DIU pode causar infertilidade? Quando retirar para tentar engravidar?

Por Equipe Origen

Publicado em 24/08/2025

O dispositivo intrauterino (DIU) é um dos contraceptivos mais utilizados. Ele se destaca por ter alta eficácia e segurança e por ser um método reversível de longa duração. Mesmo assim, muitas mulheres têm receio de que o uso prolongado do DIU possa causar infertilidade e comprometer seus planos de gravidez no futuro. 

Essa preocupação é compreensível, especialmente quando a gestação não ocorre imediatamente após a retirada do DIU. Mas será que o uso desse dispositivo realmente pode deixar a mulher infértil

Neste artigo, explicaremos como o DIU funciona, qual é o momento ideal para retirá-lo ao decidir engravidar e quais são os passos recomendados caso a gravidez demore a acontecer. Verifique essas informações a seguir!

O que é o DIU e como ele funciona?

O DIU é um pequeno dispositivo em formato de letra T — alguns se apresentam em forma de Y — que é inserido no útero com o objetivo de impedir a concepção. Existem dois tipos principais:

  • o DIU de cobre e/ou prata, que não contém hormônios, mas atua liberando íons que tornam o ambiente uterino hostil aos espermatozoides e reduzem sua mobilidade e capacidade de fecundar o óvulo, além de um processo inflamatório que dificulta a implantação do embrião;
  • o DIU hormonal (levonorgestrel) libera pequenas doses de progesterona. A presença constante desse hormônio torna o muco cervical mais espesso, o que dificulta a passagem dos espermatozoides, além de alterar a receptividade do endométrio uterino para que não ocorra a implantação embrionária.

Ambos são considerados métodos com eficácia contraceptiva de praticamente 100%, além de serem seguros e de longa duração, portanto podem permanecer no útero por até 10 anos, dependendo do modelo.

O DIU pode causar infertilidade?

As diretrizes médicas reforçam que o uso do DIU não está associado à infertilidade, não pode causar alterações definitivas no ambiente uterino ou quaisquer outros impactos nas funções reprodutivas. O que existe ainda é uma controvérsia se os DIUs favorecem ou não a infecção pélvica, levando à infertilidade. Isso significa que a retirada do dispositivo marca o fim da ação contraceptiva, permitindo que a mulher tente engravidar já no primeiro ciclo menstrual seguinte.

Se, após a retirada do DIU, a gestação não ocorrer dentro de um período considerado normal para as tentativas — até 12 meses, ou 6 meses para mulheres com mais de 35 anos —, é necessário investigar se existem outras causas que expliquem a infertilidade.

A associação equivocada entre uso de DIU e infertilidade pode ter origem em casos antigos, quando não havia os mesmos padrões de segurança para a inserção do dispositivo e, possivelmente, mais riscos de inflamação no útero. Na atualidade, o procedimento é feito em ambiente médico controlado, com avaliação adequada e periódica da saúde ginecológica da paciente.

Outro fator a considerar é que grande parte dos casais só descobre um problema de fertilidade quando está tentando engravidar, ou seja, após parar de usar o método contraceptivo. Assim, cria-se uma associação temporal que não tem relação com as verdadeiras causas da infertilidade — em alguns casos, os fatores causais existiam antes mesmo de colocar o DIU, mas não foram previamente diagnosticados.

Quando retirar o DIU para engravidar?

A retirada do DIU pode ser feita a qualquer momento a partir da decisão de engravidar, desde que isso seja feito com o devido acompanhamento médico. O procedimento é simples, rápido e, normalmente, feito em consultório. Não é necessário aguardar nenhum tempo específico após a remoção para iniciar as tentativas de concepção.

Apesar disso, recomenda-se que a retirada do DIU seja acompanhada de uma avaliação ginecológica preconcepcional, especialmente se:

  • a mulher tem mais de 35 anos; 
  • os ciclos menstruais são irregulares; 
  • há histórico de doenças ginecológicas ou cirurgias pélvicas; 
  • o casal já tentou engravidar outras vezes sem sucesso.

Essa avaliação inicial ajuda a garantir que tudo esteja dentro da normalidade. Além disso, o ginecologista pode indicar exames que facilitam o planejamento da gestação, como a avaliação da reserva ovariana.

Outro ponto importante a considerar é a fertilidade masculina. Sendo assim, o casal que opta pela avaliação preconcepcional pode receber indicação para realizar um espermograma para verificar se os parâmetros seminais estão dentro do normal.

E se eu não conseguir engravidar depois de tirar o DIU?

A ausência de gravidez após 6 a 12 meses de tentativas regulares requer avaliação médica especializada. Em uma clínica de fertilidade, o casal pode fazer o acompanhamento para uma investigação completa, que avalie todos os possíveis fatores associados à fertilidade conjugal. 

A investigação começa com uma anamnese detalhada e, depois, vários exames são solicitados. Os resultados da avaliação podem revelar infertilidade masculina, feminina ou fatores combinados de ambas. Por outro lado, alguns casais não identificam nenhum problema reprodutivo, mesmo após uma jornada de tentativas de gravidez sem sucesso, o que caracteriza a infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Se as causas forem diagnosticadas, algumas são tratáveis com terapia medicamentosa ou abordagens cirúrgicas. Outras demandam tratamentos combinados com as técnicas de reprodução assistida — coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV), estão entre as possibilidades.

Esclarecemos, portanto, que o DIU não causa infertilidade. O que pode acontecer é o casal enfrentar dificuldades para engravidar após a retirada do dispositivo, mas devido a outros fatores que precisam ser devidamente investigados.

Leia agora sobre as várias possíveis causas de infertilidade feminina!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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