Nos últimos anos, a possibilidade de congelar os óvulos tem sido muito abordada. Mulheres que desejam adiar a maternidade ou que enfrentam condições de saúde que podem causar danos ovarianos e infertilidade estão considerando essa técnica como uma opção para preservar as chances de gravidez futura.
No entanto, o momento ideal para o congelamento dos óvulos exige reflexão e planejamento. A idade da mulher é um fator determinante quando se trata da qualidade das células reprodutivas. Sendo assim, o ideal é que o procedimento seja realizado enquanto esses gametas ainda são jovens.
Também é importante ter expectativas realistas, pois ter óvulos congelados não é garantia de gravidez no futuro. Contudo, há sim um aumento das chances de sucesso, visto que existem desafios nas tentativas tardias de concepção natural.
Leia o artigo completo e entenda quando você pode congelar seus óvulos!
Por que fazer o congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos é uma técnica da medicina reprodutiva que permite que a mulher preserve sua fertilidade para tentar engravidar no futuro. Os óvulos podem permanecer por muitos anos em criopreservação, sendo utilizados posteriormente em uma fertilização in vitro (FIV).
Os motivos para congelar os óvulos incluem:
Adiamento da maternidade
Quando a mulher decide postergar a maternidade, chamamos a técnica de preservação social da fertilidade. Seja por razões pessoais, profissionais ou financeiras, o adiamento da gravidez para depois dos 35 anos tem sido cada vez mais comum.
Como a qualidade dos óvulos diminui com o tempo, congelá-los enquanto ainda estão jovens e saudáveis aumenta as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro. Entretanto, não existe idade-limite para tal, sendo necessária uma quantidade maior de óvulos quanto mais avançada for a idade da mulher.
Condições de saúde que afetam a fertilidade
Pacientes que precisam passar por tratamentos de câncer, cirurgia de endometriose ovariana ou outras condições que colocam a fertilidade em risco podem se beneficiar com o congelamento de óvulos. Nesse caso, a técnica é chamada de preservação oncológica ou terapêutica da fertilidade.
A preservação da fertilidade também é indicada para mulheres que têm risco de menopausa precoce devido a alterações cromossômicas, como a síndrome de Turner, síndrome do X frágil ou história familiar de insuficiência ovariana prematura.
Afinal, quando devo congelar meus óvulos?
A idade é um dos principais fatores a considerar. A fertilidade feminina diminui com o passar do tempo e o mais recomendado é que o os óvulos sejam congelados, preferencialmente, até os 35 anos, enquanto eles ainda têm boa qualidade para gerar embriões saudáveis.
Mesmo após essa idade, o congelamento ainda é possível, mas com uma taxa de sucesso menor. O ideal é buscar acompanhamento médico para avaliar a reserva ovariana e considerar as condições individuais de cada mulher. Os exames de ultrassonografia pélvica para contagem dos folículos antrais e a dosagem do hormônio antimülleriano são úteis para definir protocolos personalizados de estimulação ovariana, assim como se apenas uma coleta de óvulos será suficiente ou se devemos proceder com várias coletas. Como, ao estimular a ovulação, só se resgatam óvulos que seriam perdidos naturalmente, não existe um limite do número de coletas definido.
Como a técnica é realizada?
O congelamento de óvulos é realizado por meio de uma técnica avançada de criopreservação: a vitrificação. Com esse método, a qualidade dos óvulos é mantida, mesmo após anos de armazenamento.
Para congelar seus óvulos, você passará pelas seguintes etapas:
- avaliação da reserva ovariana e realização de outros testes importantes, e, eventualmente, o exame do cariótipo;
- estimulação ovariana com medicações hormonais, cujo objetivo é desenvolver o maior número possível de folículos ovarianos para coletar uma boa quantidade de óvulos;
- acompanhamento do crescimento folicular e coleta dos óvulos — durante esse período, exames de ultrassom e, em alguns casos, dosagem hormonal são realizados para monitorar o desenvolvimento dos folículos ovarianos. No momento apropriado, a ovulação é induzida e os óvulos são coletados;
- vitrificação dos óvulos — após a coleta, os óvulos são analisados e aqueles que apresentam boas condições são vitrificados, técnica que consiste em um congelamento ultrarrápido para evitar a formação de cristais de gelo e danos celulares;
- armazenamento — os óvulos são identificados e armazenados em tanques de nitrogênio líquido a temperaturas extremamente baixas (-196°C) sem perder sua viabilidade.
Como engravidar com os óvulos congelados?
Quando chegar o momento oportuno para assumir a maternidade, você poderá tentar engravidar naturalmente ou utilizando os óvulos congelados em uma FIV. Caso opte por dar sequência ao tratamento de reprodução assistida, os gametas serão descongelados, fertilizados em laboratório e os embriões serão transferidos para o útero após o período de cultivo.
Antes de decidir pelo congelamento de óvulos, é importante reforçar algumas informações:
- a qualidade dos óvulos no momento do congelamento. Quanto mais jovem a mulher for, melhores serão as chances de sucesso no futuro;
- a quantidade de óvulos congelados. É recomendado congelar um número suficiente de óvulos (se possível, acima de 10), dependendo da idade da mulher. Isso porque nem todos são fertilizados e geram embriões saudáveis;
- o congelamento de óvulos não é garantia de gravidez futura, mas aumenta as possibilidades. Por isso, é importante ter expectativas realistas e realizar o acompanhamento médico adequado.
Congelar os óvulos é uma conduta preventiva e que pode trazer mais segurança e tranquilidade para o planejamento familiar. Mesmo que você tenha outros planos de vida no momento, pense nessa possibilidade e procure um especialista para esclarecer suas dúvidas!
Agora, faça a leitura do nosso texto sobre FIV- fertilização in vitro e conheça todos os procedimentos associados a essa técnica!