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Sinequia e síndrome de Asherman: diagnóstico e tratamento

Por Equipe Origen

Publicado em 19/04/2023

Uma sinequia é uma aderência de tecido cicatricial que resulta do processo orgânico de reparação tecidual. Há uma relação direta dessa condição com a síndrome de Asherman, quando ocorre na cavidade uterina, caracterizando uma das causas de infertilidade feminina.

Para falar sobre essas alterações e mostrar como elas podem deixar a mulher infértil, também precisamos falar sobre o útero e a cavidade endometrial. A parede uterina é formada por três camadas de tecidos, a mais interna é o endométrio, onde o embrião se implanta no início da gestação.

Assim como o endométrio precisa estar receptivo, preparado pelos hormônios e bem vascularizado, a cavidade uterina deve estar livre e anatomicamente adequada para a evolução gestacional.

O espaço intrauterino existe, justamente, para que o feto tenha possibilidade de crescer e se desenvolver. Entretanto, algumas condições afetam as funções do útero, dificultando a gravidez.

Por isso, fizemos este post e vamos abordar o que são sinequias e síndrome de Asherman, como podem afetar a fertilidade e quais são os métodos para o diagnóstico e o tratamento dessas alterações. Leia mais e entenda!

O que é sinequia e o que é síndrome de Asherman?

A sinequia uterina é uma ponte de tecido que surge na cavidade do útero, desencadeada pelo mecanismo de cicatrização. O excesso de tecido conjuntivo fibroso pode se formar em resposta a lesões no endométrio.

As causas das lesões na camada basal endometrial incluem cirurgias e outros procedimentos médicos, principalmente curetagem. A inflamação no endométrio (endometrite), provocada por infecções microbianas, também pode levar à formação de sinequia.

A síndrome de Asherman, por sua vez, é caracterizada pela presença abundante de sinequias, as quais podem ocluir totalmente a cavidade do útero e até o canal endocervical. Entre os sintomas e complicações dessa condição, estão:

  • hipomenorreia (redução do fluxo menstrual);
  • amenorreia (ausência de menstruação);
  • dor pélvica crônica;
  • infertilidade;
  • aborto de repetição.

Por que sinequia e síndrome de Asherman podem causar infertilidade?

Uma sinequia isolada nem sempre oferece riscos, tanto que não é classificada como uma doença. Já a síndrome de Asherman pode causar infertilidade por dois motivos principais: falhas de implantação embrionária e perda da capacidade de expansão uterina.

A implantação ou nidação é o fenômeno em que um embrião se fixa no endométrio, iniciando o desenvolvimento gestacional. Alterações intrauterinas, como a síndrome de Asherman, reduzem a superfície endometrial, impondo dificuldades para o embrião se implantar. Isso pode, então, impedir que a gravidez aconteça.

A outra causa de infertilidade associada é a perda da capacidade de expansão do útero. Esse órgão consegue aumentar em várias vezes o seu tamanho para acomodar o feto em crescimento. Entretanto, o excesso de sinequias oclui a cavidade uterina e dificulta sua expansão, o que limita o desenvolvimento fetal e acarreta abortamento.

Como essas condições são diagnosticadas?

Sinequias e síndrome de Asherman são detectadas por meio de exames de imagem. Primeiramente, a avaliação clínica ajuda na hipótese diagnóstica, a partir da descrição dos sintomas e do exame físico, mas são os exames complementares que confirmam a condição.

A ultrassonografia pélvica é a primeira linha de investigação. A histerossalpingografia e a histeroscopia são outras técnicas que podem ser solicitadas para confirmação diagnóstica. A histerossonografia, método de ultrassom com infusão de soro fisiológico, também é uma opção.

Quais são as formas de tratamento?

A principal forma de tratamento de sinequia uterina e síndrome de Asherman é a cirurgia para remoção do tecido cicatricial. A finalidade da intervenção cirúrgica é recuperar o espaço intracavitário do útero e melhorar as condições da superfície endometrial. Dessa forma, é possível corrigir os sintomas, como as alterações menstruais, e restaurar a fertilidade espontânea.

Nem todas as mulheres que apresentam essas alterações uterinas recebem indicação para a cirurgia. Os critérios para indicação incluem a sintomatologia, como amenorreia, e a intenção de gestação em casos de infertilidade.

A abordagem cirúrgica mais apropriada é a histeroscopia, procedimento feito por via vaginal para avaliar a cavidade uterina e corrigir as anormalidades endocavitárias. A videolaparoscopia também pode ser necessária para complementar a técnica histeroscópica nos casos mais graves.

Qual é a importância da reprodução assistida nesses casos?

A realização da cirurgia para ressecção do tecido cicatricial pode ser bem-sucedida para restaurar as chances de gravidez. Contudo, existe o risco de recidiva das sinequias. Além disso, possíveis alterações na vascularização ou a resposta inflamatória do endométrio podem diminuir a receptividade endometrial, dificultando a implantação embrionária.

Sendo assim, pacientes que não conseguem engravidar após o tratamento de sinequia e síndrome de Asherman são indicadas a procurar os serviços de reprodução assistida. Nesse âmbito da medicina, a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais promissor quando existem fatores uterinos de infertilidade.

A FIV é uma técnica com altas taxas de êxito, tanto nos casos de sinequias e síndrome de Asherman, quanto em outras condições, como: idade materna avançada, obstrução tubária, baixa reserva ovariana e infertilidade masculina.

Conheça outros fatores que dificultam ou impedem a gravidez espontânea em nosso texto sobre infertilidade feminina!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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