A videolaparoscopia é uma técnica minimamente invasiva, utilizada em diferentes áreas da medicina, como na gastroenterologia, na ginecologia e na medicina reprodutiva. No contexto da avaliação e do manejo das doenças ginecológicas, essa técnica já foi reconhecida por seu valor diagnóstico, mas hoje podemos destacá-la por sua eficácia como procedimento cirúrgico.
Durante o acompanhamento com um especialista em medicina reprodutiva, a videolaparoscopia pode ser solicitada para tratar condições que causam infertilidade feminina, por exemplo, a endometriose.
Durante o procedimento, pequenas incisões são feitas na região próxima da cicatriz umbilical, e um fino tubo com uma câmera acoplada (o laparoscópio) é inserido para visualizar os órgãos pélvicos com precisão em um monitor de vídeo. Outros instrumentos cirúrgicos de calibre reduzido também são inseridos pelos pequenos cortes no abdome para tratar as lesões dos órgãos doentes.
Agora que você já tem uma ideia do que é a videolaparoscopia, vamos seguir com o post para mostrar as indicações e a importância dessa técnica no contexto da infertilidade e da reprodução assistida. Confira todas as informações!
Infertilidade: o que é?
O conceito de infertilidade refere-se à dificuldade de um casal engravidar após 12 meses de tentativas regulares e sem o uso de contraceptivos para mulheres com idade até 35 anos, ou 6 meses, caso a idade seja superior. Essa condição pode ser causada por fatores femininos, masculinos ou uma combinação de ambos.
Nos casos femininos, problemas como endometriose, distúrbios ovulatórios, obstrução das tubas uterinas, alterações no útero e idade avançada estão entre os mais comuns. Nos homens, as causas mais frequentes incluem varicocele, infecções genitais e deficiências hormonais, fatores que provocam alterações espermáticas, como baixa contagem de espermatozoides ou problemas de motilidade e morfologia.
É importante investigar detalhadamente a infertilidade para personalizar o tratamento para cada casal. Assim, é possível determinar a abordagem terapêutica mais adequada, levando em conta fatores como a idade da mulher, a gravidade dos fatores e os objetivos dos pacientes.
A investigação da mulher envolve exames como a ultrassonografia pélvica, a histerossalpingografia e dosagens hormonais. Já a fertilidade do homem é avaliada principalmente com o espermograma. Exames adicionais também podem ser solicitados de acordo com a suspeita médica.
Quais são as indicações da videolaparoscopia com relação à infertilidade?
A videolaparoscopia é uma abordagem de grande relevância no contexto da investigação e do tratamento das condições que causam infertilidade feminina.
Há várias indicações para o procedimento cirúrgico. Uma das principais aplicações da videolaparoscopia é na remoção de focos de endometriose, uma das causas mais comuns de infertilidade, que pode afetar os ovários, as tubas uterinas e outros órgãos pélvicos. Essa doença causa inflamação e interfere em várias etapas do processo reprodutivo.
A videolaparoscopia é usada para tratar aderências pélvicas, que são faixas de tecido cicatricial que podem causar obstruções nas tubas e distorções de outros órgãos. As aderências podem ser causadas por endometriose ou outras condições. Quando se desenvolvem dentro do útero são chamadas de sinequias uterinas ou síndrome de Asherman.
O procedimento também é indicado para o tratamento de miomas uterinos que podem alterar a anatomia do útero e, dependendo de sua localização e tamanho, dificultar a implantação do embrião ou o desenvolvimento do feto.
Os miomas intramurais e subserosos, que se desenvolvem nas camadas medial e externa da parede uterina, são retirados com essa técnica cirúrgica. Já os submucosos, que crescem na direção da camada interna do útero, podem ser removidos por histeroscopia.
Outro uso importante da videolaparoscopia é para o tratamento de hidrossalpinge, condição caracterizada pelo acúmulo de líquido nas tubas uterinas. Geralmente, é uma sequela de salpingite (inflamação tubária).
Algumas doenças ovarianas também podem ser tratadas com a videolaparoscopia, como endometrioma (cisto de endometriose no ovário), outros tipos de cistos ovarianos e tumores.
A videolaparoscopia oferece uma vantagem significativa em comparação com a cirurgia tradicional aberta (laparotomia), pois, como é menos invasiva, permite uma recuperação mais rápida e menor risco de complicações intraoperatórias e pós-operatórias.
Qual é a importância da videolaparoscopia no contexto da reprodução assistida?
A reprodução assistida abrange técnicas como a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV), que ajudam muitos casais que enfrentam dificuldades para engravidar. No contexto desses tratamentos, a videolaparoscopia é uma ferramenta valiosa para o tratamento de condições que afetam a fertilidade feminina.
É importante ressaltar que, antes de se submeter a esse procedimento, deve-se discutir com o especialista as vantagens ou não do congelamento prévio de óvulos ou embriões.
Essa cirurgia minimamente invasiva permite que o médico visualize os órgãos reprodutivos em detalhes, facilitando a identificação de anormalidades no útero, nas tubas uterinas ou nos ovários que podem estar impedindo a concepção.
Em muitos casos, a videolaparoscopia é indicada antes de iniciar uma FIV, garantindo que quaisquer alterações que possam comprometer o sucesso do tratamento sejam resolvidas previamente.
Ao tratar as alterações nos órgãos reprodutores com precisão, a videolaparoscopia pode melhorar a qualidade do ambiente reprodutivo, favorecendo a implantação embrionária, otimizando os resultados das técnicas de reprodução assistida e aumentando as chances de uma gravidez saudável.
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