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Testículos e testosterona: saiba mais sobre a relação entre eles

Por Equipe Origen

Publicado em 28/02/2024

A fertilidade masculina parte de um intrincado equilíbrio entre processos fisiológicos complexos, envolvendo a funcionalidade dos órgãos reprodutivos e as ações hormonais. Um dos destaques é a importante relação entre testículos e testosterona, o principal hormônio sexual masculino.

Existem semelhanças entre os sistemas reprodutores feminino e masculino, como o protagonismo das gônadas (das mulheres, os ovários; dos homens, os testículos) e a chamada gametogênese, que é a produção dos gametas necessários para uma fecundação.

Quanto aos hormônios, assim como o estrógeno é crucial para o ciclo reprodutivo feminino, a testosterona, produzida nos testículos, é o mais abundante andrógeno e está relacionada à produção dos espermatozoides.

Continue a leitura para entender melhor essa relação!

O papel dos testículos

O sistema reprodutor masculino conta com um sistema de ductos (como o ejaculatório), glândulas sexuais acessórias (incluindo a próstata e as vesículas seminais), estruturas de suporte (o escroto e o pênis) e os testículos.

Os testículos correspondem às gônadas masculinas, isto é, às glândulas sexuais produtoras de células reprodutivas. O homem tem um par de testículos, com cerca de 5 cm x 2,5 cm de dimensão, que ficam acomodados no escroto, uma bolsa de pele frouxa que pende da raiz do pênis e mantém a temperatura adequada para as gônadas.

A atividade testicular se concentra sobretudo em duas funções: a espermatogênese e a secreção hormonal. Veja!

Produção de espermatozoides

Os testículos abrigam os túbulos seminíferos, estruturas onde ocorre a produção de espermatozoides (os gametas masculinos) por meio do processo de gametogênese ou espermatogênese. Os gametas são liberados dos túbulos e, posteriormente, conduzidos para os epidídimos, onde amadurecem e ficam armazenados até a ejaculação.

Secreção de hormônios

As células de Leydig, localizadas nos espaços entre os túbulos seminíferos, secretam hormônios masculinos, principalmente a testosterona, que é essencial para o desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas e para a qualidade dos espermatozoides. 

As funções da testosterona 

A testosterona influencia em vários aspectos do sistema reprodutivo. Em primeiro lugar, ela faz parte da gametogênese, estimulando os túbulos seminíferos e fornecendo o ambiente adequado para o desenvolvimento dos espermatozoides.

Ela também atua na regulação da produção de fluido seminal pelas glândulas acessórias. Desse modo, o volume e a composição do sêmen são influenciados pela ação da testosterona.

Além da participação na produção dos espermatozoides, o hormônio é responsável pela manutenção de características sexuais secundárias. Veja!

Determinação de aspectos masculinos

A partir da puberdade, ocorre um grande aumento na secreção de andrógenos, inclusive a testosterona. Esses hormônios determinam aspectos físicos tipicamente masculinos, como:

  • o formato corporal frequentemente descrito como um triângulo invertido (com o tronco mais largo);
  • o crescimento de pelos pubianos, faciais e em outras áreas do corpo;
  • o engrossamento das cordas vocais, que torna a voz masculina mais grave em relação à das mulheres;
  • o desenvolvimento muscular e esquelético, entre outros. 

Estímulo da libido e da função erétil

Os andrógenos também desempenham um papel central na regulação da libido (desejo sexual) e na função erétil. Níveis adequados de testosterona são essenciais para o interesse sexual e para a capacidade de alcançar e manter uma ereção.

Qualidade seminal e feedback hormonal

Além dos pontos citados, a testosterona exerce influência na maturação e na mobilidade dos espermatozoides, garantindo que eles tenham as características necessárias para a fertilização.

Ainda, ela está envolvida no feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, regulando a produção de hormônios como o hormônio luteinizante (LH). O LH, por sua vez, estimula as células de Leydig nos testículos a produzirem mais testosterona.

A relação entre testículos e testosterona

Como visto, os testículos são o principal local de produção de testosterona no corpo masculino. Ela, por sua vez, contribui direta e indiretamente com a capacidade reprodutiva, seja participando da gametogênese e influenciando a qualidade dos espermatozoides, seja proporcionando as características sexuais secundárias.

Desse modo, a relação entre testículos e testosterona é marcada pelo protagonismo desse hormônio e pela função fundamental desses órgãos no sistema reprodutor masculino. Ambos têm papéis decisivos na produção de espermatozoides, na função erétil, na libido, entre outros aspectos relevantes.

As condições de infertilidade masculina

Diante das funções fundamentais dos testículos e da testosterona na capacidade fértil masculina, alterações testiculares e hormonais podem contribuir com a infertilidade, que é definida pela existência de anormalidades nos parâmetros seminais. 

A varicocele, uma dilatação das veias dentro do escroto, pode prejudicar a produção de espermatozoides. Infecções ou lesões nas gônadas, como a torção testicular com isquemia do testículo afetado, também são fatores relevantes.

Ainda, distúrbios hormonais, como níveis excessivamente altos ou baixos de testosterona, podem impactar negativamente a função reprodutiva, resultando em infertilidade masculina. 

Quando há dificuldade para uma gravidez espontânea, é importante consultar um médico especialista para realizar o diagnóstico de infertilidade, cuja abordagem inicial inclui uma série de testes. A partir dos resultados, será indicado o tratamento adequado, muitas vezes relacionado a técnicas de reprodução assistida.

Algumas das que se destacam no cenário de infertilidade masculina são:

  • a fertilização in vitro (FIV): na qual óvulos e espermatozoides são unidos em laboratório e os embriões resultantes da fecundação são posteriormente transferidos para o útero materno. Essa é uma técnica bastante efetiva na superação de obstáculos relacionados à qualidade ou quantidade de espermatozoides;
  • a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI): técnica de fertilização que envolve a injeção direta de um único espermatozoide em um óvulo maduro, indicada em casos de baixa contagem de espermatozoides ou problemas de motilidade;
  • a recuperação espermática: adequada para lidar com situações em que a produção ou transporte de espermatozoides são comprometidos. Ela envolve a obtenção direta de espermatozoides dos testículos ou epidídimos, permitindo sua utilização em procedimentos de fertilização.

Aproveite que está aqui e conheça as principais causas de infertilidade masculina!