Muitas mulheres que estão na tentativa de engravidar utilizam o teste de ovulação para saber quando estão no período fértil, sendo este o momento do mês mais propício para a concepção.
A ovulação é o momento que consiste na liberação de um óvulo maduro para a fecundação. É um fenômeno biológico fundamental para que a gravidez aconteça. Contudo, há outros processos que precedem e sucedem a fase ovulatória, os quais também são determinantes para a fertilidade.
Antes do período ovulatório, ocorre a foliculogênese, processo de desenvolvimento dos folículos, unidades ovarianas que guardam os óvulos. Depois da ovulação, ainda é preciso que os espermatozoides sejam depositados em quantidade suficiente no corpo feminino — o que também depende da gametogênese masculina —, que as tubas uterinas estejam desobstruídas e o útero esteja adequado para receber um embrião.
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Como acontece o ciclo menstrual?
O ciclo menstrual se refere às atividades fisiológicas que ocorrem a partir da ação alternada de hormônios para promover a ovulação e a menstruação. O sangramento menstrual marca o início de um ciclo, sendo resultado da descamação do tecido interno do útero, o endométrio.
Ainda nos primeiros dias do ciclo, começa a fase folicular, caracterizada pelo desenvolvimento de um grupo de folículos ovarianos. Isso ocorre a partir do estímulo dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), liberados pela glândula hipófise.
Na metade do ciclo, aproximadamente duas semanas após o início da menstruação, ocorre um aumento repentino na concentração de LH, causando a maturação final do folículo dominante (o que mais se desenvolveu), bem como sua ruptura. Isso marca a ovulação.
Quando o óvulo é liberado, a tuba uterina adjacente o recolhe. A fecundação também acontece dentro da tuba, se o casal tiver relação sexual sem preservativo nos dias próximos à ovulação. Enquanto isso, os resíduos do folículo roto formam o corpo-lúteo, responsável pela secreção de estrogênio e progesterona. Esses dois hormônios ovarianos preparam o endométrio para a implantação de um embrião.
Se não houver fecundação e implantação embrionária, o tecido endometrial descama e causa o sangramento menstrual. Assim, começa um novo ciclo, no qual outra ovulação deverá acontecer, assim como o endométrio será restaurado pela ação dos hormônios.
O que é um teste de ovulação?
Testes de ovulação são tiras de verificação que ajudam a mulher a saber se ela está perto de ovular. São vendidos em farmácia, tanto na versão de tiras de medição quanto em forma de testes digitais. Ambos funcionam porque conseguem verificar a presença do hormônio LH.
Conforme explicamos acima, o hormônio LH tem um aumento súbito na concentração para promover a maturação final e a ruptura do folículo ovariano que vai liberar o óvulo. Sendo assim, os níveis dessa substância se encontram elevados entre 24 e 36 horas antes da ovulação.
Assim como os testes de gravidez, o teste de ovulação é feito em uma amostra de urina. Caso o resultado seja positivo para a presença de LH, confirma-se que a mulher vai ovular dentro de um dia, aproximadamente. Portanto, é o momento ideal para o casal ter relações sexuais.
Os testes de ovulação podem ser indicados para mulheres que estão tentando engravidar há alguns meses. Passados 12 meses de tentativas, recomendamos que os casais tentantes marquem consulta com um especialista em medicina reprodutiva para fazer uma avaliação completa e investigar os possíveis fatores de infertilidade.
Outro ponto importante para realizar um teste de ovulação é saber calcular o período fértil. Sendo assim, a mulher deve acompanhar seus ciclos menstruais por alguns meses para registrar sua regularidade.
O parâmetro normal é de 28 dias, mas isso pode oscilar. Entre 25 e 32 dias, os ciclos ainda são considerados normais. Assim, deve-se levar em conta que a ovulação ocorre na metade do ciclo. Nesse período, os testes de ovulação podem ser realizados.
A presença de alguns sintomas também pode ajudar a identificar o período fértil, como: aumento da libido e da lubrificação íntima, temperatura corporal levemente elevada e secreção vaginal transparente e elástica — é o muco cervical que altera suas características para facilitar a entrada dos espermatozoides.
Por que podem ocorrer alterações na ovulação?
Além de ajudar a verificar se a mulher está fértil, os testes de ovulação podem ser úteis para revelar falhas ovulatórias. Assim, ao perceber que não está ovulando, é importante buscar avaliação médica e fazer alguns exames.
As causas de disfunções ovulatórias são várias, incluindo:
- síndrome de ovários policísticos (SOP);
- idade acima dos 35 anos;
- falência ovariana prematura;
- hipotireoidismo;
- hiperprolactinemia;
- hiperandrogenismo de causa suprarrenal;
- lesões no hipotálamo ou na hipófise;
- distúrbios hormonais devido ao estilo de vida — obesidade, magreza extrema, estresse, prática excessiva de exercício físico, uso de anabolizantes e outras drogas.
Nesses casos de infertilidade por disfunções ovulatórias, a reprodução assistida é uma alternativa para quem deseja engravidar. As técnicas — relação sexual programada, inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV) — são iniciadas com estimulação ovariana, que permite o controle da ovulação e o amadurecimento de mais óvulos.
Por fim, vale deixar claro que os testes de ovulação, mesmo quando fornecem resultado positivo para a presença de LH, não confirmam que a fecundação e a gravidez vão acontecer. As chances de concepção espontânea para casais férteis são de apenas 20% por ciclo.
Além disso, outros fatores de infertilidade podem existir, como problemas masculinos e doenças tubárias ou uterinas. Portanto, uma avaliação detalhada também é necessária quando os testes de ovulação positivam em vários ciclos, mas a gravidez não acontece.
Quer se informar sobre outras condições que reduzem as chances de gravidez? Confira nosso texto sobre infertilidade feminina!