A FIV — sigla de fertilização in vitro — é uma técnica de alta complexidade, empregada nos tratamentos de reprodução humana assistida, com indicações abrangentes para casais com fatores complexos de infertilidade feminina ou masculina.
O objetivo central da FIV é fertilizar os óvulos fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial, e transferir os embriões para o útero, após alguns dias de pré-desenvolvimento embrionário, monitorado em incubadora de cultura.
A técnica segue etapas gerais que levam à formação e ao desenvolvimento dos embriões, mas alguns protocolos e procedimentos específicos podem variar, atendendo às características de cada casal — um exemplo disso é o número de embriões a serem transferidos, que está relacionado à idade da mulher, bem como à qualidade embrionária.
Reunimos, neste post, informações sobre a realização da FIV e os protocolos existentes para transferência embrionária. Para entender o assunto, continue sua leitura!
Quais são as principais etapas da FIV?
A FIV é uma técnica de maior complexidade, feita em várias etapas. Em resumo, os principais procedimentos envolvidos no tratamento são:
- estimulação ovariana — o primeiro passo é estimular o desenvolvimento de múltiplos folículos ovarianos com o uso de medicamentos hormonais;
- coleta dos óvulos — uma vez que os folículos se desenvolvem, eles são puncionados pouco antes da ovulação e os óvulos são coletados e analisados em laboratório;
- preparo seminal — o esperma também é coletado e preparado para que os espermatozoides com motilidade e morfologia adequadas sejam usados na fecundação dos óvulos;
- fertilização — os óvulos são fertilizados em sua maioria com uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI);
- cultivo embrionário — os embriões resultantes da fertilização são cultivados em laboratório por 2 a 7 dias, sob condições controladas que propiciam seu desenvolvimento inicial.
A transferência embrionária é realizada após todas as etapas descritas. Os embriões que foram continuamente monitorados e mostraram potencial de implantação são selecionados e transferidos para o útero da mulher. Após nove a doze dias, um teste de gravidez pode ser realizado para confirmar se a FIV foi bem-sucedida.
Quais são as regras e os protocolos para a transferência de embriões na FIV?
Existem regras e protocolos que devem ser seguidos com base nas características de cada casal para efetuar a transferência dos embriões, aumentando as chances de que um deles consiga se implantar na camada interna do útero.
Um dos critérios importantes é a escolha cuidadosa dos embriões que serão transferidos. Eles devem apresentar boa qualidade, o que pode ser avaliado pelo estágio de desenvolvimento, número de células e características morfológicas.
O número de embriões a transferir varia de acordo com a idade da mulher, histórico médico e outras condições específicas.
Outro procedimento importante é a preparação do útero da paciente para a transferência. Isso inclui a administração de medicamentos à base de progesterona para sincronizar o ciclo menstrual e aumentar a receptividade do endométrio.
Veja mais detalhes sobre a transferência de embriões na FIV:
Transferência em D2, D3 e D5
Os embriões podem ser transferidos em estágio de clivagem (com 2 ou 3 dias de divisão celular) ou de blastocisto (com 5 dias). O protocolo de transferência depende de aspectos como qualidade das células reprodutivas e número de embriões formados — os embriões que chegam ao estágio de blastocisto com 6 ou 7 dias são congelados para transferência em um ciclo posterior.
O procedimento de transferência de embriões é geralmente indolor e não requer anestesia. O teste de gravidez pode ser feito entre 9 e 12 dias depois que a paciente recebe os embriões.
Embora seja uma técnica com altas taxas de sucesso, nem sempre é garantia de uma gravidez bem-sucedida. No entanto, com avanços contínuos nas tecnologias empregadas na FIV e a partir de uma melhor compreensão do processo de implantação, a transferência de embriões tem se tornado cada vez mais bem-sucedida — seja utilizando o protocolo em D2, D3 ou D5.
Número de embriões a transferir
Em relação à quantidade permitida, a resolução nº 2.320/2022, do Conselho Federal de Medicina (CFM), determina que:
- mulheres com até 37 anos podem receber até 2 embriões em um ciclo de FIV;
- mulheres com mais de 37 anos podem receber até 3 embriões.
A qualidade também é importante. Nos casos em que o teste genético pré-implantacional (PGT) é realizado e identifica embriões euploides (com número correto de cromossomos), as chances de uma implantação bem-sucedida são maiores. Nessa situação, o número a transferir é de até dois embriões, independentemente da idade da mulher.
Também tem sido comum optar pela transferência de um único embrião euploide quando, no cultivo embrionário, o embriologista identifica boa qualidade e potencial de implantação (às vezes utilizando a inteligência artificial). Assim, os demais (se houver excedentes) são congelados e podem ser utilizados em outro ciclo, se for necessário repetir a tentativa.
As taxas de sucesso da FIV são altas, mas dependem das características do casal. Mulheres com menos de 35 anos, por exemplo, tem mais de 50% de chance de engravidar. Além da idade materna, a qualidade embrionária e a receptividade uterina são fatores determinantes para o êxito do tratamento.
Devido à complexidade e à importância do processo de reprodução humana, é essencial realizar a FIV com profissionais qualificados e experientes e em instituições de qualidade comprovada.
Faça a leitura do nosso texto sobre fertilização in vitro (FIV) e confira, em detalhes, as etapas do tratamento, assim como as técnicas complementares que podem ser acrescentadas!