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O que é endometriose iatrogênica?

Por Equipe Origen

Publicado em 31/07/2023

Endometriose iatrogênica é um assunto importante a ser explorado, principalmente por mulheres que sofrem com a doença e ainda querem engravidar. Essa patologia ginecológica é uma das que mais afeta a qualidade de vida, podendo causar infertilidade feminina e sintomas dolorosos.

Para falar sobre endometriose, precisamos relembrar como o útero é formado, visto que a doença tem relação direta com a histologia (formação tecidual) da parede uterina.

O útero é o maior órgão reprodutor feminino. Suas características anatômicas, histológicas e hormonais tornam o ambiente uterino apropriado para receber, proteger e sustentar o embrião/feto durante a gravidez.

A parede uterina que circunda a cavidade é composta por três camadas de tecidos. Da mais interna para a mais externa são: endométrio, miométrio e serosa. É no tecido endometrial, que reveste o útero internamente, que o embrião se implanta quando o óvulo é fecundado.

Quando não há embrião para se implantar, o endométrio descama e causa a menstruação. No ciclo seguinte, estimulado pelos hormônios reprodutivos, ele volta a ser preparado para uma possível gravidez.

Agora que você já tem ideia do que é o endométrio, continue a leitura e entenda o que é endometriose iatrogênica!

O que é endometriose?

Endometriose é uma doença inflamatória, crônica e hormônio-dependente, pois está diretamente associada à ação do estrogênio. É caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina.

Como vimos logo na introdução deste texto, o endométrio é o tecido que reveste a parte interna da parede uterina. Na endometriose, as células endometriais encontradas fora de seu sítio habitual também respondem ao hormônio estrogênio.

Assim como acontece com o endométrio normal, o tecido endometrial ectópico (encontrado fora do útero) se prolifera com o estímulo hormonal, descama e sangra no período menstrual. Como isso não deveria acontecer em outros órgãos, o organismo aciona as células de defesa que provocam uma reação inflamatória.

Dependendo do local e da profundidade das lesões endometrióticas, a doença é classificada como:

  • endometriose peritoneal/superficial;
  • endometrioma/cisto endometriótico ovariano;
  • endometriose profunda.

Há, ainda, outras classificações específicas, como endometriose intestinal, extra-abdominal e iatrogênica — vamos, agora, dar mais detalhes sobre essa última.

O que é endometriose iatrogênica?

A endometriose iatrogênica é assim classificada quando a portadora apresenta lesões resultantes da disseminação de fragmentos endometriais durante cirurgias ginecológicas e abdominais.

Acredita-se que a disseminação iatrogênica ou transplante mecânico de endométrio possa ocorrer em diferentes procedimentos cirúrgicos, sendo a cesariana o mais comum. Nesse caso, é causada a endometriose da parede abdominal.

A endometriose iatrogênica também pode se manifestar em cicatriz de episiotomia ou no local do trocater laparoscópico. Para inserir os instrumentos durante a videolaparoscopia, várias camadas da parede abdominal são manipuladas, de forma que as células de endométrio ectópico poderiam se implantar em diferentes locais, como peritônio, intestino e bexiga.

Quais são as outras possíveis causas de endometriose?

Nenhuma teoria por si só serve como explicação definitiva para o surgimento da endometriose. A doença é considerada multifatorial, portanto, pode envolver fatores anatômicos, hormonais, genéticos, imunológicos, entre outros.

No entanto, algumas das teorias que existem são bem aceitas e comprovadas no meio médico. A principal delas é a teoria da implantação de Sampson, também chamada de teoria da regurgitação transtubárica do sangue menstrual. Segundo essa ideia, o fenômeno da menstruação retrógrada pode fazer o sangramento refluir pelas tubas uterinas, em vez de escoar completamente pela vagina, e espalhar fragmentos endometriais pela cavidade pélvica.

Outra teoria bastante aceita é a da metaplasia celômica, a qual sugere que partes do epitélio celomático, que deu origem aos órgãos reprodutores na vida intrauterina, permaneceria no peritônio pélvico. Assim, sob estímulo estrogênico, esse tecido poderia se transformar em endométrio ativo e dar origem aos focos de endometriose.

Há, ainda, a teoria da endometriose iatrogênica, da disseminação linfática e hematogênica, entre outras, que são plausíveis, mas que não esclarecem por completo o desenvolvimento da doença.

Como identificar e tratar a endometriose?

Independentemente da causa da endometriose, trata-se de uma patologia que pode ser bastante dolorosa e prejudicar o bem-estar e as chances de gravidez da mulher. As apresentações clínicas são variadas, mas os seguintes sintomas podem aparecer:

  • dor pélvica crônica;
  • cólicas de intensidade progressiva;
  • dor na relação sexual;
  • infertilidade;
  • alterações nos hábitos intestinais e urinários durante o período menstrual.

O diagnóstico é feito com base no relato dos sintomas e nos achados dos exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica, a ressonância magnética e a videolaparoscopia.

O tratamento, quando cirúrgico, também é feito por via laparoscópica. O planejamento terapêutico depende do mapeamento das lesões e do tipo de endometriose diagnosticado. Contudo, a maioria dos casos não necessita de cirurgia e são controlados com medicação.

Em situação de infertilidade, o tratamento da endometriose iatrogênica, bem como de outros subtipos da doença, ainda pode incluir técnicas de reprodução assistida. Casos mais simples podem ser tratados com estimulação ovariana e indução de ovulação associada à relação sexual programada. Já as pacientes que tiveram prejuízos nos ovários ou nas tubas uterinas são indicadas à fertilização in vitro (FIV).

Aproveite sua visita e leia o texto sobre endometriose para conhecer mais detalhes da doença!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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