A fertilidade masculina é tão importante quanto a feminina para que o casal tenha chances de engravidar. Para o homem ser fértil, as diversas estruturas do sistema reprodutor devem funcionar corretamente, atuando de maneira coordenada, de modo a garantir a produção, a qualidade e o transporte dos espermatozoides.
Entre os componentes do trato genital masculino, estão as vesículas seminais. Embora não produzam os espermatozoides (isso ocorre nos testículos), essas glândulas têm um importante papel na formação do sêmen.
Neste conteúdo, você vai entender melhor o que são as vesículas seminais, qual é sua função no organismo masculino e como as alterações nessas glândulas podem impactar a fertilidade. Saiba mais com a continuidade da leitura!
Quais são as estruturas do sistema reprodutor masculino?
O sistema reprodutor masculino é composto por órgãos internos e externos, cuja função é produzir os espermatozoides, armazená-los, promover sua maturação e transportá-los até o canal da uretra durante a ejaculação.
Entre as principais estruturas, destacam-se:
- testículos, responsáveis por produzir os espermatozoides e o hormônio testosterona;
- epidídimos, ductos localizados atrás dos testículos, que armazenam e promovem a maturação dos espermatozoides;
- canais deferentes, os quais transportam os espermatozoides pelo trato genital;
- próstata, glândula acessória que secreta substâncias para compor o líquido seminal;
- vesículas seminais, também são glândulas acessórias e produzem a maior parte do fluido que compõe o sêmen;
- uretra, canal que permite a eliminação do sêmen e da urina;
- pênis, o órgão externo, cujas funções estão relacionadas à atividade sexual e à micção.
Não podemos nos esquecer de que os hormônios também são fundamentais para o pleno funcionamento do sistema reprodutor masculino. O estímulo inicial parte da glândula hipófise, que libera os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), os quais induzem os testículos a produzirem testosterona e os espermatozoides.
Substâncias secretadas por outras glândulas endócrinas, como a tireoide e as suprarrenais, também participam da regulação das funções reprodutivas. Portanto, o equilíbrio hormonal é um fator que contribui para a fertilidade.
Por que as vesículas seminais são importantes para a fertilidade?
As vesículas seminais são duas glândulas localizadas atrás da bexiga, logo acima da próstata. Elas se unem aos ductos deferentes, os quais trazem os espermatozoides para se unirem aos demais fluídos que formam o sêmen. Então, o líquido seminal (já contendo os gametas) segue para a uretra, que o conduz para fora do corpo do homem durante a ejaculação.
Muito mais da metade do volume total do sêmen é composto por fluídos secretados pelas vesículas seminais. Uma pequena parte do esperma pode conter milhões de espermatozoides, enquanto as diversas outras substâncias presentes incluem:
- frutose, que fornece energia para os espermatozoides;
- prostaglandinas, que promovem contrações no trato genital feminino, facilitando o deslocamento dos espermatozoides;
- proteínas e enzimas, as quais ajudam a nutrir e proteger os gametas masculinos;
- substâncias alcalinas, úteis para neutralizar a acidez da uretra e do trato vaginal, criando um ambiente mais favorável para os espermatozoides.
Sem a contribuição dos componentes secretados pelas vesículas seminais, os espermatozoides teriam uma redução significativa em sua mobilidade e capacidade de sobrevivência. Por isso, alterações nessas glândulas podem levar a quadros de infertilidade masculina, por exemplo:
- agenesia de vesícula seminal — condição congênita em que uma ou ambas as glândulas não se desenvolvem;
- obstruções que impedem que os fluidos sejam devidamente liberados pelas vesículas seminais, levando a uma diminuição no volume do sêmen;
- inflamações (vesiculites), geralmente causadas por infecções, também podem afetar a composição do fluido seminal;
- cistos e tumores nas glândulas.
Alterações no sêmen podem ser investigadas por meio de exames, sobretudo o espermograma. Constatadas anormalidades nos parâmetros seminais, outras técnicas diagnósticas devem ser solicitadas para averiguar as causas do problema. Nesse contexto, a ultrassonografia transretal e a ressonância magnética da pelve podem revelar as condições das vesículas seminais.
O que fazer quando há alterações na fertilidade masculina?
Quando as vesículas seminais apresentam alterações que comprometem a fertilidade, a abordagem depende da causa específica. Alguns quadros, como infecções ou inflamações, podem ser tratados com antibióticos ou anti-inflamatórios. Já nos casos de obstrução ou agenesia, pode ser necessário recorrer às técnicas de reprodução assistida.
A fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) é a técnica que oferece taxas mais altas de sucesso quando se trata de fatores complexos de infertilidade masculina.
Mesmo quando há ausência total do fluido seminal (aspermia) ou ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia), a FIV pode chegar a bons resultados. Nessas situações, quando não é possível coletar os gametas pelo método convencional (por ejaculação), eles podem ser coletados dos testículos ou epidídimos por meio de procedimentos de recuperação espermática (TESE, Micro-TESE, PESA e MESA).
A FIV permite coletar os óvulos e espermatozoides e realizar a fecundação em laboratório para, depois, transferir o embrião já formado para o útero. Essa abordagem contorna diversas barreiras, incluindo alterações nas vesículas seminais ou outras condições masculinas graves.
A individualização do tratamento é importante para superar fatores específicos de infertilidade conjugal. Ao considerar as particularidades de cada casal, é possível indicar a abordagem mais segura e eficiente, aumentando as chances de sucesso.
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