A transferência de blastocisto de 7 dias na FIV, fertilização in vitro, não é bem conhecida pelos casais que querem engravidar — muitos nem mesmo compreendem o que é blastocisto e qual é sua relação com o processo de implantação embrionária, que marca o início da gestação.
Na gravidez espontânea, o embrião se implanta na camada interna do útero (endométrio) entre 5 e 7 dias após o óvulo ser fecundado, portanto, em estágio de blastocisto. Nos tratamentos com FIV, os embriões são gerados fora do corpo da mulher, em laboratório, e ficam em incubadora para cultivo entre 2 e 7 dias, antes de serem transferidos para o útero.
A FIV é a técnica mais complexa da reprodução assistida, uma vez que requer diversas etapas em ambiente laboratorial para controlar as fases iniciais do processo reprodutivo. Essa área da medicina é voltada para a superação de inúmeros fatores (femininos e masculinos) que podem deixar um casal infértil.
Além da FIV, indicada para os fatores de maior complexidade, a relação sexual programada e a inseminação artificial são técnicas bem-sucedidas nos casos mais brandos de infertilidade.
Neste post, vamos abordar a relação entre blastocisto de 7 vidas e FIV, explicando todos os conceitos envolvidos. Continue a leitura e compreenda!
Quais são as etapas da FIV?
A FIV é realizada em 6 etapas principais, mas pode incluir técnicas complementares, conforme as necessidades específicas de cada casal. Em resumo, o passo a passo do tratamento abrange:
- estimulação ovariana;
- coleta dos óvulos nos ovários;
- coleta de sêmen;
- fertilização dos óvulos;
- período de cultura em incubadora;
- transferência dos embriões para o útero.
A estimulação ovariana com indução da ovulação é o procedimento inicial de qualquer tratamento de reprodução assistida, de alta ou baixa complexidade. É feita com medicamentos hormonais que estimulam o recrutamento e o crescimento de folículos ovarianos, com a finalidade de obter vários óvulos maduros para a fertilização.
A segunda etapa da FIV consiste na coleta dos óvulos, que é feita a partir de aspiração do líquido folicular dos ovários, antes que a paciente tenha a ovulação. Então, os óvulos são identificados e colhidos em laboratório e seguem para a fase de fecundação.
No mesmo dia da coleta ovular, o sêmen também é coletado e submetido ao preparo seminal. A seguir, os óvulos são fertilizados com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI), técnica em que os gametas masculinos são avaliados, um por vez, e injetados no interior dos oócitos.
Nas últimas etapas da FIV, os embriões ficam em cultivo por 2 a 7 dias, em incubadora com ambiente apropriado para o desenvolvimento embrionário. Ao final do período de cultura, que envolve monitoramento frequente de um embriologista, os embriões são transferidos para o útero ou congelados para transferência em ciclos posteriores.
O que é blastocisto?
Blastocisto se refere ao último estágio de desenvolvimento celular do óvulo fertilizado. No processo natural de reprodução humana, é nessa fase que o embrião se implanta no endométrio uterino.
O embrião alcança o estágio de blastocisto entre 5 e 7 dias depois da fertilização. A essa altura do desenvolvimento embrionário, já existe um grande número de células, as quais são divididas em dois grupos: o embrioblasto, que dará origem ao feto, e o trofoblasto, que formará as estruturas extraembrionárias, como a placenta.
No centro do blastocisto, há uma cavidade chamada blastocele, que separa os dois grupos celulares. Em torno dele, está a zona pelúcida, membrana que agrupa as células embrionárias e que se rompe no momento em que o embrião está prestes a aderir ao tecido endometrial, estabelecendo o processo de implantação.
Como o blastocisto se desenvolve na FIV?
Na gravidez espontânea, a fecundação acontece em uma das tubas uterinas, onde também começa o desenvolvimento embrionário. Enquanto se desenvolve, o embrião é transportado pela tuba, seguindo em direção à cavidade uterina para se implantar em fase de blastocisto.
Na FIV, é feito o controle de todas as etapas anteriores ao momento da implantação. Os gametas são coletados, os embriões são gerados em laboratório e permanecem em cultivo durante seus primeiros dias de desenvolvimento.
Com equipamentos de tecnologia inovadora, como a incubadora Geri — com sistema time-lapse, alta performance e inteligência artificial — os embriões são frequentemente monitorados por imagens captadas com microcâmeras.
Assim, o embriologista pode verificar se o desenvolvimento embrionário está seguindo adequadamente, garantindo qualidade e potencial de implantação. Da mesma forma, é possível identificar aqueles que apresentam falhas no processo ou interrompem sua divisão celular.
O que é feito com o blastocisto de 7 dias na FIV?
O período adequado para a implantação do embrião no útero é entre 5 e 7 dias após a fecundação. Isso porque, nessa fase, o blastocisto e o endométrio conseguem estabelecer a sincronização fisiológica necessária para dar início à gravidez.
Entretanto, a transferência dos embriões para o útero, na FIV, pode ter diferentes protocolos. De acordo com as características de cada paciente, incluindo a quantidade de embriões gerados e a qualidade embrionária, realiza-se a transferência em fase de clivagem, isto é, com 2 ou 3 dias de cultivo.
Os embriões que têm o desenvolvimento mais lento e chegam ao estágio de blastocisto com 7 dias, ou mesmo 6 dias, precisam ser congelados para transferência em um ciclo posterior, visto que o epitélio endometrial começa a perder suas características hormonais favoráveis à implantação.
Antes de receber os embriões que foram congelados, a paciente passa por preparo uterino com medicamentos à base de progesterona, os quais propiciam mais receptividade ao endométrio, aumentando as chances de implantação e gravidez.
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