Anamnese é um procedimento de grande relevância na medicina, de forma geral, pois representa o passo inicial para investigar as queixas apresentadas pelos pacientes. A partir disso, pode-se suspeitar das alterações e patologias subjacentes e direcionar o percurso diagnóstico para, depois, prosseguir com o tratamento adequado.
Em todas as áreas da medicina, a entrevista clínica é o ponto de partida para avaliar e tratar o paciente. Sendo assim, a anamnese na reprodução assistida também tem papel fundamental para detectar os fatores que estão impedindo um casal de alcançar seu objetivo de gravidez.
A investigação detalhada do casal infértil pode revelar fatores de infertilidade feminina ou masculina, em proporção semelhante. Também é comum encontrar alterações na mulher e no homem, ao mesmo tempo. Felizmente, a reprodução assistida dispõe de técnicas que podem ajudar esses casais.
Acompanhe este post e compreenda a importância da anamnese na reprodução assistida!
O que é anamnese?
Anamnese é um termo utilizado na área da saúde para se referir ao processo de coleta de informações sobre a história clínica e pessoal do paciente. Essa etapa é fundamental para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado das condições de saúde do paciente.
Durante a anamnese, o profissional geralmente faz uma série de perguntas para entender os sintomas e a evolução da doença atual, bem como a existência de outras condições preexistentes, histórico familiar, hábitos de vida, uso de medicamentos, entre outros fatores que podem estar relacionados ao problema apresentado.
Além disso, a anamnese pode ser realizada em diferentes momentos da assistência à saúde, como na triagem inicial do paciente, no preparo para uma cirurgia, no acompanhamento do tratamento, entre outros.
É importante ressaltar que essa entrevista clínica deve ser conduzida de forma cuidadosa e atenta, a fim de garantir a precisão das informações passadas e evitar erros de diagnóstico e prescrição inadequada de tratamento.
Ademais, a relação de confiança entre o profissional de saúde e o paciente é fundamental para garantir a eficácia da anamnese, bem como para promover um tratamento mais humanizado e individualizado.
Como é a anamnese na reprodução assistida?
A anamnese na reprodução assistida é necessária para avaliar as possibilidades do casal infértil. A coleta de informações sobre o histórico clínico e reprodutivo de ambos — homem e mulher precisam ser devidamente examinados — ampara a individualização, tanto da investigação diagnóstica quanto do tratamento.
Durante a anamnese, são levantados aspectos como:
- histórico menstrual da paciente (data da menarca, regularidade dos ciclos, padrão do sangramento etc.);
- gestações anteriores, complicações obstétricas e história de abortamentos;
- histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
- presença de sintomas, por exemplo, dor pélvica, secreção genital, dor na relação sexual, entre outros;
- tratamentos médicos anteriores, como terapias oncológicas ou cirurgias nos órgãos reprodutores;
- ocorrência de traumas e tumores nos órgãos reprodutores;
- diagnóstico de condições crônicas que podem afetar as funções reprodutivas, como diabetes e hipotireoidismo;
- diagnóstico de doenças ginecológicas, como endometriose;
- história familiar de alterações genéticas;
- uso de medicamentos e esteroides anabolizantes;
- uso de contraceptivos e frequência das atividades sexuais;
- hábitos de vida — tabagismo, uso de drogas recreativas, consumo crônico de bebidas alcoólicas, prática excessiva de exercícios físicos, estresse constante, exposição frequente a poluentes ambientais e radiação etc.;
- características, como obesidade ou magreza excessiva;
- condições de saúde em geral;
- frequência sexual, entre outras.
Com base nas informações coletadas, o especialista em medicina reprodutiva pode formular hipóteses diagnósticas sobre as causas da infertilidade conjugal e solicitar exames bem direcionados.
Independentemente da suspeita clínica, há exames que fazem parte da propedêutica básica no acompanhamento do casal infértil, são eles:
- espermograma, principal forma de avaliar a fertilidade masculina;
- ultrassonografia pélvica e transvaginal, indicada para observar os órgãos do trato reprodutivo superior feminino (útero, tubas uterinas e ovários);
- histerossalpingografia, importante na identificação de obstrução tubária e alterações anatômicas da cavidade uterina;
- dosagens hormonais para avaliar os níveis dos hormônios necessários para regular as funções reprodutivas.
O estudo do cariótipo do casal pode ser solicitado para investigar alterações nos cromossomos, o que pode afetar a qualidade dos embriões. Além disso, outros exames indicados, conforme a avaliação individualizada e a suspeita médica, incluem: histeroscopia, ultrassom da bolsa escrotal, ressonância magnética da pelve, entre outros.
Quais são as possíveis indicações de tratamento para o casal infértil?
Existem três técnicas na reprodução assistida:
- duas de baixa complexidade — relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial ou intrauterina (IIU);
- uma de alta complexidade — fertilização in vitro (FIV).
Para mulheres jovens (menos de 35 anos), sem obstrução tubária e com boa reserva ovariana, cujo parceiro não apresenta problemas graves nos espermatozoides, é possível iniciar o tratamento com as técnicas de baixa complexidade.
A FIV atende a uma gama mais ampla de fatores de infertilidade conjugal. Problemas uterinos e tubários, idade materna avançada, alterações genéticas e deficiência na concentração espermática são exemplos de condições complexas que podem ser superadas com essa técnica.
O objetivo da anamnese na reprodução assistida é identificar os fatores que podem estar interferindo na fertilidade espontânea do casal e, assim, direcionar o tratamento adequado, observando as particularidades de cada caso. Além disso, é uma oportunidade para o médico estabelecer uma relação de confiança com o casal, esclarecer dúvidas e orientar sobre hábitos saudáveis que podem favorecer a concepção.
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