O aumento das possibilidades no campo da reprodução assistida foi favorecido pelos avanços da medicina e da biotecnologia. Por outro lado, vários fatores presentes na vida moderna parecem ter contribuído para os índices crescentes de infertilidade. Sendo assim, essa área médica tem sido procurada por cada vez mais pessoas.
Devido a diversos aspectos do estilo de vida atual, a infertilidade já é vista como uma preocupação mundial e há uma tendência de aumento nesse cenário. Entre os possíveis fatores associados, podemos listar:
- o adiamento da maternidade para depois dos 35 anos;
- a dinâmica de relacionamentos menos estáveis;
- os índices elevados de sobrepeso e obesidade;
- os hábitos prejudiciais (tabagismo, excesso de álcool, uso de anabolizantes e outras drogas);
- a exposição a poluentes ambientais;
- até o estresse, que é constante no dia a dia de muitos.
Não é de hoje que pesquisas são feitas para compreender as causas da infertilidade e aumentar as chances de os casais engravidarem. Atualmente, podemos contar com muitos recursos que ajudam a superar diferentes problemas reprodutivos.
Veja, neste post, qual é o objetivo da reprodução assistida e as principais técnicas utilizadas!
O que é reprodução assistida?
É um campo da medicina especializado em técnicas que possibilitam o controle de todo o processo reprodutivo. Considera-se como parte da reprodução medicamente assistida todo tratamento ou procedimento que inclua, em qualquer etapa do processo, a manipulação de gametas (óvulos e espermatozoides) e embriões para dar origem a uma gravidez.
A reprodução assistida passou por muitos avanços para chegar ao conjunto de técnicas que temos hoje. Alguns dados que podemos mencionar são o primeiro nascimento por inseminação artificial, no final do século XVIII, e o primeiro bebê nascido por fertilização in vitro (FIV), no ano de 1978.
Nas últimas décadas, o desenvolvimento de novas ferramentas e o aprimoramento das técnicas já existentes ampliou significativamente as possibilidades na reprodução assistida. Além disso, as normas que orientam essas práticas médicas foram atualizadas, com base nas transformações sociais e familiares, abrindo espaço para a reprodução em situações diversas.
De maneira concisa, o objetivo da reprodução assistida é possibilitar a gravidez para todas as pessoas e casais que desejam ter filhos, mas não conseguem de modo natural. O grupo dos pacientes que procura esses serviços é diversificado:
- casais inférteis, por fatores masculinos e femininos;
- casais com idade superior aos 38 anos;
- casais homoafetivos;
- pessoas solteiras, sobretudo mulheres que querem uma gravidez independente;
- homens e mulheres que vão passar por tratamento de câncer ou cirurgias que possam afetar órgãos reprodutores;
- mulheres que querem congelar seus óvulos para adiar a maternidade.
Quais são as técnicas de reprodução assistida e suas indicações?
As técnicas de reprodução assistida são reunidas em dois grupos: de baixa ou alta complexidade. O coito programado e a inseminação artificial são os tratamentos mais simples, que necessitam de poucas intervenções no processo conceptivo. A FIV é mais complexa, passa por 6 etapas principais e pode incluir várias técnicas complementares.
O coito programado ou relação sexual programada envolve apenas o procedimento de estimulação ovariana com indução da ovulação. Exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais permitem prever o dia em que a mulher vai ovular ou, em muitos casos, por meio de medicação para determinar os dias ideais para as relações sexuais.
A inseminação artificial requer, além da estimulação ovariana (quando necessário), o preparo seminal. Após essas etapas, o sêmen processado é inserido no útero da paciente com um fino catéter e os espermatozoides devem seguir seu trajeto para as tubas uterinas, onde a fecundação do óvulo acontece naturalmente.
As técnicas de baixa complexidade podem ajudar mulheres jovens (com menos de 37 anos) e sem doenças tubárias. As indicações para o coito programado incluem as disfunções ovulatórias e a infertilidade sem causa aparente (ISCA), endometriose leve etc. Já a inseminação artificial pode ser feita em casos de alterações masculinas leves e quando há necessidade de doação de sêmen, por exemplo, para gravidez de casais homoafetivos femininos e mulheres solteiras.
A FIV abrange as tecnologias da reprodução assistida de alta complexidade. É realizada com uma sequência de técnicas e procedimentos, incluindo: estimulação ovariana; coleta dos óvulos; coleta do sêmen; fertilização em laboratório; cultivo dos embriões; transferência para o útero.
Cada caso tratado com FIV pode, ainda, precisar de técnicas complementares, como: recuperação espermática; doação de óvulos, sêmen ou embriões; útero de substituição; teste genético pré-implantacional (PGT); entre outras.
As indicações para FIV são muitas: idade materna avançada; infertilidade masculina por fatores graves; doenças uterinas; obstrução tubária; pesquisa de alterações genéticas; reprodução de casais homoafetivos masculinos; endometriose moderada ou grave; e outros casos.
Quais são as taxas de sucesso dessas técnicas?
As taxas de gravidez com o coito programado são semelhantes às de concepção espontânea, variam entre 15% e 20% por ciclo. Com a inseminação artificial, os números são próximos, cerca de 18% a 25% das mulheres submetidas a essa técnica conseguem a gravidez.
Os tratamentos de baixa complexidade normalmente são feitos por até três ciclos. Se as tentativas não produzirem resultados positivos, prossegue-se com a fertilização in vitro, que tem chances mais elevadas de sucesso.
A FIV é a técnica da reprodução assistida com as mais altas taxas de êxito, mesmo em casos complexos de infertilidade, mas isso depende de vários fatores, principalmente a idade materna. Outros aspectos que influenciam são a causa da infertilidade, quantidade e qualidade dos embriões e a receptividade uterina. De modo geral, casais com bom prognóstico chegam a ter mais de 52% de chance de gravidez.Leia, agora, o texto sobre FIV – fertilização in vitro e conheça todos os detalhes da técnica!