Agende a sua consulta

Menstruação após histeroscopia cirúrgica

Por Equipe Origen

Publicado em 18/11/2022

A relação entre histeroscopia e menstruação alterada pode ser questionada pelas mulheres que passaram recentemente ou estão indicadas ao tratamento com essa técnica cirúrgica. Afinal, se há manipulação direta do endométrio (tecido intrauterino), é possível que alguma mudança seja percebida no sangramento menstrual após o procedimento.

Histeroscopia é uma técnica de endoscopia ginecológica, feita com finalidade diagnóstica e cirúrgica. Representa um avanço da medicina e da tecnologia na área da saúde da mulher, pois permite a visualização direta do interior do útero e a correção de diversas anormalidades endometriais.

Vamos abordar, neste texto, a relação entre menstruação e histeroscopia, considerando a ação da cirurgia no endométrio e as possíveis alterações menstruais consequentes. Além disso, vamos mostrar quando essa técnica é indicada e de que forma pode ajudar na recuperação da fertilidade feminina.

Confira essas informações!

Útero, endométrio e menstruação

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino. Sua principal função é abrigar e nutrir o feto durante a gravidez, mas também é o órgão que está diretamente relacionado à menstruação.

Para entender melhor essa relação, precisamos relembrar a formação histológica da parede uterina. São três camadas de tecido que constituem o órgão. De fora para dentro, temos:

  • a superfície serosa;
  • o miométrio (camada muscular);
  • o endométrio.

Como já havíamos adiantado na introdução do post, o endométrio é o tecido intrauterino, é a parte interna do órgão. Quando o óvulo é fecundado, é nessa camada uterina que o embrião se implanta para iniciar o desenvolvimento gestacional.

Para ter condições propícias à implantação embrionária, o endométrio passa por diversas modificações no decorrer do ciclo menstrual. Atividades proliferativas e secretórias, estimuladas pelos hormônios ovarianos (estrógenos e progesterona), deixam o tecido endometrial fisiologicamente preparado para receber o embrião.

Se não houver fecundação e implantação, os níveis dos hormônios diminuem, fazendo parte do endométrio se desprender da parede uterina. É esse processo que desencadeia a menstruação. Portanto, o sangramento menstrual que conhecemos é produto da descamação endometrial.

Podemos ver, com isso, que a histeroscopia pode alterar a menstruação de alguma forma, ao menos no primeiro ciclo após o procedimento, visto que age diretamente na manipulação do endométrio.

Indicações e procedimento da histeroscopia

A histeroscopia é uma técnica de visualização direta da cavidade uterina, é não invasiva e de alta efetividade no diagnóstico e no tratamento de anormalidades endometriais. Tanto que é considerada padrão ouro no manejo das doenças do útero.

O procedimento cirúrgico da histeroscopia é realizado em ambiente hospitalar. A paciente é anestesiada, permanece em posição ginecológica e um instrumento (o histeroscópio) com sistema de iluminação e microcâmera é inserido pela vagina. As imagens do interior do útero são obtidas com nitidez e transmitidas em um monitor de vídeo.

Os microinstrumentos cirúrgicos, como pinça e tesoura, também são inseridos com o histeroscópio para corrigir as anormalidades identificadas. Todos esses materiais são de pequeno calibre e podem passar pelo canal cervical sem lesionar a paciente.

Assim, a histeroscopia é indicada e realizada de acordo com as doenças que estão afetando a mulher — muitas das quais estão também relacionadas à infertilidade feminina, visto que alteram o endométrio.

De modo geral, a histeroscopia é indicada para investigar ou tratar os seguintes casos:

  • miomas submucosos;
  • pólipos endometriais;
  • septo uterino;
  • sinequias;
  • sangramento uterino anormal;
  • infertilidade;
  • espessamento do endométrio pós-menopausa;
  • istmocele;
  • endometrite.

Além dessas indicações, a histeroscopia é importante para realizar biópsia endometrial dirigida, procedimento necessário para casos que precisam de análise histopatológica e imuno-histoquímica, como endometrite e câncer de endométrio.

Ainda, a histeroscopia pode ser realizada para fazer a retirada de restos ovulares persistentes após aborto, bem como a remoção de corpo estranho — a exemplo do dispositivo intrauterino (DIU), quando os fios da peça não são encontrados no exame ginecológico.

Histeroscopia e menstruação: possíveis alterações após a cirurgia

Pacientes com ciclos menstruais regulares são orientadas a realizar a histeroscopia na fase folicular, isto é, no período entre o término do fluxo menstrual e a ovulação — preferencialmente, entre 7 e 13 dias após o início da menstruação. Isso é importante porque, nesses dias do ciclo, o endométrio está menos espesso, o que facilita a identificação de pequenas anormalidades e a manipulação cirúrgica.

Após o procedimento, é normal ter sangramento, mas ainda não se trata da menstruação. A instrumentação realizada no endométrio provoca a perda de pequenos volumes de sangue no pós-operatório, uma vez que se trata de um tecido altamente vascularizado e que foi manipulado para a retirada de patologias.

O sangramento após a histeroscopia deve durar apenas alguns dias. Algumas pacientes também relatam a presença de cólicas após o procedimento. Senso assim, são prescritas medicações para aliviar possíveis dores.

Em relação à menstruação propriamente, o estresse cirúrgico pode, sim, levar à alteração do primeiro fluxo menstrual subsequente à realização da histeroscopia. Outra possível alteração é que a menstruação pode vir mais intensa que o habitual. A tendência é que o fluxo volte ao normal a partir do ciclo seguinte.

Histeroscopia, infertilidade e reprodução assistida

A histeroscopia é a técnica de escolha para o tratamento de doenças uterinas que, normalmente, causam infertilidade. Portanto, é um recurso de extrema importância no âmbito da reprodução assistida, sendo, muitas vezes, necessária antes dos tratamentos para engravidar.

Uma investigação aprofundada dos fatores de infertilidade do casal deve revelar anormalidades no útero que estejam impedindo a gravidez espontânea. Assim, a histeroscopia é realizada e, depois disso, a mulher pode seguir com suas tentativas de gravidez.

Entre as técnicas de reprodução assistida, a fertilização in vitro (FIV) é indicada para os casos de infertilidade por fator uterino. As chances de sucesso são boas, mas, além de depender das condições favoráveis do útero, também estão relacionadas à idade materna e à qualidade do embrião.

Veja mais informações em nosso texto institucional sobre histeroscopia!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.