As tubas uterinas, anteriormente conhecidas como trompas de Falópio, compõem o sistema reprodutor feminino junto com os ovários, o útero, a vagina e a vulva. A sua principal função é possibilitar o encontro entre o óvulo e o espermatozoide para que a fecundação aconteça. Por isso, a presença de qualquer anormalidade no órgão, como a obstrução das tubas uterinas, pode causar infertilidade feminina.
A obstrução das tubas uterinas é um assunto muito importante, pois é um dos principais fatores de infertilidade feminina. Este texto, além de demostrar o problema, destaca possíveis causas e suas consequências. Confira!
O que é obstrução das tubas uterinas?
As tubas uterinas são formadas por 2 tubos, que medem cerca de 10 cm cada, conectando os ovários ao útero. Durante a ovulação, um dos ovários libera o óvulo, que é captado pela tuba uterina para que a fecundação aconteça no seu interior. Porém, a obstrução das tubas uterinas dificulta a passagem dos espermatozoides, impedindo que o óvulo seja fecundado.
O bloqueio da tuba uterina pode ser causado por diversas fatores, como:
- Endometriose;
- Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
- Salpingite;
- Miomas;
- Aderências após a realização de cirurgias ginecológicas;
- Gravidez ectópica.
A laqueadura também provoca a obstrução das tubas uterinas, mas, nesse caso, é feita com o consentimento da mulher. É um método contraceptivo definitivo, em que as tubas uterinas são cortadas ou amarradas para impedir o encontro entre o óvulo e o espermatozoide.
Algumas causas podem não provocar sintomas, dificultando o seu diagnóstico. A infecção por clamídia é uma delas. Ela é uma das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) mais comuns no mundo, sendo transmitida por contato sexual sem preservativo com uma pessoa contaminada. As bactérias entram pelo canal vaginal da mulher e atingem as tubas uterinas, causando um processo inflamatório silencioso que pode danificar o órgão.
Qual a relação entre a obstrução das tubas uterinas e a infertilidade?
A gravidez acontece apenas se houver a fecundação, processo definido pelo encontro entre o óvulo e o espermatozoide. A cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado e capturado pelas fímbrias, estruturas parecidas com cílios, que se movimentam e o conduzem para o interior da tuba.
O período em que o gameta feminino está nas tubas uterinas é chamado de período fértil, a fase em que a mulher tem mais chance de engravidar. Com a chegada dos espermatozoides pelo sêmen, o encontro acontece e o óvulo é fecundado. Por fim, o embrião formado segue em direção ao útero para se implantar no endométrio, a camada interna uterina, e dar início à gestação.
Isto é, para que a mulher consiga engravidar, todos os órgãos do sistema reprodutor feminino — e masculino — precisam estar em boas condições. A presença de algum dano, como a obstrução das tubas uterinas, pode comprometer a fertilidade, pois impede que a fecundação aconteça.
O bloqueio pode atingir apenas uma (unilateral) ou as duas (bilateral) tubas uterinas. Em geral, a obstrução é assintomática. No entanto, a mulher pode ter sintomas relacionados à doença que está provocando a obstrução.
Além disso, a obstrução das tubas uterinas também aumenta o risco de gravidez ectópica, que pode ser fatal para a mulher. Ela ocorre quando o embrião se implanta fora do útero, na maioria dos casos, nas tubas uterinas. Por não ter espaço para se desenvolver, esse tipo de gestação precisa ser interrompida o mais rápido possível.
Como tratar a obstrução das tubas uterinas?
Em alguns casos, a obstrução das tubas uterinas pode ser revertida com tratamento cirúrgico. O procedimento visa remover as obstruções e reparar os danos do órgão. A cirurgia, em geral, é realizada por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que possibilita uma recuperação mais rápida do que as mais tradicionais. Deve-se levar em consideração a idade da mulher, não sendo aconselhável quando superior a 35 anos. Vale ressaltar que os resultados da reprodução assistida em qualquer alteração tubária são bem superiores aos da cirurgia.
No entanto, nos casos em que não é possível retirar as aderências tubárias ou a cirurgia não for suficiente para reverter a infertilidade, a reprodução assistida é indicada. A mais recomendada é a fertilização in vitro (FIV), técnica de maior complexidade e taxa de sucesso.
Na FIV, a fecundação acontece em laboratório após a coleta dos gametas do casal. Com a técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), o espermatozoide é introduzido diretamente no óvulo. Ou seja, a obstrução das tubas uterinas não influencia no processo.
Após alguns dias sendo observados, 2 ou 3 embriões (dependendo da idade da mulher), são transferidos para o útero. Caso existam embriões viáveis excedentes, eles devem ser criopreservados, seguindo as orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A obstrução das tubas uterinas é uma das principais causas de infertilidade feminina, pois bloqueia a passagem dos espermatozoides impedindo a fecundação. Entre as suas principais causas estão a endometriose, as infecções por ISTs, a salpingite e as cicatrizes provocadas por cirurgias ginecológicas. Nos casos em que não é possível remover as obstruções, o casal pode recorrer à reprodução assistida.
Neste cenário, a mais indicada é a FIV, pois é a única realizada em laboratório. Para conhecer o passo a passo da técnica, toque aqui!