Agende a sua consulta

DIP: saiba como é feito o diagnóstico

Por Equipe Origen

Publicado em 13/07/2022

A doença inflamatória pélvica, mencionada também pela sigla DIP, é uma importante afecção do trato reprodutivo feminino, que pode afetar vários órgãos simultaneamente. A inflamação pode começar no colo do útero e ascender para o trato genital superior, acometendo o endométrio (tecido que reveste o útero por dentro), as tubas uterinas e os ovários, além do peritônio pélvico (membrana que recobre a cavidade da pelve).

O tratamento correto da DIP é fundamental para evitar complicações e sequelas nos órgãos reprodutores. Se não for diagnosticada e devidamente tratada, a doença pode deixar a mulher infértil. Sendo assim, é importante observar quaisquer sinais e sintomas de alterações ginecológicas e buscar avaliação diagnóstica o quanto antes — especialmente quem tem planos de gravidez.

Leia este post com atenção, saiba mais sobre DIP e veja como é realizado o diagnóstico dessa patologia!

Quais são as causas e consequências da DIP?

A DIP é uma afecção de causa polimicrobiana. Decorre principalmente da ação de microrganismos responsáveis por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo a clamídia a mais prevalente.

As ISTs nem sempre provocam sintomas evidentes nas mulheres. Algumas são assintomáticas ou apresentam alterações discretas, que não chegam a motivar a procura por avaliação médica. Entretanto, a DIP é uma das consequências das infecções não tratadas.

Outras bactérias que habitam o trato genital inferior também podem ascender para os órgãos superiores por meio de procedimentos médicos, como curetagem, biópsia endometrial, cirurgias intrauterinas e colocação de DIU.

As consequências da DIP estão principalmente relacionadas às disfunções reprodutivas. Os processos inflamatórios afetam as características anatômicas e funcionais dos órgãos, levando à infertilidade.

Quando o endométrio é acometido, a inflamação é chamada de endometrite e tende a reduzir a receptividade endometrial, causando falhas de implantação do embrião. Já a inflamação nas tubas uterinas é denominada salpingite e, quando agravada, provoca hidrossalpinge e obstrução tubária, dificultando o transporte do óvulo, a passagem dos espermatozoides e a fecundação.

Raramente, a doença afeta os ovários (ooforite ou ovarite), comprometendo também as funções ovarianas. Já a cervicite (inflamação no colo do útero) é o quadro mais comum, tendo como principal risco a propagação dos patógenos para o trato reprodutivo superior.

A peritonite (inflamação no peritônio pélvico), por sua vez, pode se espalhar pela cavidade abdominopélvica e até pela corrente sanguínea, nos casos mais graves, desencadeando um quadro de infecção generalizada (sepse).

Como chegar ao diagnóstico de DIP?

Para chegar ao diagnóstico de DIP, o primeiro passo é identificar os sintomas de inflamação pélvica. As apresentações clínicas dessa doença são variáveis, o que pode dificultar sua detecção precoce. Apesar disso, a mulher deve dar atenção às possíveis manifestações, principalmente às dores.

Os sintomas de DIP incluem:

  • dor acentuada na região inferior do abdômen;
  • presença de corrimento vaginal com mau-odor, sugestivo de infecção;
  • dor na relação sexual;
  • sensibilidade uterina, que pode, inclusive, dificultar o exame ginecológico;
  • sangramento intermenstrual;
  • febre e mal-estar na fase aguda da infecção.

A avaliação diagnóstica, então, começa com a investigação clínica, que inclui o levantamento dos sintomas que a paciente tenha notado e de outras informações relevantes, como: tempo e localização da dor; possibilidade de gravidez; realização recente de procedimentos médicos no útero; padrão sexual e risco de ISTs.

No exame físico, o médico realiza a palpação do abdômen e identifica se existe dor à pressão, assim como dor à palpação do colo do útero no exame de toque vaginal. Também é possível averiguar se a região anexial (que abrange as tubas uterinas e os ovários) está dolorosa e inchada.

Quanto aos exames adicionais, realiza-se a análise de urina e da secreção cervical, bem como o rastreio de ISTs. O teste de gravidez também pode ser solicitado em alguns casos, para excluir a possibilidade de gestação tubária, que é uma complicação frequente em casos de DIP.

A ultrassonografia pélvica é indicada para verificar alterações anatômicas, como dilatação das tubas uterinas, formação de abscesso tubo-ovariano, gravidez ectópica e presença de aderências pélvicas (faixas de tecido cicatricial decorrente da inflamação).

Quais são os tratamentos possíveis?

Geralmente, o tratamento de DIP requer a administração de antibióticos e anti-inflamatórios. Entretanto, outros tipos de intervenção também são necessários de acordo com as complicações resultantes da doença. Por exemplo, quando há diagnóstico de abscesso tubo-ovariano, gravidez ectópica ou risco de sepse, a paciente deve ser tratada em ambiente hospitalar.

Mulheres que tiveram sequelas de DIP e ficaram inférteis podem ainda contar com os serviços de reprodução assistida para ter mais chances de engravidar. A técnica mais indicada quando há comprometimento uterino e tubário é a fertilização in vitro (FIV).

A técnica segue várias etapas para que os gametas sejam coletados e a fecundação aconteça em laboratório. Depois de formados, os embriões ficam em cultivo por poucos dias e são transferidos para a cavidade do útero, portanto, não percorrem as tubas uterinas — o que é muito relevante quando a paciente apresenta obstrução tubária.

Além da DIP, diversas doenças reduzem as chances de gravidez espontânea. Para saber quais são, confira também nosso texto sobre infertilidade feminina!

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.