A laqueadura é uma cirurgia para contracepção feminina definitiva. O objetivo do procedimento é fazer a obstrução das tubas uterinas, por meio de excisões ou bloqueios. Esse tipo de intervenção é procurado por mulheres que já tiveram filhos e desejam encerrar sua vida reprodutiva.
Vale lembrar que as tubas são importantes órgãos do sistema reprodutor, é nelas que os óvulos e espermatozoides se encontram para a fertilização. Assim, a laqueadura impede o encontro dos gametas e a formação de um embrião. O método é definitivo, embora exista possibilidade de reversão em alguns casos.
Nem todas as mulheres podem fazer a laqueadura. As indicações para esse tipo de cirurgia dependem de alguns critérios, sendo o principal deles a paridade. Mulheres que não têm filhos, não são elegíveis para o procedimento. A idade também é fator determinante — tanto para a esterilização quanto para as chances de gravidez pós-reversão —, como veremos adiante.
Leia o que vem a seguir e entenda como a laqueadura é realizada, para quem é indicada e como é possível engravidar após o procedimento no caso de mudança de planos!
A laqueadura é feita com quais técnicas cirúrgicas?
A laqueadura pode ser realizada com várias técnicas. Os métodos cirúrgicos podem diferir, mas a finalidade é sempre obstruir as tubas uterinas para inviabilizar a união dos gametas. A cirurgia é feita principalmente por videolaparoscopia (técnica minimamente invasiva) — embora exista também a possibilidade de fazer o procedimento por laparotomia (cirurgia abdominal aberta) ou histeroscopia (via vaginal).
As tubas uterinas são obstruídas de diferentes formas: podem ser excisadas e ter suas extremidades amarradas, podem ser cauterizadas, ou ainda bloqueadas com clipes, anéis elásticos, entre outros recursos. Todos esses métodos são eficazes no objetivo de promover a contracepção, de modo que o risco de uma gravidez indesejada é quase nulo.
Quando a laqueadura pode ser realizada?
Atualmente, existe um cuidado maior para fazer esse tipo de indicação, visto que se trata de um método definitivo e nem sempre reversível. Mulheres que passam pela laqueadura ainda jovens, podem mudar seus planos e se arrepender dessa decisão — por exemplo, quando decidem formar uma nova família com outro parceiro.
Assim, a esterilização definitiva deve ser pensada com cautela. É importante que a paciente seja bem conscientizada sobre as repercussões de sua escolha e os riscos de arrependimento no futuro. Nessa ocasião, existem várias formas de contracepção de longa duração que podem ser priorizadas, como o dispositivo intrauterino (DIU).
Além disso, existem alguns critérios de elegibilidade para realizar a laqueadura, são eles: idade mínima de 25 anos e confirmação de dois ou mais filhos vivos. Problemas comprovados de saúde que contraindiquem uma gravidez, colocando a vida da mãe ou do feto em risco, também justificam a realização da laqueadura.
Outros métodos de contracepção indicados, sobretudo quando a paciente é jovem e ainda pode querer mais filhos, no futuro, incluem: DIU hormonal ou de cobre; anticoncepcionais orais ou injetáveis; anel vaginal hormonal; adesivo cutâneo; implante subdérmico; diafragma etc.
E se a mulher quiser engravidar após a laqueadura?
Nos casos em que a mulher realiza a laqueadura e se arrepende, ainda é possível engravidar. A reversão do procedimento é uma alternativa, mas nem sempre é bem-sucedida — o que depende de vários fatores. Outra possibilidade é a reprodução assistida. Entenda!
Reversão de laqueadura
A reversão de laqueadura é um procedimento cirúrgico ainda mais complexo que a própria laqueadura. O procedimento consiste em recanalizar as tubas para que elas recuperem sua permeabilidade. Menos de 50% das mulheres que passam por essa cirurgia conseguem uma gravidez espontânea.
As chances de gestação estão relacionadas aos seguintes fatores:
- idade da mulher;
- estado das fímbrias — porção das tubas que se comunica com os ovários e faz a captação do óvulo;
- técnica utilizada na obstrução das tubas;
- tempo que transcorreu desde a cirurgia.
Visto isso, a cirurgia de reversão é indicada preferencialmente para mulheres com menos de 35 anos e boas condições de recuperar as características anatômicas e funcionais das tubas uterinas.
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV é uma opção mais promissora para mulheres com idade superior a 35, muito tempo de cirurgia e que sofreram danos tubários significativos. Com esse tipo de tratamento, os gametas femininos e masculinos são colhidos e selecionados, os óvulos são fertilizados em laboratório e, após 2 a 5 dias de cultivo, os embriões são transferidos diretamente para o útero da paciente. Dessa forma, as tubas obstruídas não interferem no processo de concepção.
Para realizar a FIV, tanto a mulher quanto seu parceiro passam por uma série de exames que avaliam as condições do sistema reprodutor. Durante a investigação completa da fertilidade conjugal, outros problemas podem ser identificados também — como alterações espermáticas, doenças uterinas e disfunção ovulatória —, o que confirma a importância da técnica de reprodução.
Depois de saber um pouco mais sobre laqueadura, leia também nosso texto que explica os detalhes da reversão de laqueadura!