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O que é folículo dominante?

Por Equipe Origen

Publicado em 01/03/2022

As células reprodutivas das mulheres são chamadas tecnicamente de oócitos e normalmente são separadas umas das outras pelas células foliculares, que formam uma espécie de envoltório, mantendo os gametas femininos isolados.

Os folículos ovarianos, bem como todos os gametas femininos que eles contêm, são formados ainda no período embrionário, compondo o que chamamos reserva ovariana. Como a formação das células reprodutivas nas mulheres acontece de forma completa antes do nascimento, a reserva ovariana é um estoque limitado.

Entre a puberdade e a menopausa, a cada ciclo reprodutivo acontece uma sequência de eventos hormonais que recruta vários folículos ovarianos para retomarem o processo de desenvolvimento, estacionado no período embrionário, com o objetivo de disponibilizar um óvulo para a fecundação.

De todos os folículos recrutados a cada ciclo, apenas um se desenvolve o suficiente e conclui o processo de amadurecimento, participando da ovulação: o folículo dominante.

Esse texto mostra detalhadamente como é o processo que determina o folículo dominante e qual seu papel na dinâmica reprodutiva da mulher. Boa leitura!

O que são folículos ovarianos?

Os folículos ovarianos são estruturas multicelulares, localizadas no córtex dos ovários e que formam uma estrutura capsular em volta de cada óvulo, a célula reprodutiva feminina.

Cada folículo ovariano é composto por dois tipos celulares distintos, que desempenham papéis igualmente diferentes no ciclo reprodutivo:

  • as células da teca, que interagem principalmente com o LH (hormônio luteinizante);
  • as células da granulosa, que interagem tanto com o FSH (hormônio folículo-estimulante), como com o estrogênio.

As células da teca são mais externas, revestindo o folículo ovariano, enquanto as células da granulosa revestem internamente a estrutura folicular, mantendo contato com o óvulo.

Praticamente todo o córtex ovariano, ou seja, a região mais periférica, é formado pelas estruturas foliculares e suas células. Nos exames de imagem mais complexos, os folículos ovarianos são semelhantes a pequenas gotículas.

Como os folículos ovarianos participam do ciclo reprodutivo?

Na realidade, todo o ciclo reprodutivo tem como evento central a ovulação, quando um dos folículos ovarianos recrutados conclui o processo de desenvolvimento e amadurecimento e se rompe, liberando um óvulo maduro em direção às tubas uterinas, local em que a fecundação acontece. Esse folículo é chamado folículo dominante.

Além de participar da ovulação, é a partir das células do folículo dominante que o corpo lúteo é formado após a liberação do óvulo maduro na ovulação. O corpo lúteo é uma glândula endócrina temporária, responsável pela produção de progesterona, hormônio fundamental para o sucesso da gravidez.

O que é folículo dominante?

Antes do recrutamento folicular orquestrado pela ação do FSH e a formação do folículo dominante, todos os folículos ovarianos são chamados primordiais e contêm óvulos estacionados em um estágio específico de desenvolvimento, desde o período embrionário.

Com o início da produção de gonadotrofinas, assim que o sangue menstrual aparece, vários folículos primordiais são convocados a retomar seu processo de desenvolvimento, especialmente pela ação do FSH sobre as células foliculares da granulosa.

A ação do LH sobre as células foliculares da teca induz a produção de testosterona, que é prontamente convertida em estrogênio pela ação do FSH. Esse hormônio, também participa da ovulação, além de ser responsável, assim como a progesterona, pela preparação do endométrio, tecido que reveste internamente o útero, no qual o embrião se implanta para dar início à gestação.

Durante esse processo, a maior parte dos folículos primários apresenta problemas para concluir o amadurecimento, e apenas um folículo consegue concluir a maturação, tornando-se um folículo secundário ou folículo dominante.

No interior do folículo dominante, além do óvulo, há também uma espécie de cavidade, chamada antro, que permite o desenvolvimento do gameta feminino durante o amadurecimento pré-ovulatório, além de pequenos vasos, que irrigam essas estruturas.

Por que o folículo dominante é importante para a reprodução assistida?

Nas diversas técnicas de reprodução assistida, o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos pode ser estimulado durante a primeira etapa, chamada de estimulação ovariana, presente em todos os tratamentos de reprodução assistida.

Na estimulação ovariana, a mulher recebe doses específicas de hormônios semelhantes aos produzidos pelo organismo, como o FSH ou LH. Dependendo da técnica, os protocolos podem variar, já que cada procedimento tem limitações e abrangências diversas.

Nas de baixa complexidade, RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial), como a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, são utilizadas dosagens hormonais mais baixas, para obter entre dois e três óvulos maduros, evitando, assim, a ocorrência de gestações múltiplas.

Nesses tratamentos, a mulher passa também pela indução da ovulação, em que uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana) auxilia o rompimento folicular e a liberação do óvulo.

Na FIV (fertilização in vitro), os protocolos de estimulação ovariana normalmente são mais robustos para obter uma quantidade maior de óvulos para a fecundação, realizada em laboratório. Embora a mulher também passe pela indução da ovulação, a aspiração folicular acontece antes do rompimento dos folículos.

Nesse procedimento, os folículos maduros são coletados individualmente e os óvulos posteriormente removidos em laboratório, quando são selecionados para a fecundação.

A disponibilidade de mais folículos dominantes é um dos fatores que mais contribuem para o sucesso da FIV, cujos percentuais são maiores, em média, do que os das demais técnicas.

Leia nosso conteúdo completo sobre a FIV tocando neste link.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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