Desde o seu surgimento, a FIV (fertilização in vitro) tem representado uma revolução no tratamento de casais com problemas de infertilidade. A principal técnica de reprodução assistida existente atualmente permite que casais que outrora sofriam com a infertilidade possam ter filhos.
Durante a realização da FIV, é possível utilizar técnicas complementares que têm como intuito superar problemas específicos que possam ser a causa da infertilidade.
O número de técnicas tem aumentado ao longo dos anos, evoluindo de acordo com as pesquisas realizadas na área a fim de solucionar problemas específicos. Neste artigo, apresentaremos algumas das principais técnicas utilizadas na FIV.
O que são técnicas complementares?
As técnicas complementares da FIV são procedimentos que podem ou não ser realizados durante a FIV, de acordo com necessidades específicas de cada paciente.
Consistem em exames ou tratamentos que visam analisar, identificar e tratar problemas específicos que possam causar a infertilidade ou a transmissão de doenças, especialmente aquelas de origem genética.
Dessa forma, busca-se personalizar o tratamento da FIV a fim de fazer com que sua efetividade seja maior e seus riscos sejam menores.
Quais são as técnicas complementares da FIV?
Algumas das técnicas mais conhecidas e que serão tratadas nesse artigo são PGT, hatching assistido, congelamento de gametas e embriões. Veremos cada uma dessas técnicas e como funcionam.
PGT
O teste genético pré-implantacional (PGT) é um teste realizado durante o cultivo embrionário.
Esse cultivo consiste no acompanhamento do desenvolvimento do embrião, observando-se tanto o tempo quanto a duração das suas divisões celulares. É durante a etapa de cultivo embrionário que serão realizadas diversas técnicas.
A técnica de PGT é um desses testes, feita no embrião a fim de identificar uma série de doenças e condições.
Este teste é geralmente feito quando o embrião atinge o estágio de blastocisto, o que costuma acontecer cinco dias após a fecundação.
Ele pode, no entanto, ser feito também no terceiro dia do desenvolvimento embrionário, mas terá uma menor quantidade de células.
Assim, dependendo do tipo de análise a ser realizada, a biópsia embrionária para retirada das células será feita no 3º ou 5º dia de desenvolvimento.
Por meio desse teste, é possível reduzir o risco de transmissão de doenças de ordem genética em casais de alto risco. O laboratório responsável pelo exame será capaz de identificar os embriões livres da doença, indicando-os para a transferência.
Isso será feito por meio de uma biópsia realizada para retirar algumas células de cada embrião para posterior análise de acordo com a doença que se busca identificar. Esse procedimento é indicado para casais que tenham alto risco de transmissão de doenças genéticas para seus filhos.
Hatching assistido ou eclosão assistida
O hatching é um fenômeno natural no qual a “casca” do embrião, chamada de zona pelúcida, se abre para que o embrião possa sair (eclosão) e se fixar (implantar) no endométrio. Esse fenômeno ocorre, in vivo, dentro do útero.
O hatching assistido pode ser realizado em laboratório para facilitar que o fenômeno ocorra posteriormente. As indicações são muito limitadas, sendo feito quando se identifica que a zona pelúcida está muito espessada.
Pode ser realizado abrindo-se a zona pelúcida com o auxílio de laser ou por afinamento, com uso de uma substância específica. O procedimento é realizado algumas horas antes da transferência.
Congelamento de gametas e embriões
O congelamento de gametas e embriões é uma técnica complementar que visa preservar a fertilidade tanto masculina como feminina.
Também chamada de criopreservação, essa técnica consiste na conservação de gametas ou embriões em baixas temperaturas para que sejam posteriormente transferidos para o útero.
As diferentes técnicas complementares da FIV surgiram como modo de aumentar as possibilidades de uma gravidez bem-sucedida. Para saber mais sobre a FIV, leia este texto.