A morfologia do espermatozoidedesempenha um papel crucial na fertilidade masculina, já essas células são especializadas em fertilizar o óvulo, o que normalmente resulta em uma gravidez.
Quando a morfologia do espermatozoide é normal, essas células apresentam uma estrutura adequada, com uma cabeça oval e alongada, cauda longa e bem formada, permitindo uma melhor mobilidade e capacidade de se locomover em direção ao óvulo.
Por outro lado, quando há alterações significativas na morfologia do espermatozoide, os espermatozoides podem ter dificuldades em se mover eficientemente e em penetrar no óvulo, reduzindo as chances de fertilização e consequentemente de uma gravidez bem-sucedida.
Neste artigo, vamos explorar a importância da morfologia do espermatozoide e sua relação com a fertilidade masculina.
Entenda melhor o que é e como funciona o espermatozoide
Para compreendermos a morfologia do espermatozoide, é importante conhecermos melhor esta célula e como ela é produzida.
O espermatozoide é uma célula exclusivamente masculina e especializada para a fecundação, composta por diferentes partes que desempenham funções específicas, tanto para sua sobrevivência como para a própria fertilização.
A cabeça do espermatozoide possui formato alongado e oval e está ligada à peça intermediária. Na cabeça encontram-se o pronúcleo, que abriga parte do material genético do pai, e o acrossomo, uma estrutura localizada na região anterior, responsável por conter enzimas que auxiliam o espermatozoide a penetrar no óvulo durante a fertilização.
Conectada à cabeça espermática, a peça intermediária é uma região que contém uma pequena quantidade de mitocôndrias, usadas para a produção de energia necessária à movimentação e ao funcionamento do espermatozoide como um todo.
A cauda é a parte mais longa do espermatozoide, composta por microtúbulos ligados à peça intermediária, responsáveis pela movimentação dessa estrutura. O final da cauda possui uma estrutura chamada de flagelo, que realiza um movimento ondulatório, impulsionando o espermatozoide e permitindo que ele se desloque em direção ao óvulo.
Como os espermatozoides são produzidos?
Cada espermatozoide é formado durante um processo chamado espermatogênese, que ocorre nos testículos, tendo início na puberdade e permanecendo continuamente ao longo da vida do homem.
Durante a espermatogênese, as células germinativas dos testículos (espermatogônias) passam por uma série de divisões celulares especiais, resultando na formação de espermatozoides maduros, contendo metade do DNA do homem – mais especificamente um cromossomo de cada par.
Essa produção é coordenada por uma dinâmica hormonal que envolve principalmente as gonadotrofinas e a testosterona e ocorre em grandes quantidades.
Após a espermatogênese, os espermatozoides são conduzidos aos epidídimos – localizados na parte posterior dos testículos –, onde passam por um processo de maturação e desenvolvimento da cauda, com a qual adquirem capacidade de locomoção, tornando-se totalmente funcionais e prontos para integrar o sêmen.
O sêmen é composto pelos espermatozoides e por fluidos provenientes das vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, que desembocam nos ductos deferentes, assim como os epidídimos, que trazem os espermatozoides.
Quando ocorre a ejaculação, o sêmen é liberado e tem como função principal transportar os espermatozoides até o útero, normalmente durante a relação sexual.
Qual a importância da morfologia espermática?
A morfologia do espermatozoide desempenha um papel crucial na qualidade do sêmen, já que a forma e estrutura dessas células são indicadores importantes da sua capacidade de alcançar e fertilizar o óvulo com sucesso.
Espermatozoides com morfologia normal possuem uma estrutura adequada, com uma cabeça oval e alongada, cauda longa, bem formada e ativa.
Essas características são essenciais para que o espermatozoide possa se mover eficientemente no ambiente vaginal, percorrendo o trajeto até o óvulo, além de proteger integridade do DNA espermático, evitando mutações ou anormalidades cromossômicas que poderiam prejudicar o desenvolvimento embrionário. Possivelmente, só os espermatozoides normais (ovais) têm a capacidade de penetrar o ovócito, pelo menos in vitro.
Teratozoospermia: infertilidade por alterações na morfologia espermática
Espermatozoides com morfologia anormal – que apresentam alterações na forma e estrutura, como cabeças atípicas, caudas encurtadas, dobradas ou ausentes, presença de múltiplas cabeças ou caudas, entre outras variações – podem comprometer a atividade do espermatozoide, tornando-o menos eficiente para percorrer o trajeto e penetrar o óvulo.
A teratozoospermia é um termo utilizado para descrever uma condição em que a maioria dos espermatozoides apresenta morfologia anormal e pode ser classificada em leve, moderada ou grave, dependendo da porcentagem de espermatozoides com morfologia anormal identificada no espermograma.
Esses problemas na morfologia do espermatozoide podem ser causados por fatores genéticos, como mutações nos genes envolvidos no desenvolvimento dos espermatozoides; fatores ambientais, como exposição a substâncias tóxicas, poluentes e radiação; estilo de vida inadequado, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas recreativas; obesidade; e condições médicas, como varicocele, infecções genitais, distúrbios hormonais e problemas no desenvolvimento testicular.
É importante ressaltar que a morfologia do espermatozoide também influencia a motilidade espermática, fazendo com que a teratozoospermia possa estar também associada à astenozoospermia (grande quantidade de espermatozoides imóveis ou com movimentação errática).
Como a reprodução assistida pode ajudar?
Felizmente, para casais que enfrentam dificuldades de fertilidade devido a problemas na morfologia do espermatozoide, existem opções de tratamento disponíveis que podem ajudar a realizar o sonho de ter um filho.
A reprodução assistida oferece alternativas promissoras para superar esses desafios, que costumam receber indicação de tratamento com a FIV (fertilização in vitro).
Na FIV, os óvulos da mulher são coletados e fertilizados em laboratório, permitindo que os espermatozoides com morfologia normal sejam selecionados especialmente para a fertilização – realizada nesses casos por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
A ICSI é uma técnica em que um único espermatozoide viável é selecionado e injetado diretamente dentro do óvulo, melhorando as chances de sucesso dessa etapa do tratamento.
Após a ICSI, os embriões resultantes são cultivados em laboratório por alguns dias e, em seguida, selecionados e transferidos para o útero, onde espera-se que a nidação e a gravidez aconteçam.
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