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O que é síndrome de Asherman?

Por Equipe Origen

Publicado em 06/01/2025

Considerado um dos órgãos mais centrais na fertilidade feminina, o útero é formado por três camadas de tecido com funções específicas: endométrio, miométrio e perimétrio. Dessas, o endométrio é aquele que reveste a cavidade uterina e mantém contato direto com o embrião e a placenta.

Por isso, qualquer alteração que prejudique a função do endométrio pode estar associada a dificuldades para engravidar e até mesmo à infertilidade – como é o caso da síndrome de Asherman, em que este tecido é acometido por cicatrizes e aderências fibrosas que prejudicam o desempenho de suas funções na gestação.

Neste artigo, vamos mostrar mais profundamente o que é a síndrome de Asherman, como é possível identificar essa condição e quais são suas causas, para mostrar as melhores formas de tratamento e o papel da reprodução assistida quando a infertilidade decorrente dela é permanente.

O que são sinequias uterinas?

Sinequias uterinas são aderências cicatriciais presentes no endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina, onde o embrião se implanta durante a gravidez e que mantém contato com a placenta durante toda a gestação.

Essas aderências são formadas como resultado de processos de cicatrização de lesões, criando uma ligação anormal entre áreas da cavidade uterina normalmente separadas, podendo variar em extensão e gravidade.

Na maior parte das vezes, essas aderências resultam de traumas intrauterinos associados a processos de abortamento e curetagens, cirurgias uterinas, como a remoção de miomas ou pólipos, além de infecções do endométrio, como a endometrite.

A presença dessas aderências pode comprometer a função uterina e a fertilidade, pois elas alteram a anatomia do útero e dificultam ou impedem a fixação do embrião, embora possam não provocar quaisquer sintomas além das dificuldades para engravidar e manter a gestação até o parto.

Quando as sinequias caracterizam a síndrome de Asherman?

As sinequias uterinas caracterizam a síndrome de Asherman quando são múltiplas, extensas e graves o suficiente para causar uma obstrução significativa dentro da cavidade uterina e a distorção anatômica desse órgão.

As cicatrizes e aderências da síndrome de Asherman costumam também ser caracterizadas por uma cicatrização mais fibrosa, ou seja, pela formação de um tecido rígido e resistente, o que dificulta ainda sua remoção.

A síndrome de Asherman pode ser assintomática, se a mulher não está tentando engravidar, mas também pode produzir sintomas como a diminuição do fluxo menstrual e amenorreia (ausência de menstruação), bem como abortos repetidos e infertilidade.

Síndrome de Asherman e infertilidade feminina

Considerando a estrutura do útero e seu papel na fertilidade da mulher, a síndrome de Asherman está diretamente relacionada à infertilidade feminina.

Isso porque as aderências extensas e fibrosas na cavidade uterina podem diminuir o espaço disponível para o desenvolvimento do embrião e do feto, favorecendo perdas gestacionais e aborto de repetição, além do potencial de obstrução tanto da cavidade uterina como da entrada das tubas, dificultando a nidação e até mesmo a fecundação.

Além disso, as aderências e cicatrizes associadas à síndrome de Asherman podem comprometer a composição celular do endométrio e, com isso, sua interação com os hormônios que preparam esse tecido para receber um possível embrião, também comprometendo as chances de sucesso da implantação, inclusive em tratamentos com a reprodução assistida.

Existe tratamento para síndrome de Asherman?

Sim, existe tratamento para a síndrome de Asherman, normalmente feito com a remoção das cicatrizes e aderências por histeroscopia, para restaurar a função normal do útero.

Durante a histeroscopia, um histeroscópio – um tubo fino equipado com uma câmera e instrumentos cirúrgicos – é inserido através da vagina e do colo do útero para permitir a visualização direta da cavidade uterina. Com este equipamento, o médico pode identificar e remover as aderências e cicatrizes, restaurando a integridade do endométrio e facilitando a implantação do embrião.

Após a remoção das aderências, o tratamento pode ser complementado com medicação hormonal para ajudar a promover a restauração do endométrio e a recuperação de suas funções, e a mulher pode precisar manter um monitoramento regular, com exames de ultrassonografia, para acompanhar esse processo restaurativo.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

Embora a remoção das aderências ofereça chances de restabelecimento da fertilidade, é comum que a capacidade reprodutiva não retorne como antes das cicatrizes, inclusive pela fragilidade do endométrio.

Nos casos das mulheres que enfrentam infertilidade permanente devido a essa condição, a reprodução assistida costuma ser indicada, por oferecer opções mais efetivas para realizar o sonho da maternidade.

Nesse sentido, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida mais indicada, por permitir um preparo uterino mais consistente e por abrir espaço para a gestação com barriga solidária – indicada quando o útero não consegue mais levar uma gestação a termo.

Na FIV, os óvulos são retirados dos ovários da mulher e fertilizados com espermatozoides do parceiro ou doador em um laboratório, formando embriões que são cultivados por alguns dias antes de serem transferidos para o útero da mulher.

Quando a síndrome de Asherman é tão severa que impede a recuperação completa da cavidade uterina, a FIV com barriga solidária pode ser uma solução. Nesse caso, o embrião obtido é transferido para o útero de uma gestante substituta, ou “barriga solidária”, que carregará a gravidez até o parto.

Aproveite acesse nosso artigo completo sobre infertilidade feminina tocando neste link, para entender melhor esta e outras causas das dificuldades para engravidar.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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