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Transferência de embriões: veja detalhes

Por Equipe Origen

Publicado em 22/09/2022

A transferência de embriões é uma das etapas da fertilização in vitro (FIV) — técnica de reprodução assistida de alta complexidade, indicada para casais que não conseguem engravidar de forma espontânea, nem com os tratamentos mais simples da medicina reprodutiva.

A FIV é realizada basicamente em 5 etapas: estimulação dos ovários com medicação hormonal; punção dos óvulos e coleta do sêmen; fertilização dos óvulos em laboratório; cultivo dos óvulos fecundados em incubadora; transferência dos embriões para o útero.

Com a personalização do tratamento, e de acordo com os fatores de infertilidade de cada casal, são acrescentadas ao programa de FIV algumas técnicas de apoio. A possibilidade de congelar gametas e embriões — técnica chamada de criopreservação — é um dos recursos de grande importância.

Leia mais e entenda, em detalhes, como é feita a transferência de embriões!

O que é transferência de embriões?

Logo na introdução deste post, já esclarecemos que transferência de embriões é uma das etapas da FIV. Trata-se, precisamente, da última etapa. É o momento em que os embriões, que foram gerados em ambiente laboratorial, são colocados no útero materno — o protocolo é individualizado, podendo ocorrer entre 2 e 5 dias após o cultivo embrionário em incubadora.

A transferência embrionária não é garantia de gravidez, pois, depois disso, ainda é necessário que um dos embriões conclua o processo de implantação na camada interna do útero. Nesse momento, sim, é que a gestação tem início.

O procedimento de transferência é simples, rápido, indolor e realizado em ambiente controlado. A paciente fica em posição ginecológica, como se fosse realizar um exame habitual, e o médico introduz um cateter com os embriões pelo canal vaginal e os deposita na cavidade uterina. Isso é feito com a ajuda de um ultrassom abdominal que mostra o local exato em que os embriões devem ser colocados.

Logo após o procedimento, orientamos um repouso rápido na maca, de até 20 minutos, no máximo. No dia seguinte, a rotina da paciente pode ser retomada, evitando apenas esforço físico intenso ou atividades de impacto.

Segundo as normas que orientam os serviços de reprodução assistida, determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de embriões a serem transferidos varia de acordo com a idade da mulher. As orientações são as seguintes:

  • mulheres com até 37 anos: até 2 embriões;
  • mulheres com mais de 37 anos: até 3 embriões;
  • em caso de embriões euploides ao diagnóstico genético: até 2 embriões, independentemente da idade;
  • nas situações de doação de oócitos, considera-se a idade da doadora no momento de sua coleta.

Quanto mais embriões transferidos, mais chances de um deles se implantar. Por outro lado, também existe o risco de gravidez gemelar se houver mais de uma implantação, o que justifica a limitação do número.

Como a transferência de embriões pode ser feita?

Na maior parte dos casos, é feita a transferência dos embriões a fresco, ou seja, no mesmo ciclo (mês) em que foram realizadas as demais etapas da FIV. Entretanto, existem indicações específicas que requerem o congelamento dos embriões para que sejam transferidos em outro ciclo.

A transferência a fresco é feita quando não há contraindicação para o procedimento — quanto às condições uterinas, por exemplo, pois é preciso que o útero esteja preparado para receber os embriões, mas algumas alterações impedem isso, como a síndrome do hiperestímulo ovariano (SHO), estradiol e progesterona elevados ou a endometrite.

É mais fácil, então, pontuar as situações em que a transferência de embriões congelados é necessária:

  • alguns casos de indicação para o teste genético pré-implantacional (PGT), quando o resultado da análise leva alguns dias;
  • pacientes com síndrome do hiperestímulo ovariano;
  • transferência de embriões remanescentes, isto é, aqueles que não puderam ser transferidos no primeiro ciclo de FIV, devido à limitação de quantidade — isso pode ser necessário em situação de segunda gravidez ou de falhas na primeira tentativa;
  • pessoas que optaram pela preservação da fertilidade com congelamento de embriões, e não de gametas;
  • tratamento com doação de embriões, cedidos de forma anônima por outros casais;
  • elevação de estradiol e progesterona.

Quando todos os embriões de um mesmo ciclo são congelados, a técnica é chamada de freeze-all. Isso é necessário em boa parte dos casos que foram listados, mas não em todos.

Para transferir os embriões congelados, é feito o procedimento inverso ao da criopreservação. Eles são expostos a um aumento gradual da temperatura, o que permite sua reidratação e a retirada dos compostos crioprotetores. A maior porte dos embriões sobrevive e conserva sua qualidade celular.

A mulher precisa passar pelo preparo uterino para receber os embriões, sobretudo se estiverem congelados. Isso é feito com o ciclo natural ou artificial com medicamentos como análogo do GnRH, estradiol e progesterona, com o objetivo de deixar o útero nas mesmas condições fisiológicas que estaria após uma ovulação natural, com a receptividade adequada para permitir a implantação embrionária.

Vemos que a transferência de embriões é uma etapa fundamental da FIV e que os protocolos e métodos para esse procedimento podem variar, sempre visando ao aumento de chances de gravidez do casal.

Aprofunde seu conhecimento com a leitura do nosso texto sobre transferência de embriões congelados!