Zigoto e embrião são termos associados às primeiras etapas do processo de reprodução. O desenvolvimento de uma nova vida começa com a união entre os gametas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo). A partir disso, ocorre uma sequência de fenômenos complexos para garantir a formação dos seres humanos.
Antes da união das células sexuais, evento chamado fecundação ou fertilização, é preciso que essas células se desenvolvam nos ovários e testículos. Tais glândulas sexuais são também chamadas de gônadas e, além da produção de gametas, são responsáveis por secretar hormônios reprodutivos.
O sistema reprodutor depende totalmente da ação de hormônios. Para começar, são os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), secretados pelas estruturas cerebrais hipotálamo e hipófise, que estimulam o funcionamento das gônadas.
Estimulados por FSH e LH, os ovários desenvolvem um grupo de folículos ovarianos para que um deles libere um óvulo maduro em cada ciclo menstrual, determinando a ovulação. Da mesma forma, os hormônios gonadotróficos fazem os testículos produzirem testosterona, hormônio necessário para a espermatogênese.
A produção adequada e a qualidade dos gametas são determinantes para que se cumpram as etapas de fecundação, formação do zigoto, desenvolvimento do embrião e sua implantação no útero.
Leia mais e entenda a relação entre zigoto e embrião!
O que é zigoto?
Zigoto é a célula resultante da fusão de um espermatozoide com um óvulo. Para explicar claramente como essa célula se forma, vamos retomar o que apresentamos na introdução: a secreção adequada dos hormônios leva ao desenvolvimento das células reprodutivas, as quais podem se unir, caso ocorram relações sexuais durante o período fértil da mulher, que compreende os dias em torno da ovulação.
Com a ejaculação masculina, os espermatozoides entram no corpo feminino e migram para os órgãos do trato superior. Eles passam pelo útero e entram nas tubas uterinas. Quando o casal se relaciona no período fértil, os espermatozoides podem encontrar um óvulo em uma das tubas, pronto para ser fertilizado.
Vários gametas masculinos podem se ligar ao óvulo, mas somente um chega a penetrá-lo, cumprindo, fisiologicamente, a fecundação. Esse processo inclui: contato dos gametas, fusão dos núcleos das células e mistura cromossômica. Assim, forma-se o zigoto, primeira célula de um novo ser, que posteriormente terá um código genético único, resultante da junção entre os cromossomos das células masculina e feminina.
O zigoto é uma célula única, mas que se transforma em um organismo multicelular complexo. É uma célula totipotente, pois é capaz de dar origem a todos os tipos celulares que formarão os órgãos e tecidos do feto.
Portanto, o zigoto é considerado o início do desenvolvimento embrionário. Ele possui a carga genética completa do indivíduo e contém todas as informações necessárias para a formação e diferenciação celular do embrião, que resultará em um ser humano.
O que é embrião?
Embrião é o estágio inicial da formação de um organismo multicelular. Durante esse estágio, o zigoto se divide várias vezes por mitose e forma um conjunto de células chamadas blastômeros. Na fase embrionária, são alcançados os principais eixos de desenvolvimento e a diferenciação celular que vão resultar nos diversos sistemas do organismo, além de determinar as características do indivíduo.
A relação entre zigoto e embrião é clara: o zigoto é a célula inicial do desenvolvimento embrionário. Um dia após a fecundação, a primeira célula se divide e entra em fase de clivagem. A cada 24 horas, aproximadamente, ocorre uma nova divisão, dobrando o número de células.
Cerca de 4 a 6 dias após a formação do zigoto, o embrião atinge o estágio de blastocisto, estando constituído por dois grupos celulares: o embrioblasto, massa celular interna, que formará o embrião, propriamente; o trofoblasto, que dará origem às estruturas extraembrionárias, como a placenta.
O embrião, quando se torna blastocisto, está pronto para se implantar no endométrio, revestimento uterino interno. A implantação embrionária marca o início da gestação.
Zigoto, embrião e infertilidade: quando procurar ajuda?
Um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar após, pelo menos, um ano de tentativas (em mulheres abaixo de 35 anos, ou 6 meses quando a idade é mais avançada). As causas de infertilidade podem ser femininas e masculinas. Falhas na formação do zigoto e nas demais etapas de desenvolvimento do embrião estão entre os fatores que podem impedir a gravidez.
Essas falhas podem ocorrer por baixa qualidade dos gametas, anormalidades cromossômicas, doenças que interferem na interação entre espermatozoide e óvulo, entre outras causas. O casal precisa buscar avaliação com um especialista em medicina reprodutiva para que tanto a mulher quanto o homem sejam examinados.
Os vários exames solicitados pelo especialista podem revelar os fatores específicos que estão interferindo na reprodução. De acordo com os resultados da avaliação, a conduta a ser definida pode incluir terapias convencionais para tratar as doenças identificadas, bem como técnicas de reprodução assistida
Relação sexual programada e inseminação artificial são técnicas indicadas para casos simples, por exemplo, os distúrbios de ovulação. A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica mais complexa, realizada em situações que precisam de um processo controlado nas etapas iniciais da reprodução humana.
Na FIV, a fecundação ocorre em laboratório, o zigoto se forma fora do corpo da mulher e o embrião é monitorado em meio de cultura, em incubadora, durante seus primeiros dias. Dessa forma, é possível identificar falhas no desenvolvimento embrionário e aumentar as chances de transferir para o útero embriões saudáveis e com potencial de implantação.
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