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Suporte da fase lútea: o que é?

Por Equipe Origen

Publicado em 04/08/2023

O ciclo menstrual tem duas fases: folicular e lútea. A fase lútea tem início após a ovulação e termina com o início da menstruação, é regulada pelos hormônios progesterona e estrogênio e dura, em média, 14 dias — em ciclos regulares.

A fase folicular, que ocorre nas primeiras semanas do ciclo menstrual, prepara o corpo feminino para ovular. A ovulação é o evento que separa as fases folicular e lútea, que também podemos entender como ciclo ovulatório e ciclo uterino.

Na fase lútea, os hormônios ovarianos preparam o útero para uma possível gravidez, deixando o endométrio (tecido que reveste o útero por dentro) com mais espessura e receptividade para acolher o óvulo fertilizado.

O equilíbrio hormonal é importante para a fertilidade feminina, pois uma produção elevada ou deficiente de hormônios pode dificultar a ovulação, a fertilização e a implantação do embrião.

Agora, continue a leitura para compreender o que é suporte da fase lútea!

Como os hormônios agem na fase lútea?

Os hormônios endógenos regulam todo o ciclo menstrual. Na fase folicular, são os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) que agem. Eles são liberados pela glândula hipófise e têm a função de estimular os ovários nos processos de desenvolvimento folicular e ovulação.

Durante a fase folicular, o hormônio estrogênio também começa a ser secretado pelos folículos ovarianos em crescimento. A ação estrogênica promove a proliferação das células do tecido endometrial, aumentando sua espessura.

Na ovulação, que ocorre na metade do ciclo menstrual, o hormônio com ação mais importante é o LH. Um aumento súbito nos níveis dessa substância provoca o amadurecimento final do folículo ovariano dominante, que se rompe para liberar o óvulo.

As células residuais do folículo roto formam o corpo-lúteo, uma estrutura endócrina temporária, responsável por secretar estrogênio e altas doses de progesterona. A atividade progestagênica caracteriza a fase lútea, período em que a receptividade endometrial aumenta para receber um embrião se o óvulo for fecundado.

Na fase lútea, o endométrio já está espesso devido à ação estrogênica. A progesterona exerce atividade secretória, contém a proliferação celular causada pelo estrogênio e reorganiza o tecido endometrial. As modificações celulares e moleculares que ocorrem nessa fase em resposta aos hormônios ovarianos tornam o endométrio receptivo para o embrião, possibilitando a implantação e a gravidez.

Caso o óvulo tenha sido fertilizado, o embrião se implanta no endométrio e começa a se desenvolver. Nesse caso, estimulado pelo hCG embrionário, o corpo-lúteo continua a produzir progesterona e estrogênio para manter o tecido endometrial favorável e permitir que a gravidez continue, até que a placenta esteja pronta para assumir a função de secretar esses hormônios.

No entanto, se a fertilização não ocorrer, o corpo-lúteo começa a se degenerar e a produção dos hormônios diminui. Isso resulta na descamação do endométrio, dando início ao período menstrual e a um novo ciclo menstrual.

O que é suporte da fase lútea?

Suporte da fase lútea é um procedimento medicamentoso, feito com progesterona sintética, e aplicado na reprodução assistida com a finalidade de preparar o endométrio e torná-lo mais receptivo para a implantação de um embrião.

Os progestagênios fazem parte dos fármacos que auxiliam no processo conceptivo medicamente assistido. São aplicados em praticamente todos os tratamentos que iniciam com estimulação ovariana.

O uso de medicações hormonais para estimular o funcionamento dos ovários é necessário na maioria dos casos, sendo a primeira etapa dos tratamentos de reprodução. O objetivo é aumentar o funcionamento ovariano para desenvolver mais óvulos. No entanto, dependendo da dose necessária, a ação desses hormônios pode ocasionar degradação precoce do corpo-lúteo, afetando a receptividade endometrial e as chances de gravidez.

Como é feito o suporte hormonal na FIV?

O suporte da fase lútea é importante nos tratamentos de reprodução assistida, principalmente na fertilização in vitro (FIV), que necessita de um protocolo mais intenso na estimulação ovariana para obter o maior número possível de óvulos maduros.

A FIV é uma técnica de alta complexidade, realizada em várias etapas, começando com o uso de hormônios que estimulam os ovários. O crescimento dos folículos ovarianos é monitorado com exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Antes que a ovulação aconteça, realiza-se a aspiração folicular e os óvulos são coletados.

O material biológico masculino também é coletado e passa por preparo seminal. Depois disso, acontece a fertilização dos óvulos em laboratório e os embriões gerados são monitorados em incubadora por 2 a 7 dias.

A transferência dos embriões para o útero é a última etapa da FIV. Antes disso, portanto, a paciente recebe medicação hormonal para preparação uterina. Assim, o suporte da fase lútea com progestagênios começa após a aspiração folicular para melhorar a receptividade endometrial, aumentando as chances de uma implantação embrionária bem-sucedida.

Vemos, então, que o suporte da fase lútea é um procedimento fundamental nos tratamentos de reprodução assistida, sobretudo na FIV, que requer altas doses de medicação para estímulo ovariano. Além disso, o uso de progestagênios continua após a transferência embrionária, sendo importante para a manutenção da gravidez durante as primeiras semanas.

Siga para o texto sobre fertilização in vitro e conheça todos os detalhes da técnica!

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