver vários folículos. Um deles cresce o suficiente, amadurece e libera um óvulo para a fecundação, enquanto os demais interrompem seu desenvolvimento e não voltam a compor a reserva ovariana. Dessa forma, a reserva diminui progressivamente até a menopausa.

A menopausa é um evento muito importante na vida da mulher e requer acompanhamento médico para reduzir os desconfortos causados pela redução de hormônios. Podem surgir sintomas como ondas de calor, insônia, suor noturno, oscilações de humor, alterações urogenitais, como a secura vaginal, além, é claro, da ausência de menstruação.

O que é menopausa precoce?

A menopausa precoce, ou falência ovariana prematura (FOP), é caracterizada pela parada dos ciclos ovulatórios e menstruais antes dos 40 anos. Em muitos casos, a mulher ainda não teve filhos e precisa recorrer às técnicas da medicina reprodutiva para engravidar.

Os mecanismos envolvidos na menopausa precoce incluem depleção e/ou disfunção folicular. No primeiro caso, ocorre a redução do número de folículos ovarianos. Já a disfunção é determinada pela baixa resposta folicular ao estímulo dor hormônios hipofisários FSH e LH, que regulam a foliculogênese.

Muitos dos casos de menopausa precoce são idiopáticos (sem causa definida). As principais causas identificadas são alterações genéticas ou cromossômicas e fatores iatrogênicos. Doenças autoimunes também são apontadas.

Entre as alterações genéticas, as mais relacionadas à falência ovariana prematura são a síndrome de Turner e a síndrome do X frágil. As causas iatrogênicas são referentes a intervenções médicas, como cirurgias nos ovários e tratamentos oncológicos.

O que fazer quando a mulher fica infértil antes do tempo?

Diante do diagnóstico de menopausa precoce ou de outras condições de infertilidade, as técnicas de reprodução assistida são indicadas. Uma avaliação detalhada do casal é realizada para definir a melhor forma de tratamento.

A reprodução assistida trabalha com técnicas de baixa e alta complexidade que são indicadas de acordo com os fatores de infertilidade identificados. A fertilização in vitro (FIV) é a alternativa mais promissora para pacientes com idade superior a 35 anos e baixa reserva ovariana. Além disso, esse tipo de tratamento pode ser complementado por técnicas específicas para aumentar as chances de sucesso.

Nos casos em que a reserva ovariana está muito baixa ou completamente esgotada, não é mais possível recuperar os óvulos da paciente, mas a gravidez ainda pode acontecer ao realizar a FIV com doação de óvulos.

Quando o risco de menopausa precoce é avaliado antes do esgotamento da reserva ovariana, a paciente pode fazer a preservação da fertilidade. Isso é feito com coleta e criopreservação (congelamento) dos óvulos. Quando a mulher decide ter filho, os óvulos são descongelados e o tratamento de FIV continua.

Outra importante técnica complementar é o teste genético pré-implantacional (PGT), que faz a análise das células embrionárias para rastrear alterações gênicas e cromossômicas. Esse recurso é particularmente relevante para pacientes com síndrome do X frágil que, além da falência ovariana prematura, apresentam risco de gerar filhos com deficiência intelectual.

As chances de êxito na FIV também são reduzidas após os 40 anos, mesmo com o uso de técnicas avançadas como o PGT-A.

Leia agora nosso texto principal sobre infertilidade feminina e entenda quais são as outras condições que precisam de atenção!