O ponto central do processo reprodutivo é a fecundação, momento em que o espermatozoide penetra no óvulo e dá início ao desenvolvimento de uma nova vida. No entanto, diversas alterações podem impedir que isso aconteça, como a aspermia, um dos fatores de infertilidade masculina.
A fertilidade do casal depende de condições propícias para que um embrião seja gerado, chegue até o útero e ali também encontre um ambiente adequado para a evolução da gestação.
A primeira etapa da reprodução espontânea é o encontro dos gametas, que acontece nas tubas uterinas, mas isso somente ocorre se as funções reprodutivas do homem e da mulher estiverem adequadas. Isso inclui:
- equilíbrio hormonal;
- ovulação regular;
- qualidade do sêmen;
- condições estruturais dos tratos reprodutivos masculino e feminino para que os espermatozoides consigam migrar até as tubas uterinas.
Falando especificamente da qualidade seminal, existe uma série de parâmetros determinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam se o sêmen apresenta aspectos normais. Assim, o exame de espermograma é necessário para avaliar possíveis alterações associadas à infertilidade masculina, sendo a aspermia uma delas.
Leia o post inteiro e confira mais informações sobre aspermia e infertilidade!
O que é o sêmen?
O sêmen é o líquido que o homem expele durante a ejaculação. É composto por fluídos da próstata e das vesículas seminais, além de outros componentes. Também chamado de esperma, o sêmen contém milhões de espermatozoides, que são as células reprodutivas masculinas.
Os espermatozoides são produzidos nos testículos e amadurecem nos epidídimos, onde ficam armazenados até que o homem tenha uma ejaculação. Com a estimulação sexual, os gametas passam pelos canais deferentes e se juntam aos demais componentes para formar o sêmen.
Com a ejaculação, o líquido seminal e os espermatozoides são introduzidos no trato reprodutivo feminino e a fecundação pode acontecer se a mulher estiver no período fértil — isto é, se a relação acontecer próximo ao dia da ovulação.
O que é aspermia?
Aspermia é a ausência do sêmen quando o homem tem um orgasmo, ou seja, o líquido seminal não é ejaculado. Essa alteração não prejudica o desejo sexual ou a capacidade de ereção, mas indica infertilidade.
O homem que apresenta aspermia pode produzir células sexuais normalmente, mas como o sêmen não chega ao corpo da mulher, os espermatozoides também não se aproximam do óvulo, impossibilitando a fecundação e a gravidez.
Nos casos de aspermia e infertilidade, o homem pode ser completamente assintomático ou notar anormalidades, a começar pela própria ausência do sêmen durante a ejaculação. Além disso, sintomas de condições patológicas associadas podem aparecer, como dor no pênis e nos testículos, presença de sangue após o ato sexual e dor para urinar.
A ejaculação retrógrada é uma das principais causas de aspermia. Trata-se de uma alteração no trajeto do sêmen, que em vez de seguir pela uretra flui para a bexiga. Outra causa possível é a obstrução do ducto ejaculatório, associada a problemas congênitos ou processos inflamatórios.
Qual é a diferença entre aspermia e azoospermia?
Aspermia, como explicamos acima, é a ausência de líquido seminal. O termo pode ser confundido com azoospermia, que é uma condição diferente, a qual consiste na ausência de espermatozoides no sêmen. Nesse último caso, o volume ejaculado é normal, mas não contém células reprodutivas.
O homem azoospérmico pode ou não ter falhas na produção de gametas, dependendo do tipo de azoospermia: obstrutiva ou não obstrutiva.
Na azoospermia obstrutiva, os espermatozoides são produzidos normalmente, mas algum ponto de obstrução no trato reprodutivo impede que eles cheguem ao líquido seminal. Isso pode acontecer devido a infecções genitais que provocam a formação de tecido cicatricial. A cirurgia de vasectomia ou até malformações congênitas, como a ausência bilateral dos vasos deferentes, também resultam em ausência de gametas no sêmen.
A azoospermia não obstrutiva ocorre por falhas no processo de espermatogênese. Deficiência de testosterona, traumas testiculares, alterações genéticas e varicocele são algumas das causas dessa condição.
Como a aspermia pode ser tratada?
O homem com aspermia e infertilidade deve buscar avaliação especializada, se tiver a intenção de engravidar sua parceira. A partir da própria observação da ausência do sêmen, o casal já deve buscar ajuda médica.
Na reprodução assistida, o casal passa por uma avaliação completa da fertilidade para iniciar o tratamento individualizado com as técnicas mais apropriadas. Casais com infertilidade masculina normalmente são indicados ao tratamento com fertilização in vitro (FIV).
Nos casos de aspermia devido à ejaculação retrógrada, os espermatozoides são coletados da urina, passando por centrifugação e outros métodos de preparo seminal. Os espermatozoides podem também ser coletados por biopsia testicular. Se o problema estiver associado à obstrução do ducto ejaculatório, os gametas são colhidos nos epidídimos com as técnicas PESA e MESA de recuperação espermática.
Portanto, na reprodução espontânea, isto é, sem intervenções médicas, tanto o sêmen quanto os espermatozoides são necessários para que a gravidez aconteça. Já com as técnicas da reprodução assistida, as chances são mais amplas, pois os gametas podem ser colhidos dos testículos ou epidídimos em casos de infertilidade por aspermia e azoospermia.
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