O que é DNA espermático?

Por Equipe Origen

Publicado em 14/08/2025

A fertilidade masculina é tão importante para a concepção quanto a feminina. Além da produção de uma quantidade adequada de espermatozoides, é preciso que essas células tenham boa qualidade (morfologia normal e motilidade progressiva) e provavelmente uma boa integridade do DNA espermático

Outro fator necessário para a fertilidade masculina é o transporte dos espermatozoides pelo trato reprodutivo do homem, que deve estar livre de obstruções para que os gametas consigam se unir aos fluídos que formam o sêmen para serem liberados por meio da ejaculação. Somente assim, eles poderão entrar no corpo feminino para realizar a fertilização natural.

A integridade do material genético dos espermatozoides, isto é, do DNA espermático, pode ser muito importante para o processo de fertilização e desenvolvimento embrionário. É esse conceito que vamos abordar neste artigo. Siga com a leitura e compreenda!

Qual é a função dos espermatozoides?

Primeiramente, vale recordar o que são os espermatozoides e sua função. Embora a resposta seja óbvia — a função é fertilizar o óvulo para gerar uma nova vida —, muitas pessoas ainda se confundem em relação aos termos “sêmen”, “esperma” e “espermatozoides”.

O sêmen é o fluído liberado pelo homem durante o orgasmo. Ele contém uma mistura de líquidos produzidos por diferentes glândulas do sistema reprodutor masculino, incluindo as vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais. Esse fluído ejaculado também pode ser chamado de esperma.

Os espermatozoides, por sua vez, são os gametas ou células reprodutivas masculinas. Eles estão presentes no sêmen, mas só podem ser vistos com um microscópio. A maior parte do líquido seminal é composta por secreções que nutrem e protegem os espermatozoides para que eles consigam cumprir seu trajeto no trato reprodutivo feminino, migrando até as tubas uterinas, onde o óvulo deve ser fertilizado.

Cada espermatozoide carrega metade do material genético necessário para a formação de um embrião, que receberá a outra metade do gameta feminino, o óvulo, formando assim a primeira célula de um novo organismo, constituída por um DNA exclusivo.

Os espermatozoides são células especializadas, compostas por três partes principais: 

  • a cabeça, que contém o núcleo, onde está armazenado o DNA espermático, e o acrossomo, uma organela que libera enzimas essenciais para penetrar no óvulo;
  • a peça intermediária, rica em mitocôndrias, que fornecem a energia necessária para a movimentação do espermatozoide;
  • a cauda (flagelo), responsável pela locomoção do gameta, permitindo que ele nade em direção ao óvulo.

O que é DNA espermático?

O DNA espermático refere-se ao material genético contido no núcleo do espermatozoide. Ele carrega as informações hereditárias que serão transmitidas aos descendentes. A integridade desse DNA é determinante para a fertilização bem-sucedida e o desenvolvimento saudável do embrião.

Quando o DNA espermático está fragmentado, há quebras ou danos em sua cadeia (fitas de polinucleotídeos que formam a dupla hélice). Essa condição pode comprometer a capacidade de fertilização ou formar embriões de baixa qualidade, podendo aumentar o risco de falhas na implantação no útero e aborto espontâneo.

É comum encontrar danos no DNA dos espermatozoides, mas o impacto na fertilidade masculina pode existir quando há altos índices de quebras nas cadeias de DNA. 

Entre as causas de altos índices de fragmentação do DNA espermático, estão: 

  • estresse oxidativo — desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade antioxidante do organismo, que leva a danos celulares;
  • varicocele — dilatação das veias testiculares que pode elevar a temperatura escrotal e afetar a produção e a qualidade dos espermatozoides;
  • infecções genitais também podem desencadear a liberação de substâncias inflamatórias que prejudicam o DNA espermático;
  • hábitos de vida nocivos ao organismo, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e exposição a toxinas ambientais podem aumentar a fragmentação do DNA;
  • envelhecimento — o avanço da idade está associado a uma maior incidência de danos no DNA espermático;
  • mas pode não haver uma causa aparente.

O que é o teste de fragmentação do DNA espermático?

O teste de fragmentação do DNA espermático é um exame laboratorial que avalia a porcentagem de espermatozoides com danos no DNA. Diferentemente do espermograma convencional, que analisa aspectos como quantidade, motilidade e morfologia dos espermatozoides, o teste de fragmentação fornece uma visão detalhada sobre a qualidade genética dos gametas.

As indicações para a realização do teste de fragmentação do DNA espermático podem incluir:

  • casais com infertilidade sem causa aparente (ISCA);
  • histórico de abortos espontâneos recorrentes;
  • falhas repetidas em tratamentos de reprodução assistida;
  • homens com fatores de risco conhecidos, como varicocele, idade avançada ou exposição a agentes tóxicos.

A realização desse teste pode auxiliar na identificação de problemas que não seriam detectados na análise seminal convencional, permitindo a escolha do tratamento mais adequado.

Quando a reprodução assistida pode ser necessária?

Quando o exame revela altas taxas de fragmentação do DNA espermático, é preciso avaliar as possibilidades de tratamento, que podem incluir as técnicas de reprodução assistida. Diante da infertilidade masculina, a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) é frequentemente indicada. 

A FIV com ICSI permite a seleção e injeção direta de um espermatozoide em cada óvulo, reduzindo as falhas de fertilização. Técnicas com ZyMot para a seleção dos gametas pode estar indicada. O microscópio utilizado na ICSI é de alta resolução, de modo que permite uma análise detalhada dos gametas antes de eles serem injetados nos óvulos. 

Para melhorar a qualidade do DNA espermático, intervenções para reduzir os fatores que contribuem para a fragmentação, como tratamento da varicocele, mudanças no estilo de vida e uso de antioxidantes, podem ser recomendadas antes ou junto com as técnicas de reprodução assistida.

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