Avaliação da reserva ovariana: como é feita?

Por Equipe Origen

Publicado em 13/11/2025

A fertilidade feminina desperta cada vez mais interesse, não apenas entre mulheres que planejam engravidar, mas também entre aquelas que desejam se preparar para o futuro. Afinal, a capacidade de gerar filhos está diretamente relacionada a fatores biológicos que mudam ao longo do tempo. Um dos pontos centrais nessa questão é a reserva ovariana, que pode ser investigada por meio de exames específicos.

Neste artigo, vamos abordar a reserva ovariana, por que ela é importante, como funciona a avaliação e de que maneira esses resultados podem auxiliar na escolha de técnicas de reprodução assistida.

O que é reserva ovariana?

A reserva ovariana corresponde ao número de óvulos ainda disponíveis nos ovários de uma mulher em determinado momento da vida. Esse número não é fixo: todas as mulheres já nascem com um estoque definido de óvulos, que se reduz naturalmente com o passar dos anos.

Com o avanço da idade, não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos óvulos tende a diminuir. Essa redução explica por que a fertilidade feminina é maior entre os 20 e 30 e poucos anos e começa a cair progressivamente após os 35.

Assim, conhecer a reserva ovariana significa ter uma ideia sobre a capacidade reprodutiva atual, informação fundamental tanto para quem deseja engravidar espontaneamente quanto para quem considera tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) ou o congelamento de óvulos. Uma baixa reserva ovariana não reduz as chances de gravidez espontânea, mas indica que a estimulação ovariana pode não ser tão efetiva.

Relação entre reserva ovariana e fertilidade

Muitas vezes, os casais pensam que uma baixa reserva ovariana reduz as chances de gravidez, mas isso não é verdade. Uma baixa reserva ovariana só vai ter alguma consequência na reprodução assistida, quando for necessária a estimulação ovariana.

Por esse motivo, a avaliação da reserva ovariana tem grande relevância na investigação de infertilidade. Ela é parte essencial do planejamento de técnicas de reprodução assistida, ajudando a estimar as chances de sucesso em cada caso.

O que é a avaliação da reserva ovariana e por que ela é importante?

A avaliação da reserva ovariana é um conjunto de exames e parâmetros clínicos que permitem medir, de maneira indireta, quantos óvulos ainda estão disponíveis nos ovários. Ela não oferece um número exato, mas fornece informações bastante confiáveis para o acompanhamento médico.

Essa avaliação é útil em diversas situações:

  • mulheres que apresentam dificuldade para engravidar;
  • mulheres com histórico familiar de menopausa precoce;
  • pacientes que desejam adiar a maternidade e querem planejar a preservação da fertilidade;
  • pacientes que irão se submeter a cirurgias ovarianas;
  • mulheres que serão submetidas a radio ou quimioterapia e desejam preservar a fertilidade;
  • mulheres candidatas a técnicas de reprodução assistida, como a FIV.

Como é feita a avaliação da reserva ovariana

Existem diferentes métodos que, em conjunto, oferecem um retrato bastante fiel da reserva ovariana. Os principais são:

1. Contagem de folículos antrais

Realizada por ultrassonografia transvaginal, a contagem de folículos antrais avalia quantos folículos (estruturas que contêm os óvulos) estão visíveis nos ovários. Uma contagem adequada sugere boa reserva ovariana. Uma contagem baixa pode indicar que o número de óvulos restantes já é reduzido. Deve ser realizada até o sétimo dia do ciclo.

Esse exame é um dos mais solicitados e pode ser complementado pela informação fornecida pelos níveis de AMH.

2. Dosagem do hormônio antimülleriano (AMH)

O hormônio antimülleriano (AMH) é produzido pelas células que envolvem os folículos em desenvolvimento nos ovários. Sua dosagem no sangue é considerada um exame confiável para indicar a quantidade de óvulos disponíveis.

Níveis elevados costumam estar associados a uma boa reserva ovariana, enquanto níveis reduzidos podem indicar baixa reserva e menor resposta em ciclos de reprodução assistida.

A vantagem do AMH é que sua dosagem pode ser feita em qualquer fase do ciclo menstrual, sem necessidade de preparo específico.

3. Outros exames hormonais

Além do AMH, outros hormônios podem ser avaliados, como o FSH e o estradiol. Quando elevados no início do ciclo, podem indicar baixa reserva. Níveis alterados também podem sinalizar redução na capacidade ovariana (hormônio folículo-estimulante).

Como os resultados influenciam a reprodução assistida

A interpretação da avaliação da reserva ovariana permite o planejamento do tratamento mais adequado para cada paciente. Por exemplo:

  • mulheres com boa reserva podem ter maior chance de resposta satisfatória em protocolos de estimulação ovariana para a reprodução assistida;
  • já pacientes com reserva reduzida podem necessitar de protocolos diferenciados, sempre considerando as particularidades de cada caso.

Há vários tipos de protocolo de estimulação ovariana, como duostim e tetrastim. É importante destacar que os exames não determinam, sozinhos, as chances de engravidar. Eles fazem parte de um conjunto de informações que inclui idade, histórico de saúde, exames do parceiro e outros fatores relacionados à fertilidade.

Informação e acolhimento caminham juntos

Saber mais sobre a avaliação da reserva ovariana permite que a mulher compreenda melhor o seu momento reprodutivo e participe ativamente das decisões em relação ao futuro. Essa é uma forma de transformar informação científica em segurança emocional e planejamento consciente.

Na clínica, esse cuidado se reflete não apenas nos exames realizados, mas também no acolhimento de cada paciente, respeitando sua história, suas expectativas e seus projetos de vida.

Conclusão

A avaliação da reserva ovariana é uma ferramenta essencial para compreender a fertilidade feminina e planejar, de forma individualizada, tanto a gestação espontânea quanto os tratamentos de reprodução assistida. Entre os métodos mais utilizados estão a dosagem do hormônio antimülleriano e a contagem dos folículos antrais, aliados a exames complementares que oferecem uma visão mais completa da saúde reprodutiva.

Para se aprofundar no tema dos exames laboratoriais relacionados à fertilidade, convidamos você a ler também o conteúdo sobre dosagens hormonais.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.