Diante da grande quantidade de problemas, femininos e masculinos, que podem deixar o casal infértil, pode surgir a dúvida se torção testicular e infertilidade também são condições relacionadas.
Antes de explorar essa possível relação, vamos recordar que os testículos são órgãos fundamentais no sistema reprodutor masculino. Suas funções incluem a produção de testosterona e dos espermatozoides.
Principal hormônio masculino, a testosterona é necessária tanto para desenvolver os gametas quanto para manter as características sexuais secundárias do homem, como voz grossa e pelos faciais e corporais. Além disso, o hormônio estimula o desejo sexual, ajuda na manutenção da constituição óssea e muscular, entre outras funções.
Os espermatozoides são as células reprodutivas do homem. São produzidos nos testículos, depois ficam armazenados nos epidídimos para amadurecer e, por fim, juntam-se aos fluídos da próstata e das vesículas seminais para formar o sêmen.
Vemos que os testículos são órgãos diretamente relacionados à função sexual e à fertilidade masculina. No entanto, muitas condições podem alterar as funções testiculares, entre elas a torção do órgão.
Abordaremos, neste post, qual é a relação entre torção testicular e infertilidade, quais são as possíveis complicações e como proceder quando o homem descobre que está infértil!
O que é torção testicular?
A torção testicular é um problema urogenital que requer ajuda médica de emergência. Caracteriza-se pela rotação do testículo em relação ao seu eixo, comprimindo o cordão espermático e bloqueando o suprimento de sangue.
Quando o homem tem uma torção testicular, é preciso procurar atendimento médico imediatamente, pois a dor no escroto costuma ser súbita e intensa. Outros sintomas, além da dor, são testículo inchado e endurecido.
A torção pode ser causada por traumas locais, exercício físico intenso ou atividade que aumenta a tração superior do testículo (reflexo cremastérico), como patinação e ciclismo. A congestão vascular, que ocorre em processos inflamatórios, também pode aumentar o risco de torção testicular.
Na avaliação médica, são feitos o exame físico e a investigação dos sintomas. Além de observar os aspectos do testículo torcido, como inchaço, endurecimento, elevação e horizontalização, o médico pode testar o reflexo cremastérico.
Com um toque suave na porção medial da coxa, é possível avaliar se o paciente teve a perda da tração testicular, o que também é um sinal de torção. Em caso de dúvida, um ultrassom da bolsa testicular com Doppler colorido pode ser solicitado.
A torção do cordão espermático pode provocar fluxo sanguíneo insuficiente e obstrução do retorno venoso, levando à isquemia testicular. Portanto, o tempo para a intervenção médica é estreito e o retardo no atendimento pode acarretar sérios prejuízos.
É possível distorcer o órgão manualmente, em alguns casos, mas a correção cirúrgica geralmente é feita. Se a torção não for corrigida em tempo, existe o grave risco de infarto testicular e necrose. Nesse caso, pode ser necessário remover o testículo torcido.
Existe relação direta entre torção testicular e infertilidade?
Há risco de o homem ficar infértil após a torção testicular quando é preciso retirar o testículo, mas isso nem sempre acontece. Esse problema é unilateral, na maioria dos casos, o que significa que ainda restará um dos órgãos para cumprir as funções de produzir testosterona e espermatozoides.
Após a cirurgia, é importante realizar dosagens hormonais e um exame de espermograma para verificar se o testículo restante mantém a produção do hormônio e dos gametas. A análise seminal microscópica permite a contagem dos espermatozoides, bem como a observação da qualidade das células, considerando os aspectos de motilidade e morfologia.
Os resultados do espermograma podem indicar que está tudo dentro dos parâmetros seminais normais, assim como pode revelar alguma alteração espermática. Outras condições podem estar associadas à infertilidade masculina e, para identificá-las, outros exames são solicitados.
O que fazer diante da infertilidade masculina?
Cerca de metade dos casos de infertilidade conjugal decorre de fatores masculinos. Há várias técnicas de reprodução assistida para ajudar na superação de tais dificuldades. Além disso, tratamentos das doenças subjacentes, quando há diagnóstico, também são indicados.
Os fatores mais complexos de infertilidade masculina são a oligozoospermia (baixa concentração de espermatozoides) astenozoospermia (baixa motilidade) teratozoospermia (morfologia espermática normal diminuída) e a azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado). Para esses casos, recomenda-se o tratamento de reprodução com fertilização in vitro (FIV).
A FIV para pacientes com alterações espermáticas graves requer a coleta dos gametas com procedimentos de recuperação espermática. As células germinativas são colhidas nos testículos ou epidídimos e usadas para fecundar os óvulos com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI).
Com esses recursos avançados, a FIV é considerada uma técnica sofisticada e efetiva, com altas taxas de êxito diante de fatores complexos de infertilidade. Antes de iniciar o tratamento, cada casal passa por um atendimento personalizado para fazer a escolha adequada das técnicas que serão empregadas.
Vimos, neste post, que a torção testicular é uma condição que requer atendimento imediato e que o retardo na resolução do problema pode ter sérias consequências. Entretanto, mesmo que seja necessária a remoção de um testículo, o homem ainda pode produzir espermatozoides. Quando a contagem espermática é baixa e o casal tem objetivo de ter filhos, a FIV pode ser a solução.
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