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Anovulação e infertilidade: qual é a relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 18/01/2024

A infertilidade pode se tornar um desafio na vida de muitos casais que sonham em ter filhos. Há vários fatores que podem deixar o homem e a mulher inférteis. No caso da fertilidade feminina, uma das principais disfunções é a anovulação.

Pelo próprio termo, já é possível presumir que essa condição está associada à ovulação, que, por sua vez, é o processo que ocorre no corpo da mulher, uma vez por mês, para liberar um óvulo maduro.

A relação entre anovulação e infertilidade é frequente, mas, felizmente, pode ser de fácil tratamento, dependendo da causa.

Com a leitura deste artigo, você vai entender muito mais sobre ovulação, anovulação e possibilidades de tratamento em caso de infertilidade. Acompanhe!

Em qual momento do ciclo menstrual acontece a ovulação?

A ovulação é um fenômeno necessário para o processo de reprodução humana. É dessa forma que o corpo feminino libera sua célula reprodutiva, o óvulo, para uma possível fecundação.

Um ciclo menstrual regular dura cerca de 28 dias. Aproximadamente, na metade do ciclo a ovulação acontece, separando as fases folicular e lútea.

A fase folicular ou proliferativa abrange as duas primeiras semanas do ciclo, que começa com a menstruação. Nessa fase, os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) são liberados pela glândula hipófise e estimulam os ovários. Assim, um grupo de folículos ovarianos começa a se desenvolver e um deles chega ao estágio de maturação final.

O folículo mais desenvolvido se rompe e libera o óvulo maduro, marcando o dia da ovulação. Depois disso, inicia-se a fase lútea. Os resíduos foliculares dão origem a uma estrutura endócrina temporária, denominada corpo-lúteo, que produz estrogênio e progesterona. Esses hormônios têm a função de preparar o revestimento interno do útero (endométrio) para receber um óvulo fertilizado/embrião.

O ciclo menstrual termina com a descamação do endométrio, se não houver implantação embrionária. Assim, a menstruação marca o começo de um novo ciclo.

O que é anovulação?

Anovulação é a ausência de ovulação, ou seja, a mulher que tem essa condição não ovula normalmente. Pode acontecer por várias razões, eventualmente ou de forma crônica. Quando a ovulação é infrequente, ocorrendo em ciclos intermitentes, chama-se oligovulação.

A relação entre anovulação e infertilidade é óbvia: se não há óvulo para ser fecundado, não é possível gerar um embrião e chegar à gravidez. O princípio da geração de uma nova vida é a união de uma célula reprodutiva feminina, o óvulo, com uma masculina, o espermatozoide.

Mulheres com oligovulação têm uma pequena chance de engravidar naturalmente, mas é difícil fazer o cálculo do período fértil, visto que as ovulações não ocorrem em todo ciclo. Já os casos de anovulação crônica são ainda mais críticos.

O primeiro passo para descobrir se você tem anovulação e infertilidade é observando a regularidade menstrual. O sinal mais comum de disfunções ovulatórias são os ciclos menstruais irregulares, com ausência de menstruação (amenorreia) ou intervalos muito longos (acima de 35 dias) entre um período menstrual e outro.

Entretanto, a regularidade dos ciclos menstruais nem sempre é sinônimo de fertilidade. Em alguns casos, é possível que todas as fases do ciclo se cumpram sem que um óvulo maduro tenha sido efetivamente liberado. Sendo assim, diante da dificuldade de engravidar, é fundamental buscar avaliação médica para confirmar se há problemas a tratar.

Quais são as causas de anovulação?

A anovulação está principalmente associada a disfunções endócrinas/hormonais, mas também pode ser causada por alterações nos ovários, como tumores e alguns tipos de cistos.

A causa mais comum de anovulação crônica é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Trata-se de uma endocrinopatia caracterizada pelo aumento nos níveis de hormônios andrógenos circulantes no corpo da mulher, como a testosterona (principal hormônio masculino).

O hiperandrogenismo presente na SOP afeta a liberação dos hormônios que regulam o ciclo menstrual, interferindo no processo ovulatório. Como os folículos ovarianos começam a se desenvolver, mas não são devidamente estimulados até a maturação final, acumulam-se vários microcistos nos ovários, que podem ser confirmados com o exame de ultrassonografia pélvica associado a exames hormonais.

A SOP também causa alterações estéticas na mulher, devido ao excesso de hormônios masculinos, como crescimento de pelos em locais anormais, queda de cabelo, acne, seborreia, aumento de gordura abdominal, entre outros.

Outra causa preocupante — e até irreversível — de anovulação é a falência ovariana prematura ou menopausa precoce. Isso significa que o estoque de óvulos se esgotou antes dos 40 anos. As causas nem sempre são identificadas, mas podem incluir alterações genéticas e tratamentos médicos, como quimioterapia, radioterapia pélvica e cirurgia nos ovários.

No mais, a anovulação pode ser causada por:

  • hipotireoidismo;
  • distúrbios relacionados ao eixo hipotálamo-hipófise, como presença de tumores e hiperprolactinemia;
  • fatores do estilo de vida, como obesidade, magreza extrema, uso de anabolizantes, prática excessiva de exercícios físicos, estresse, entre outros.

É possível tratar as causas para normalizar a ovulação. Algumas condutas, dependendo das condições subjacentes, são perda de peso, tratamento medicamentoso para disfunções hormonais e até cirurgia para retirada de cistos e tumores.

As mulheres com anovulação e infertilidade também podem buscar os serviços de reprodução assistida. Após uma avaliação completa do casal, as opções de tratamento são: estimulação ovariana e indução da ovulação associadas às técnicas de relação sexual programada, inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).

Agora, leia o texto sobre SOP – síndrome dos ovários policísticos e conheça essa doença um pouco mais!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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