A infertilidade conjugal é um conceito atual e que deve ser compreendido pelos casais que estão tentando engravidar. A informação é o caminho para ter menos receios e buscar ajuda médica para investigar o problema.
Define-se como infertilidade a dificuldade de engravidar naturalmente após um ano de tentativas. Hoje, isso não é mais visto como um problema de apenas um dos parceiros — sobretudo da mulher, que sempre foi mais apontada como infértil que o homem. Trata-se de uma condição conjugal, pois, muitas vezes, envolve uma combinação de fatores.
As causas da infertilidade de um casal podem estar associadas ao homem, à mulher ou até a ambos ao mesmo tempo, tornando essencial uma abordagem integrada para o diagnóstico correto e o tratamento eficaz. Essa visão permite intervenções terapêuticas mais personalizadas para ajudar o casal a alcançar a gravidez.
Leia o post completo e esclareça suas dúvidas!
O que é infertilidade conjugal?
A infertilidade conjugal é um problema compartilhado, não é da mulher ou do homem, mas da combinação de fatores dos dois. O conceito se refere à incapacidade de um casal engravidar ou levar uma gestação a termo após, pelo menos, um ano de tentativas quando a mulher tem menos de 35 anos, ou 6 meses após esta idade — considerando que se tenha a prática regular de relações sexuais sem o uso de contraceptivos.
Aproximadamente, 30% dos casos são de infertilidade feminina, outros 30% estão relacionados a fatores masculinos e 20% são decorrentes de ambos. Nos 20% restantes, a origem é desconhecida, sendo a situação considerada como infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Veja algumas das condições femininas e masculinas que podem tornar um casal infértil:
Fatores femininos
Entre os fatores femininos, os mais comuns incluem:
- distúrbios ovulatórios, principalmente relacionados à síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- obstrução das tubas uterinas;
- problemas no útero, como mioma submucoso, pólipo endometrial, síndrome de Asherman, entre outros;
- endometriose;
- baixa reserva ovariana, devido à idade da mulher, e condições médicas, ambientais etc.
Fatores masculinos
Nos homens, a infertilidade está relacionada a alterações seminais, como baixa contagem de espermatozoides, problemas de motilidade ou morfologia e fragmentação do DNA espermático. Entre as causas dessas alterações, estão:
- disfunções hormonais decorrentes de doenças endócrinas ou estilo de vida — que podem afetar não somente a produção e a qualidade dos espermatozoides, como também a libido e a ejaculação;
- alterações testiculares, como a varicocele;
- condições genéticas, imunológicas e metabólicas;
- obstruções no trato reprodutivo resultantes de infecções genitais ou defeitos congênitos;
- exposição frequente (ocupacional) a condições gonadotóxicas, como pesticidas, radiação, alta temperatura na região escrotal, entre outras.
Como é feita a investigação da infertilidade conjugal?
Compreender os fatores que causam a infertilidade conjugal é essencial para realizar um diagnóstico preciso. A avaliação conjunta de ambos os parceiros, com exames específicos e olhar clínico especializado, permite definir o tratamento mais adequado para cada casal.
Sendo assim, mesmo que um dos dois parceiros já tenha a suspeita de algum fator de infertilidade, é importante que o casal seja investigado por completo, começando pela avaliação do histórico clínico e reprodutivo e pelo levantamento dos sintomas.
Avaliação dos sintomas
A investigação da infertilidade conjugal envolve uma série de avaliações. Quanto aos sintomas, o próprio casal pode observar alterações no trato genital, que passam pela análise mais aprofundada do médico especialista na consulta.
Nos homens, os sinais e sintomas de doenças relacionadas à infertilidade podem incluir:
- alterações na função sexual, por exemplo, redução da libido e disfunção erétil;
- sinais de alterações hormonais, como redução dos pelos corporais e perda de massa muscular;
- presença de veias dilatadas nos testículos;
- dor escrotal ou peniana, inchaço testicular, dor para urinar e ejacular, secreção peniana e outros sinais de infecções genitais.
Nas mulheres, alterações nos ciclos menstruais e dor pélvica são fortes indícios de problemas ginecológicos. Outros sintomas comuns de doenças que podem deixar infértil são dor na relação sexual, cólicas menstruais intensas, sangramento uterino anormal, corrimento vaginal atípico e dor no baixo abdome.
Exames complementares
Para o homem, o principal exame solicitado é o espermograma, que avalia a concentração, a motilidade e a morfologia dos espermatozoides. Se houver resultados alterados na análise seminal, outros exames podem ser indicados, como dosagens hormonais e ultrassom da bolsa escrotal.
Ultrassonografia pélvica, dosagens hormonais e histerossalpingografia são exames frequentemente solicitados para a mulher. Se necessário, o médico pode ainda indicar histeroscopia ou outras técnicas para investigações específicas.
Ambos os parceiros podem ainda passar por exames genéticos para uma análise mais completa das causas da infertilidade.
O que fazer diante de um diagnóstico de infertilidade?
Diante da confirmação dos fatores de infertilidade conjugal, o casal deve conversar com um médico especialista em medicina reprodutiva sobre as opções de tratamento.
Abordagens clínicas, como o uso de medicamentos hormonais para regular a ovulação podem ser úteis em alguns casos. Há também situações em que pode ser necessária a intervenção cirúrgica, por exemplo, a correção de varicocele nos homens ou a remoção de pólipos endometriais nas mulheres.
Se esses métodos não forem suficientes, as técnicas de reprodução assistida são alternativas eficazes. Coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV) estão entre as possibilidades.
Esses tratamentos são personalizados com base no diagnóstico e nas características de cada casal. Nesse sentido, a orientação e o acompanhamento de uma equipe especializada são de grande relevância para lidar com os desafios da infertilidade conjugal.
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