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O que são ligamentos uterossacros e qual a relação com a endometriose?

Por Equipe Origen

Publicado em 29/02/2024

O sistema reprodutor feminino tem funções complexas que permitem a reprodução humana a partir de processos biológicos como a ovulação, a fecundação e a gestação. Há diversas doenças, entretanto, que podem prejudicar a saúde da mulher e suas funções reprodutivas, uma das mais preocupantes é a endometriose.

São vários órgãos e tecidos que a endometriose pode lesionar, principalmente os que ficam na pelve, como as tubas uterinas, os ovários, os ligamentos uterossacros, entre outras estruturas.

A endometriose é uma doença crônica e inflamatória, que se caracteriza pela presença de endométrio funcional fora da cavidade uterina. O tecido endometrial, em seu local habitual, é o revestimento da parte interna do útero, ou seja, o local de implantação do embrião. Quando cresce fora do útero é chamado de endométrio ectópico e pode causar lesões dolorosas em vários locais do corpo feminino.

Acompanhe este artigo na íntegra e compreenda o que são ligamentos uterossacros e como eles são acometidos pela endometriose!

Qual região do corpo é mais afetada pela endometriose?

As lesões endometrióticas acometem principalmente os órgãos da região pélvica. A pelve está localizada logo abaixo do abdome e acima dos membros inferiores, é o local que abriga as estruturas dos sistemas reprodutor, urinário e intestinal.

Os fragmentos de endométrio ectópico são encontrados com mais frequência nos órgãos e tecidos próximos ao útero, incluindo: peritônio pélvico, ligamentos uterossacros, ligamentos redondos, tubas uterinas, ovários, região retrocervical, intestino, bexiga, ureteres, septo retovaginal e vagina.

A endometriose é considerada uma doença de amplo espectro e pode se apresentar em uma variedade de subtipos. Embora seja muito mais comum na região pélvica, há casos raros de presença de lesões endometrióticas extrapélvicas, em locais como: parede abdominal, diafragma, vesícula biliar, pâncreas, fígado, pulmões, coração, nervos periféricos e outros.

O que são ligamentos uterossacros?

Os ligamentos uterossacros são estruturas importantes do sistema reprodutor feminino, responsáveis ​​por fornecer suporte e estabilidade ao útero e à vagina apical dentro da pelve. Eles desempenham um papel fundamental durante a gravidez e a atividade sexual.

Localizados no compartimento posterior do trato genital feminino, os ligamentos uterossacros são formados por tecido fibroso e se estendem da parte superior do colo do útero até o osso sacro, que fica na base da coluna vertebral.

Os ligamentos uterossacros estão entre os locais mais comumente afetados pelas lesões endometrióticas, sobretudo na classificação de doença profunda. Vale lembrar que a endometriose pode ser classificada como superficial peritoneal, ovariana (endometrioma) ou profunda, de acordo com suas características morfológicas.

A endometriose pode causar espessamento ou formação de nódulos nos ligamentos uterossacros. Um dos principais sintomas nesses casos é a dispareunia de profundidade, caracterizada por dor no fundo da vagina durante a relação sexual, que pode piorar com a movimentação peniana e a mobilização do colo do útero.

Um ginecologista experiente no atendimento às pacientes com endometriose pode detectar as lesões nos ligamentos uterossacros durante o exame de toque vaginal. Com o procedimento de palpação, o médico pode perceber o ligamento irregular, sendo comum a mulher sentir dor no local.

Além do exame físico e do levantamento dos sintomas, a endometriose nos ligamentos uterossacros pode ser diagnosticada com um exame de ultrassonografia pélvica com preparo intestinal ou ressonância magnética.

Como tratar a endometriose?

A endometriose é uma doença com fortes impactos na qualidade de vida da mulher. Além de causar sintomas dolorosos, como cólicas intensas, dor pélvica crônica e dor na relação sexual, essa patologia é uma das principais causas de infertilidade feminina.

O tratamento da endometriose pode ser feito com medicamentos, cirurgia e técnicas de reprodução assistida para quem deseja engravidar. Os fatores que influenciam a escolha da conduta terapêutica são a idade da paciente, a intenção de gestação, a intensidade e a persistência dos sintomas e o comprometimento anatômico e funcional dos órgãos.

O uso de medicamentos hormonais, analgésicos e anti-inflamatórios é indicado apenas para controlar os sintomas, mas não agem na regressão das lesões. Também não são uma opção para as mulheres que querem a gravidez.

A cirurgia por videolaparoscopia é uma possibilidade para pacientes que não apresentam melhora com a medicação e/ou que têm muitas aderências pélvicas e distorção anatômica dos órgãos afetados pelas lesões endometrióticas.

As técnicas de reprodução assistida são importantes para as mulheres que não conseguem engravidar espontaneamente. Nos casos em que a endometriose não prejudica os ovários e as tubas uterinas, dependendo da idade da paciente, é possível tentar a gravidez com as técnicas de baixa complexidade — estimulação ovariana e indução da ovulação associadas à inseminação artificial ou à relação sexual programada.

Quando além de lesionar os ligamentos uterossacros e outras estruturas pélvicas, a endometriose causa danos ovarianos e tubários, considera-se a fertilização in vitro (FIV) como uma técnica mais efetiva.

Faça a leitura do texto principal sobre endometriose e conheça muito mais a respeito dessa doença!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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