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Hidrossalpinge e infertilidade: qual a relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 01/12/2021

Antes que a gravidez seja confirmada, existe um complexo processo conceptivo que envolve a função de vários órgãos reprodutores — a começar pela produção e o desenvolvimento das células sexuais nas gônadas masculinas e femininas (testículos e ovários). Até que a fecundação aconteça, várias alterações podem interromper o processo natural de reprodução, uma delas é a hidrossalpinge.

Nos homens, os espermatozoides são produzidos nos testículos e armazenados nos epidídimos. Quando há estimulação sexual, eles são transportados pelos ductos deferentes, se unem aos fluídos da próstata e da vesícula seminal e são introduzidos no corpo da mulher por meio da ejaculação.

Nas mulheres, os óvulos já integram a reserva ovariana desde o nascimento. Os hormônios hipofisários e ovarianos agem de forma cíclica para promover a ovulação a partir do desenvolvimento e amadurecimento dos folículos que guardam os óvulos. Além disso, a ação hormonal prepara o tecido interno do útero (endométrio) para receber um possível embrião.

Se o casal praticar relações sexuais sem contracepção nos dias próximos à ovulação, há boas chances de que os espermatozoides migrem pelo trato reprodutivo feminino e cheguem até o óvulo. Assim, o encontro dos gametas e a fertilização ocorrem em uma das tubas uterinas, onde o embrião começa a se desenvolver, enquanto é conduzido para a cavidade uterina devido à motilidade tubária.

A função das tubas uterinas é fundamental para o processo reprodutivo e consiste em: captar o óvulo desenvolvido pelo ovário, servir de local para a fecundação e transportar o embrião para o útero. No entanto, obstruções tubárias — causadas por hidrossalpinge, endometriose, entre outras condições — podem provocar infertilidade feminina e aumentar o risco de gravidez ectópica.

Leia este post na íntegra e saiba mais sobre hidrossalpinge e sua relação com a infertilidade!

O que é hidrossalpinge?

Hidrossalpinge é o acúmulo de líquido no interior de uma ou de ambas as tubas uterinas. Essa condição é uma possível consequência da salpingite, quadro de inflamação nas tubas. Por sua vez, esse processo inflamatório pode decorrer de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente clamídia e gonorreia.

Na mulher, as ISTs podem provocar a doença inflamatória pélvica (DIP), que, além da salpingite, envolve quadros de inflamação no endométrio (endometrite), no colo uterino (cervicite) e no peritônio pélvico (peritonite). Em alguns casos, a salpingite pode se prolongar até os ovários, causando ooforite.

A hidrossalpinge nem sempre é detectada de forma precoce, devido ao seu caráter assintomático. Contudo, quando a mulher realiza a avaliação da infertilidade, exames como ultrassonografia pélvica e histerossalpingografia podem revelar a obstrução nas tubas.

Outras condições associadas à infertilidade por fator tubário são: endometriose; malformações congênitas, como formação rudimentar ou ausência completa do órgão; laqueadura e salpingectomia (cirurgia para remoção das tubas).

O que caracteriza um quadro de infertilidade?

A infertilidade é caracterizada pela ausência de gravidez após 1 ano de tentativas. Nesse contexto, o casal que pratica relações sexuais regularmente sem métodos anticonceptivos e, ainda assim, não consegue confirmar a gestação dentro desse período deve buscar avaliação especializada.

Quando a mulher tem mais que 35 anos, recomenda-se que a investigação diagnóstica seja feita após 6 meses de tentativas, tendo em vista que o avanço da idade já é um importante fator de infertilidade feminina.

Homens e mulheres apresentam infertilidade em proporção semelhante. Além disso, há casos em que os problemas reprodutivos são encontrados em ambos. No homem, o espermograma revela se há alterações seminais, as quais podem estar relacionadas a diversas doenças, como varicocele, infecções genitais, deficiência hormonal etc.

A infertilidade feminina pode envolver: disfunções ovarianas; obstrução tubária; doenças e malformações uterinas; problemas hormonais; idade avançada; endometriose — patologia que acomete várias partes da região pélvica; entre outras alterações.

Afinal, qual é a relação entre hidrossalpinge e infertilidade feminina?

Como vimos, o óvulo é fecundado na tuba uterina. O acúmulo de líquido no interior desse órgão pode prejudicar a permeabilidade e a motilidade tubária, dificultando a movimentação dos espermatozoides, bem como a captação do óvulo no momento da ovulação. Sendo assim, hidrossalpinge e infertilidade feminina são condições relacionadas.

A gravidez ectópica é outra possível consequência da hidrossalpinge. Essa condição ocorre quando o embrião se forma, mas a implantação se dá fora do útero. Devido às alterações na função tubária, o embrião não chega até a cavidade uterina e se implanta na própria tuba. Esse tipo de gestação não tem o aporte necessário para evoluir e é interrompida ainda nos primeiros meses, podendo provocar hemorragia.

Como tratar a hidrossalpinge e restaurar a fertilidade feminina?

Mulheres com hidrossalpinge podem tentar a desobstrução das tubas uterinas com a cirurgia por videolaparoscopia. Entretanto, a indicação cirúrgica deve observar alguns fatores, como idade da paciente e comprometimento tubário. Em casos mais graves, realiza-se a salpingectomia parcial ou total.

Quando a hidrossalpinge causa infertilidade, e essa condição não pode ser modificada com intervenção cirúrgica, as chances de gravidez espontânea são baixas ou nulas — principalmente se as duas tubas estiverem danificadas. Para essas pacientes, uma gestação ainda é possível com os tratamentos de reprodução assistida.

Na infertilidade feminina por fator tubário, a técnica indicada é a fertilização in vitro (FIV), que consiste em: coletar os óvulos e espermatozoides, realizar a fecundação em laboratório e, após 2 a 5 dias de cultivo, transferir os embriões para o útero da paciente.

Com a FIV, os embriões são colocados diretamente na cavidade uterina e a gravidez não depende da função das tubas. Portanto, mesmo que a mulher apresente hidrossalpinge e infertilidade, é possível confirmar uma gestação. Vale lembrar que as doenças associadas, como as infecções pélvicas, também necessitam de tratamento adequado.

Complemente suas informações com a leitura do nosso texto específico sobre os fatores de infertilidade feminina!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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