O DuoStim é realizado no contexto da fertilização in vitro (FIV), técnica que revolucionou a medicina reprodutiva. Com a ajuda da FIV, inúmeros casais com infertilidade já conseguiram realizar o sonho de formar uma família com filhos biológicos.
A FIV é uma técnica avançada, que permite a geração de embriões humanos fora do corpo feminino, em um ambiente laboratorial altamente controlado. Para aumentar as chances de sucesso do tratamento, vários procedimentos são empregados, sendo a estimulação ovariana um dos principais.
Nesse cenário, existem diferentes protocolos de estimulação ovariana, como o estímulo convencional, o DuoStim e o TetraStim. A escolha do protocolo é individualizada, depende das características de cada mulher e casal, incluindo fatores como: idade feminina, situação da reserva ovariana e condições de infertilidade.
Leia o texto de forma atenta e compreenda o que é DuoStim e seu papel nos tratamentos de reprodução assistida!
O que é estimulação ovariana?
A estimulação ovariana é o primeiro passo das três técnicas principais da reprodução assistida: coito programado, inseminação artificial e FIV. É uma técnica importantíssima, pois seu objetivo é aumentar a função dos ovários para favorecer o desenvolvimento e o amadurecimento dos óvulos.
Nos ciclos reprodutivos naturais da mulher, os ovários começam a desenvolver um grupo de folículos ovarianos todo mês, mas somente um deles cresce o suficiente, amadurece e libera um óvulo para ser fertilizado. É o processo biológico que conhecemos como ovulação.
Além disso, um óvulo é liberado naturalmente em cada ciclo somente se a mulher não tiver disfunções ovulatórias. Diante de qualquer problema que afete a ovulação — por exemplo, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) —, as chances de ter um óvulo disponível para ser fertilizado diminuem.
A estimulação ovariana ajuda a superar as dificuldades de ovulação ou no resgate dos óvulos que são perdidos todos os meses. Isso é realizado com o uso de medicações hormonais que agem nos ovários de forma similar aos hormônios naturais.
Nas técnicas de baixa complexidade (coito programado e inseminação artificial), a dosagem de medicação é baixa, pois o objetivo é desenvolver no máximo 3 folículos ovarianos para aumentar as chances de ovulação. Na FIV, os protocolos de estimulação ovariana são mais intensos, tendo em vista a intenção de obter o maior número possível de óvulos maduros.
Para acompanhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, dosagens hormonais e ultrassonografias pélvicas seriadas são realizadas. No momento apropriado, a maturação final dos folículos é induzida.
Na baixa complexidade, a ovulação ocorre normalmente após estimulação ovariana para que o óvulo seja fertilizado no corpo da mulher. Na FIV, realiza-se a coleta dos óvulos antes que a paciente ovule, uma vez que a fertilização ocorre em laboratório.
O que é DuoStim?
O DuoStim, que significa duplo estímulo, é um protocolo de estimulação ovariana, realizado especificamente nos tratamentos com FIV.
O estímulo convencional é feito com apenas um disparo de ovulação, sendo as medicações hormonais administradas desde os primeiros dias do ciclo menstrual. A estimulação dura entre 10 e 12 dias e termina com a indução da maturação final dos folículos.
A diferença do DuoStim, como o próprio nome do protocolo indica, é que são feitos dois estímulos de ovulação no mesmo ciclo.
O primeiro disparo ocorre na primeira fase do ciclo menstrual e dura até 12 dias, como no protocolo convencional. Os óvulos são coletados e congelados. O segundo estímulo começa 5 dias depois da primeira coleta. Assim, duas vezes no mesmo ciclo, é possível obter óvulos para a etapa de fertilização.
Quando o DuoStim pode ser indicado na FIV?
O DuoStim é uma indicação possível para mulheres que:
- têm baixa reserva de folículos ovarianos;
- não respondem bem ao estímulo convencional;
- optaram pelo PGT (em muitos casos);
- têm idade avançada (na maioria dos casos);
- precisam de muitos óvulos em pouco tempo, como no caso de pacientes que optam pela preservação da fertilidade antes de tratamentos oncológicos ou cirurgia ovariana.
Para receber a indicação mais apropriada, a paciente deve, primeiramente, realizar a avaliação da reserva ovariana, que é feita com a dosagem do hormônio antimülleriano, FSH, LH, estradiol e a contagem dos folículos antrais com ultrassonografia. Com base nos resultados dessa avaliação, podemos estimar a resposta de cada mulher à estimulação ovariana e personalizar o protocolo.
É importante trabalhar com esses diferentes protocolos de estimulação ovariana na FIV, pois cada mulher responde de forma específica às medicações. Para algumas, o estímulo convencional é suficiente para desenvolver um ótimo número de óvulos, mas para outras, é preciso utilizar métodos mais elaborados, que possibilitem a coleta de uma quantidade suficiente de óvulos para dar sequência ao tratamento.
Além do DuoStim, as pacientes com baixa reserva ovariana ou más respondedoras aos outros protocolos podem melhorar sua coleta de óvulos com o TetraStim, uma técnica de estimulação que desenvolvemos em nossa clínica e que tem alcançado resultados significativos. Consiste em realizar uma sequência de quatro estímulos, utilizando em cada um deles doses bem mais baixas de medicação hormonal.
Seja com DuoStim, TetraStim ou a estimulação convencional, há chances de obter a quantidade necessária de óvulos para prosseguir com a FIV, desde que o tratamento seja definido com um olhar individualizado, respeitando as particularidades do casal.
Continue se informando com a leitura do texto sobre TetraStim!