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O que é útero retrovertido? Ele pode afetar a fertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 05/02/2024

Há diversas alterações, congênitas ou adquiridas, que podem modificar a anatomia e a função do útero, levando a mulher a ter problemas reprodutivos — relacionados à dificuldade de concepção ou à evolução da gravidez. A pergunta que você pode ter é: será que o útero retrovertido também prejudica a fertilidade?

Vale lembrar que o útero é um órgão fundamental para a reprodução, pois é nele que o embrião se implanta e o feto se desenvolve, recebendo oxigênio e os nutrientes necessários para o seu crescimento.

O útero está localizado na parte inferior do abdome, na cavidade pélvica. O órgão mede em torno de 7,5 cm de altura. Em sua parte superior, está ligado às tubas uterinas e, inferiormente, o colo uterino se liga à vagina. O tamanho do útero varia conforme o estado hormonal, a idade da mulher e o número de gestações.

A camada interna do útero é o endométrio. É um tecido ricamente vascularizado e que altera suas características de modo cíclico, renovando-se todo mês para uma possível implantação embrionária.

Todas as características anatômicas e histológicas do útero são necessárias para suas funções. Entretanto, alterações estruturais adquiridas (miomas, pólipos, adenomiose etc.) e congênitas (malformações, como o septo uterino) podem colocar a fertilidade feminina em risco.

Leia este post com atenção e descubra se o útero retrovertido também é uma causa de infertilidade!

O que é útero retrovertido?

O útero retrovertido é um órgão anatomicamente normal, mas tem uma variação em seu posicionamento na pelve, pois encontra-se projetado para trás, na direção da coluna vertebral e do reto.

A posição normal do útero na região pélvica é curvada na direção dos órgãos frontais. O órgão fica flexionado e inclinado para frente (posições de anteflexão e anteversão) em relação à bexiga, ao colo uterino e à vagina.

A mulher pode ter o útero retrovertido como uma alteração congênita ou adquirida. Doenças uterinas, como miomas volumosos, e complicações obstétricas podem modificar o posicionamento do órgão. Além disso, o próprio parto e o envelhecimento são condições que contribuem para o afrouxamento dos ligamentos que sustentam o útero, permitindo que ele altere sua posição na cavidade pélvica.

O útero retrovertido pode afetar a fertilidade?

Várias alterações uterinas podem causar infertilidade feminina, mas o útero retrovertido não é uma delas. Essa variação na posição do órgão não prejudica sua função e não reduz seu espaço interno. Sendo assim, o embrião/feto pode encontrar condições adequadas para o desenvolvimento.

Na falta desse entendimento, as pessoas podem pensar que o útero retrovertido é um dos tipos de malformações uterinas — estas, sim, estão associadas a prejuízos reprodutivos, como abortamento de repetição e parto prematuro.

Também chamadas de malformações mullerianas, as anomalias uterinas congênitas são defeitos anatômicos que diminuem o espaço intrauterino e afetam a vascularização do órgão. Algumas mulheres também apresentam formação rudimentar das tubas uterinas.

Em síntese, e respondendo à pergunta principal deste post: o útero retrovertido, como fator isolado, não afeta a fertilidade da mulher. Entretanto, o casal pode ter inúmeras outras condições que interferem nas chances de concepção natural. Sendo assim, recomendamos a busca por avaliação médica após um ano de tentativas de gravidez — ou 6 meses, para mulheres com mais de 35 anos.

Como identificar o útero retrovertido?

Quando o útero retrovertido não está associado a nenhuma doença, não há sintomas para identificá-lo. Se a alteração for causada por patologias estruturais uterinas, a mulher pode sentir cólicas, sangramento anormal, dor pélvica e dor na relação sexual.

O diagnóstico pode ser feito na avaliação ginecológica. Com o exame de toque, o médico pode notar alterações na anatomia e na posição do útero. Exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética, também são importantes para verificar anormalidades nos órgãos da pelve.

Acredita-se que o útero retrovertido seja um fator anatômico que aumenta o risco para endometriose. A relação entre essa doença e a infertilidade feminina já é bem estabelecida, por diversos mecanismos.

Na avaliação da infertilidade, a mulher pode descobrir que tem o útero retrovertido, mas isso não é motivo de preocupação e não necessita de tratamento. Contudo, se outros fatores femininos ou masculinos forem constatados, o casal pode precisar de ajuda da medicina reprodutiva para engravidar.

As causas de infertilidade conjugal são inúmeras, por exemplo: malformações uterinas; doenças uterinas adquiridas; obstrução tubária; disfunção ovulatória; endometriose; alterações espermáticas; infecções genitais; idade materna avançada; problemas genéticos, imunológicos, endócrinos etc.

O tratamento de reprodução deve ser individualizado, com base nas características e no diagnóstico de cada casal. Fatores mais simples podem ser superados com as técnicas de baixa complexidade: coito programado ou relação sexual programada e inseminação artificial. Para as condições mais complexas de infertilidade, a fertilização in vitro (FIV) é uma indicação a considerar.

Embora o útero retrovertido não ofereça riscos à fertilidade e ao desenvolvimento gestacional, há muitos outros fatores que podem distanciar o casal de seu sonho de ter filhos. Portanto, somente com avaliação especializada é possível estimar as chances de sucesso e conhecer as possibilidades de tratamento para cada situação.

Agora, conheça o passo a passo da técnica mais complexa da reprodução assistida com a leitura do texto sobre FIV- fertilização in vitro.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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