Agende a sua consulta

Receptividade endometrial e nidação: saiba mais sobre a relação

Por Equipe Origen

Publicado em 10/05/2022

Antes que o casal chegue ao momento de confirmar uma gravidez, vários processos devem ocorrer adequadamente no corpo da mulher: ovulação, migração dos espermatozoides pelo trato reprodutivo feminino, fecundação, transporte do embrião pela tuba uterina, desenvolvimento inicial do embrião e nidação. Essa última etapa, que marca o início da gestação, somente acontece se houver receptividade endometrial.

Alguns desses termos podem deixar dúvidas, por isso é importante trazer informações claras para quem está na tentativa de engravidar. Nidação e receptividade endometrial estão relacionadas às condições uterinas para receber um embrião. Há termos sinônimos, também vamos falar sobre eles neste post.

Leia as informações a seguir e compreenda o que é nidação, o que é receptividade endometrial, por que esses processos são importantes na gravidez e quais doenças podem interferir nas condições uterinas.

O que é nidação?

Nidação é o momento em que o embrião se prende ao endométrio, tecido que reveste internamente a parede uterina. Ocorre cerca de 5 a 7 dias após o óvulo ser fertilizado. Antes disso, contudo, o processo de concepção envolve várias etapas.

Começa com a ovulação. Quando um óvulo maduro é liberado pelo ovário, a tuba uterina adjacente faz a captação dessa célula e a mantém na ampola tubária — parte mais dilatada do órgão — por 1 dia.

Se o casal praticar relações sexuais sem preservativo nos dias próximos à ovulação, os espermatozoides entram no corpo feminino, migram até as tubas uterinas e a fertilização pode acontecer.

A união entre espermatozoide e óvulo gera o zigoto, com uma única célula. Rapidamente, o embrião adquire um grande número de células, devido às sucessivas divisões celulares (etapa de clivagem). Enquanto isso, o embrião é levado para o útero pela motilidade da tuba uterina.

Por volta do quinto dia de desenvolvimento embrionário, o óvulo fertilizado já está em estágio de blastocisto e pronto para a nidação — momento também chamado de implantação ou fixação embrionária.

O que é receptividade endometrial?

Receptividade endometrial refere-se à condição adequada do endométrio para receber o embrião. Esse tecido é ricamente vascularizado e aumenta de espessura após a ovulação para facilitar a nidação.

Os hormônios ovarianos estrogênio e progesterona são fundamentais para a nidação e a receptividade endometrial. Eles são produzidos pelo corpo-lúteo, estrutura formada pelos resíduos do folículo que se rompeu para liberar o óvulo que foi fecundado.

O estrogênio é responsável pela proliferação das células endometriais, fazendo o tecido ficar mais espesso, enquanto a progesterona mantém o fenótipo receptivo do endométrio e o ambiente intrauterino favorável para o desenvolvimento embrionário e fetal, desde a nidação até o final da gravidez.

Há ocasiões em que a receptividade endometrial não é suficiente para acolher e prender o embrião — seja por doenças estruturais intracavitárias, como mioma submucoso e pólipo, seja por baixa espessura do endométrio, ou ainda por deficiência de progesterona na fase lútea (pós-ovulatória).

Chamamos de falhas de implantação, ou de nidação, quando o embrião não consegue se fixar no endométrio. As causas para isso são diversas, como veremos a seguir.

O que pode causar falhas de implantação?

As falhas de nidação podem ter origem em problemas anatômicos no útero, desequilíbrio hormonal, processos inflamatórios, alterações hematológicas, entre outras causas. Vamos citar agora as mais comuns:

Endometrite

Endometrite é uma inflamação no endométrio, causada por agentes de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) — sobretudo clamídia e gonorreia — ou por microrganismos comuns do trato urogenital que ascendem para o trato reprodutivo superior durante procedimentos médicos, como parto e curetagem.

Anormalidades anatômicas

Alterações na arquitetura endometrial também dificultam a nidação. Podem ser congênitas, como as malformações müllerianas (defeitos na formação do útero), ou adquiridas, como miomas e pólipos.

Problemas hormonais

Os hormônios reprodutivos têm papel essencial na concepção e na gestação. Há um problema chamado de insuficiência lútea que diz respeito à baixa concentração de progesterona após a ovulação, o que diminui a receptividade endometrial. Algumas mulheres também apresentam endométrio fino, podendo ser um problema decorrente de baixos níveis de estrogênio ou pouca receptividade a ele.

Anomalias cromossômicas

O embrião não consegue se implantar quando apresenta alterações numéricas ou estruturais nos cromossomos. Isso decorre de problemas femininos e masculinos, como idade materna avançada.

Como tratar a baixa receptividade endometrial?

O tratamento depende da causa identificada por meio de exames. A intervenção pode ser medicamentosa ou cirúrgica para corrigir diretamente as condições que causam infertilidade feminina e reduzem a receptividade endometrial, as chances de nidação e de evolução da gravidez.

Na reprodução assistida, a fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, é indicada para os casos mais graves de infertilidade, que não podem ser solucionados com tratamentos mais simples como relação sexual programada e inseminação artificial.

Além de ser realizada em várias etapas, a FIV conta ainda com técnicas de apoio para melhorar as chances de gravidez. Um exemplo disso é o teste ERA, EMMA e ALICE — endometrial receptivity array — indicado para mulheres com baixa receptividade endometrial e falhas de nidação em ciclos anteriores de FIV.

Quer mais detalhes sobre o tratamento com fertilização in vitro? Toque aqui e confira todas as etapas da técnica!