Visto muitas vezes como um procedimento caro, a reprodução assistida envolve, basicamente, alguns processos que necessitam de profissionais especializados, medicamentos especiais, materiais específicos e alta tecnologia para que se atinjam altos índices de sucesso, o que acaba encarecendo o método.
Por isso, neste artigo, contaremos mais sobre a FIV e explicaremos o que é necessário fazer antes de a gestação ser confirmada e os pais começarem a planejar o tratamento.
Como funciona a fertilização in vitro?
O tratamento consiste, de forma resumida, na junção, em laboratório, de espermatozoides e óvulos e posterior cultivo dos embriões obtidos (por isso o termo in vitro). Os especialistas coletam o(s) óvulo(s), e os espermatozoides são obtidos por masturbação, punção ou biopsia testicular.
Para a fecundação ou fertilização existem dois métodos: 40.000 espermatozoides são colocados juntos de cada óvulo ou, com uma micropipeta e sob visão microscópica, a célula masculina é colocada diretamente no interior do gameta feminino. A avaliação da fecundação é realizada por microscopia, assim como o desenvolvimento embrionário.
Durante todo o tempo em que os gametas e embriões passam em cultivo, são mantidos em meios de cultura especiais, materiais descartáveis específicos em condições altamente controladas de temperatura, pressão, níveis de gases específicos, pH e osmolaridade. Isso tudo demanda equipamentos e estrutura especializada e feita somente para esse objetivo. Mais importante é a experiência da equipe que trabalha durante todos os momentos.
A equipe profissional, juntamente com o casal, elege o melhor momento para a transferência do(s) embrião(ões) para o útero. Com o apoio de técnicas ainda mais modernas e avançadas, pode-se obter aumento expressivo da taxa de sucesso do procedimento.
Quais são as etapas da FIV (fertilização in vitro) e por que envolvem tantos custos
No Brasil, os valores podem variar muito. Tudo dependerá da região, do nível dos especialistas e de quais equipamentos são utilizados na técnica. Como falamos anteriormente, é necessário cumprir algumas fases para realizar a FIV:
- Monitoramento e estimulação dos ovários;
- Retirada dos óvulos;
- Obtenção do espermatozoide;
- Fecundação em laboratório;
- Avaliação do desenvolvimento dos embriões;
- Transferência dos embriões;
- Em muitos casos, congelamento de embrião(ões) ou óvulo(s).
Passo 1
Inicialmente, a mulher recebe hormônios para estimular o crescimento de vários folículos. Esse processo é acompanhado por ultrassonografia e exames de sangue. Quando os folículos atingem o tamanho considerado ideal pelo(s) médico(s) responsável(eis), a paciente recebe outro hormônio para induzir o amadurecimento dos óvulos, antes da coleta.
Dessa maneira, os especialistas podem conseguir mais óvulos a serem fertilizados e, portanto, na maioria das vezes, mais embriões, aumentando a taxa cumulativa de sucesso. No entanto, esses hormônios têm valores elevados, muitas vezes superiores a todo o tratamento médico e laboratorial.
Passo 2
A retirada dos óvulos é realizada em um procedimento médico no qual, com a ajuda de uma ultrassonografia, uma agulha é usada para coletar os óvulos dos ovários. É o que chamamos de aspiração folicular. O procedimento é feito em ambiente cirúrgico e com anestesia por sedação.
O exame de imagem torna o processo mais rápido e seguro, já que o médico consegue identificar com maior precisão o local exato da coleta do(s) óvulo(s).
Passo 3
Logo após a retirada dos óvulos, o parceiro faz a coleta de esperma por masturbação no laboratório. Caso o parceiro não tenha espermatozoides no ejaculado, eles podem ser retirados diretamente do testículo ou do epidídimo.
Em um pequeno percentual de casos, pode ser necessário o uso de banco de sêmen.
Passo 4
A inseminação ou o é feita pelo cultivo por um período determinado de tempo das células germinativas masculina e feminina em conjunto ou pela técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em que um único espermatozoide é injetado diretamente dentro de cada óvulo, com o uso de um micromanipulador acoplado a um microscópio de grande aumento.
Passo 5
No dia seguinte à ICSI, é feita a avaliação para confirmar se houve a fertilização e aqueles que fertilizaram terão seu desenvolvimento acompanhado durante os diferentes estágios embrionários, até a seleção para transferência. Os embriões podem ser transferidos quando têm de 2 a 6 dias de desenvolvimento. A decisão sobre o melhor momento irá depender de cada caso.
Passo 6
A transferência para o útero só é realizada depois que os embriões são analisados e selecionados. Então é feito o procedimento de transferência em si: o especialista utiliza um espéculo para auxiliá-lo; na sequência, os embriões selecionados são depositados no endométrio por um cateter, que segue até o útero guiado por ultrassom.
Vale lembrar que cada um dos passos mencionados acima terá alto grau de sucesso se forem realizados com o auxílio da tecnologia, como incubadoras modernas, aparelhos de ultrassonografia, hormônios estimulantes e profissionais altamente treinados.
No entanto, manter todos esses equipamentos em uma clínica demanda muitos recursos financeiros. Por isso o preço da FIV (fertilização in vitro) em qualquer parte do mundo é considerado relativamente alto.
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