Agende a sua consulta

O que é azoospermia?

Por Equipe Origen

Publicado em 21/01/2025

O sêmen é o líquido ejaculado, composto por espermatozoides embebidos nos líquidos produzidos pela próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais, próximas à bolsa testicular.

Em condições normais, o sêmen contém milhões de espermatozoides, mas, em alguns casos, esses espermatozoides podem estar em quantidade e qualidade insuficientes para possibilitar a fertilização e até mesmo ausentes – como acontece na azoospermia –, levando a quadros de infertilidade.

Neste artigo, você vai encontrar informações detalhadas sobre a azoospermia, suas causas e sintomas, além dos procedimentos necessários para viabilizar a gestação mesmo com este diagnóstico.

O que são parâmetros seminais e qual sua relação com a infertilidade?

Os parâmetros seminais normais são quantificações estabelecidas pela comunidade científica internacional que descrevem as características esperadas no sêmen de um homem saudável – concentração de espermatozoides, motilidade e morfologia dessas células, viscosidade, liquefação e pH, entre outros.

Esses parâmetros normalmente são avaliados pelo espermograma.

Considerando o papel dos elementos do sêmen na reprodução humana, a relação entre os parâmetros seminais e a infertilidade é direta: se o sêmen não atende aos padrões normais estabelecidos, a probabilidade de sucesso na concepção pode ser significativamente reduzida.

O que é azoospermia?

Definida pela ausência de espermatozoides no sêmen, a azoospermia é um distúrbio seminal associado à infertilidade e, por isso, considerado grave.

Outras alterações nos parâmetros do sêmen – como a astenozoospermia (aumento na porcentagem de espermatozoides com problemas de motilidade), teratozoospermia (maioria dos espermatozoides com problemas de morfologia) e oligozoospermia (baixa concentração de espermatozoides no sêmen) – também afetam a fertilidade masculina, mas de maneiras distintas, já que ainda envolvem a presença de espermatozoides no sêmen.

Por isso, a completa ausência de espermatozoides na azoospermia é um grande desafio para a concepção – seja ela por vias naturais ou por reprodução assistida – e exige uma investigação detalhada para identificar a causa e determinar o tratamento adequado.

Quais são as causas da azoospermia?

Chamamos azoospermia obstrutiva àquela que resulta de um bloqueio nas vias de transporte dos espermatozoides – os túbulos seminíferos e epidídimo –, que pode ser causado por alterações genéticas ou fatores adquiridos como vasectomia, traumas, complicações de cirurgias, inflamações e infecções, especialmente ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Já a azoospermia não obstrutiva ocorre devido a uma falência na produção de espermatozoides pelos testículos (espermatogênese), sendo ainda dividida em pré-testicular e testicular.

A azoospermia pré-testicular é rara e resulta de fatores genéticos, hormonais ou sem causa aparente, enquanto a testicular é mais comum e costuma ser causada por doenças como caxumba, diabetes, insuficiência renal, orquites, alterações genéticas e varicocele.

Entenda o tratamento da azoospermia e o papel da reprodução assistida

O tratamento primário da azoospermia depende da causa adjacente, seja obstrutiva, seja não obstrutiva. Em alguns casos de azoospermia obstrutiva, a cirurgia pode ser indicada para remover a obstrução ou reconectar os dutos afetados, como quando a obstrução está associada a aderências e cistos, com o objetivo de restaurar o fluxo normal de espermatozoides para o sêmen, levando sempre em consideração a idade da parceira. Por isso, as chances de sucesso e o tempo para tal devem ser discutidos amplamente com o casal.

Também em alguns casos, a azoospermia não obstrutiva pode ser abordada com tratamentos medicamentosos, envolvendo hormônios para corrigir os desequilíbrios que estejam prejudicando a espermatogênese.

No entanto, muitas vezes os tratamentos cirúrgicos ou medicamentosos não conseguem restaurar a fertilidade e a reprodução assistida, especialmente a FIV (fertilização in vitro) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) pode ser indicada.

Técnicas de recuperação espermática

As técnicas de recuperação espermática são métodos cirúrgicos para coletar espermatozoides diretamente dos testículos ou epidídimos, quando a disponibilidade de espermatozoides é baixa, como nos casos de azoospermia.

As principais técnicas incluem:

  • PESA (aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo): procedimento cirúrgico minimamente invasivo, que usa anestesia local e no qual uma agulha é inserida diretamente no epidídimo para aspirar espermatozoides;
  • MESA (aspiração microcirúrgica de espermatozoides do epidídimo): procedimento cirúrgico um pouco mais invasivo, geralmente realizado sob sedação em ambiente controlado, em que uma pequena incisão é feita para expor o epidídimo e aspirar os espermatozoides;
  • TESE (extração de espermatozoides testiculares): uma biópsia aberta é feita, também, sob sedação e em ambiente controlado, para coletar uma amostra de tecido testicular (túbulos seminíferos) que possa conter espermatozoides;
  • Micro-TESE (microdissecção testicular para extração de espermatozoides): semelhante à TESE, mas utilizando um microscópio cirúrgico para identificar e extrair os túbulos seminíferos com maior probabilidade de conter espermatozoides.

Cada técnica é indicada para situações específicas envolvendo a azoospermia: os problemas ligados obstrução do epidídimo costumam receber indicação de PESA e MESA, e a azoospermia não obstrutiva, cujas alterações afetam a espermatogênese, podem ser abordadas por TESE e micro-TESE.

FIV (fertilização in vitro)

Com os espermatozoides devidamente coletados e preparados, a FIV com ICSI pode ser iniciada. Neste tratamento, as etapas anteriores à fecundação também envolvem a estimulação ovariana, indução da ovulação e coleta dos óvulos para fertilização em laboratório com os espermatozoides selecionados.

Nestes casos, a fecundação é feita por ICSI, em que um único espermatozoide é capturado e injetado por uma pipeta diretamente no interior do óvulo. Quando os embriões se formam, seu desenvolvimento é acompanhado por alguns dias e os saudáveis são transferidos para o útero.

Doação de sêmen

Nos casos de azoospermia em que não é possível recuperar espermatozoides do próprio paciente, a FIV pode ser feita com doação de sêmen.

O procedimento também envolve a coleta dos óvulos da mulher e a fertilização deles em laboratório, porém com o sêmen do doador – escolhido cuidadosamente, de forma anônima e levando em conta características físicas, genéticas e de saúde para garantir a compatibilidade.

As doações geralmente vêm de bancos de sêmen, onde os doadores voluntários passam por rigorosas avaliações médicas e psicológicas, e onde suas amostras de sêmen ficam armazenadas e catalogadas de acordo com essas características.

Toque neste link e leia nosso artigo mais detalhado sobre azoospermia.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.