Existem diferentes tipos de mioma, o que pode levantar a dúvida para algumas mulheres se há relação entre mioma intramural e infertilidade feminina. Sabe-se que essa condição, em alguns casos, pode afetar a estrutura uterina e deixar a mulher infértil. Entretanto, isso nem sempre acontece.
O mioma é uma das alterações ginecológicas mais comuns, embora grande parte dos casos não chegue a ser diagnosticada por falta de sintomas clínicos significativos. Trata-se de um tumor benigno que se desenvolve no útero, tendo origem na camada intermediária da parede uterina, chamada de miométrio.
O tecido miometrial é o mais espesso da parede uterina. É formado por feixes de musculatura lisa e suas funções estão relacionadas à contratilidade do útero e à sua capacidade de expansão. Essas características permitem que o órgão aumente de tamanho durante a gravidez e tenha as contrações que estimulam o trabalho de parto.
Este texto apresenta as classificações dos miomas e esclarece se há relação entre mioma intramural e infertilidade. Continue a leitura e entenda!
Como os miomas são classificados?
Os miomas são formados por células do miométrio, mas podem crescer na direção interna ou externa do útero, invadindo as outras camadas. Assim, podem ser classificados como:
- intramurais;
- submucosos;
- subserosos.
O mioma intramural é aquele que cresce justamente na camada em que ele surge, ou seja, no miométrio, mas pode apresentar componente submucoso ou subseroso. Esse é o tipo mais comum e pode causar mais cólicas, visto que interfere na contratilidade uterina.
O tumor submucoso se origina no miométrio e invade o endométrio, que é a camada mais interna da parede uterina. É no tecido endometrial que o embrião se implanta quando um óvulo é fecundado, marcando o início da gravidez. Portanto, é um tipo de mioma que pode afetar a fertilidade, além de causar sangramento abundante.
Quando cresce na direção do tecido superficial do útero, a camada serosa, o mioma é classificado como subseroso. Esse oferece menos riscos às funções uterinas. No entanto, como se projeta para a cavidade pélvica, pode atingir um volume anormal e pressionar os órgãos vizinhos, chegando a alterar as funções urinárias e intestinais.
Além dos três tipos mencionados, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) apresenta outras classificações dos miomas, conforme a localização dos tumores no útero. Dessa forma, podemos encontrar os seguintes tipos:
- 0- intracavitário;
- 1- submucoso <50% intramural;
- 2- submucoso >50% intramural;
- 3- intramural em contato com o endométrio;
- 4- intramural;
- 5- subseroso > 50% intramural;
- 6- subseroso <50% intramural;
- 7- subseroso pediculado;
- 8- cervical ou parasitário.
Existe relação entre mioma intramural e infertilidade?
Os miomas, em geral, podem ser uma preocupação para a fertilidade, mas nem sempre a mulher fica impossibilitada de engravidar tendo esse diagnóstico. Pelo contrário, o percentual de pacientes inférteis devido à miomatose uterina é relativamente baixo se comparado com outras doenças ginecológicas, como a endometriose.
A ligação entre mioma intramural e infertilidade é um assunto controverso entre os especialistas. Nesse sentido, a localização do tumor é um aspecto determinante para o prognóstico reprodutivo. Isso porque, mesmo que se origine na camada miometrial, o mioma pode ter componente submucoso, o que significa que provoca alterações no endométrio, que é o local da implantação embrionária.
O mioma intramural é o mais comum, sendo diagnosticado em mais da metade dos casos de miomatose uterina. Entretanto, é bem possível que a mulher consiga engravidar, caso os tumores sejam pequenos. O risco de infertilidade por mioma intramural é maior quando:
- os miomas são grandes e deformam a arquitetura da parede uterina;
- localizam-se próximos à cavidade endometrial ou chegam a invadir o endométrio (intramural com componente submucoso);
- causam alterações circulatórias locais e processo inflamatório;
- localizam-se próximos aos óstios tubários, obstruindo a passagem dos gametas para as tubas uterinas ou do embrião para a cavidade do útero;
- provocam disfunção na contratilidade uterina, ocasionando contrações e abortamento.
Como é feito o tratamento do mioma intramural?
Miomas pequenos e assintomáticos nem sempre precisam de tratamento. Cada caso deve ser avaliado para prescrever a conduta mais adequada. Os tumores maiores, no entanto, normalmente necessitam de remoção cirúrgica — principalmente, quando causam infertilidade, provocam sintomas intensos, como sangramento uterino anormal, ou comprometem as funções dos órgãos adjacentes.
A cirurgia para retirada do mioma intramural é feita pode videolaparoscopia. Quando há componente submucoso, a histeroscopia também pode ser indicada.
Mesmo com a remoção do mioma uterino, algumas pacientes podem enfrentar dificuldades para engravidar espontaneamente — talvez até por outros fatores associados à infertilidade, como idade acima de 37 anos.
Sendo assim, quando a mulher apresenta mioma intramural e infertilidade, a reprodução assistida também é uma possibilidade de tratamento. Nesse caso, como se trata de uma alteração uterina, que é fator complexo a ser superado, poder ser indicada a fertilização in vitro (FIV), técnica mais sofisticada da reprodução assistida.
Aprofunde seu entendimento acerca dessa doença com a leitura do texto sobre mioma, que aborda também os outros tipos, bem como sintomas, diagnóstico e opções de tratamento!
